Uma mulher descobre estar grávida e logo em seguida sente um pouquinho de cólica. Alguns dias depois, percebe um leve sangramento e uma cólica mais intensa, que geralmente tem mais intensidade em um lado. Esses sintomas geralmente indicam uma gravidez ectópica, mas podem também estar ligados a uma gravidez comum. Você sabe o que é essa condição que acomete em torno de 1% das gestantes? Não?! Nós vamos te falar tudo sobre gravidez ectópica, e saiba que diagnosticar esse problema é algo muito importante para que a saúde da mulher seja preservada.
O que é gravidez ectópica?
Uma gestação normal inicia-se quando um óvulo é fertilizado. O comum é que esse óvulo fertilizado prenda-se ao útero, mas, quando ocorre a gravidez ectópica, o óvulo que foi fertilizado é implantado fora do útero – geralmente em uma das trompas de Falópio, que é um tubo responsável por levar os óvulos dos ovários até o útero. A gravidez ectópica também é chamada de gravidez tubária e, em casos mais singulares, ela pode ocorrer na cavidade abdominal ou no colo do útero.
Infelizmente, esse tipo de gravidez não pode ter continuidade, pois o óvulo que foi fertilizado não tem como sobreviver e o crescimento do feto pode comprometer diversas estruturas da mãe. Quando não tratada, essa condição pode ocasionar hemorragias, inclusive fatais.
É importante ressaltar que diagnosticar e tratar precocemente esse tipo de gestação pode preservar a fertilidade da mulher.
Sintomas de gravidez ectópica
Como já dito anteriormente, alguns dos sintomas de gravidez ectópica são similares ao de uma gravidez normal. Veja alguns:
– Seios inchados e sensíveis;
– Menstruação atrasada;
– Cansaço;
– Hemorragia vaginal (em alguns casos, leve);
– Dor pélvica ou abdominal após um período de 6 a 8 semanas sem menstruar.
À medida em que a gravidez ectópica evolui, mais sintomas são desenvolvidos. Entre eles estão:
– Dor de barriga que piora com esforço, podendo ter início apenas em um lado e, em seguida, se espalhando pela região pélvica;
– Hemorragia vaginal moderada ou intensa;
– Dor durante o ato sexual;
– Vertigens, tonturas ou desmaios;
– Sinais de choque hipovolêmico, que é causado pela perda intensa de líquidos;
– Dor no ombro que é resultado por uma hemorragia sob o diafragma;
– Sintomas de aborto espontâneo.
Causas
Uma das causas mais comuns da gravidez ectópica é quando as trompas de Falópio estão danificadas. Quando esse problema existe, um óvulo fertilizado tende a ficar parado em uma das áreas comprometidas, e assim começa a se desenvolver ali mesmo. Veja algumas causas que podem levar a esse tipo de gravidez:
– Inflamação pélvica, que geralmente surge com infecções causadas por gonorreia ou clamídia;
– Tabagismo;
– Cicatrizes nas trompas de Falópio, resultantes de cirurgias ou condições médicas;
– Condições hormonais;
– Anormalidades genéticas;
– Condições que danificam a condição e forma do órgão reprodutivo e das trompas de Falópio.
Fatores de risco
Toda a mulher que tem a vida sexual ativa possui algum risco de ter uma gravidez ectópica. Mas esse risco pode ser maior se for acompanhado de certos fatores. Veja exemplos:
– Infecção ou inflamação nas trompas de Falópio;
– Problemas com fertilidade;
– Histórico de gravidez ectópica anterior;
– Formatos anormais das trompas de Falópio;
– Idade a partir de 35 anos;
– Histórico de abortos anteriores;
– Histórico de cirurgia abdominal ou pélvica;
– Histórico de endometriose;
– Gestação auxiliada por procedimentos ou tratamentos para fertilidade;
– Tabagismo;
– Histórico de DSTs;
– Uso incorreto do DIU;
– Gestação após laqueadura.
Procurando auxílio médico
Se você descobriu que está grávida, atente-se a alguns sintomas que podem indicar uma gravidez ectópica, principalmente se você se encaixa em algum dos grupos de risco. Caso você perceba que tem alguns dos sintomas desse tipo de gestação, evite atividades exaustivas até que você seja avaliada por um médico.
Procure imediatamente um serviço de emergência se:
– Você teve um desmaio ou perda de consciência;
– Você sentiu uma dor inesperada e forte na pélvis ou na barriga;
– Você teve um forte sangramento vaginal.
Agende o quanto antes uma consulta médica se:
– Você se sente tonta ou tem vertigens;
– Você tem a sensação de que vai desmaiar;
– Você teve sangramento vaginal, sendo leve, moderado ou intenso;
– Você sentiu dor ou cãibras na pélvis ou barriga.
É válido enfatizar que você deve procurar por um(a) ginecologista ou obstetra. Somente esses(as) especialistas podem chegar ao diagnóstico de uma gravidez ectópica. A partir da consulta médica, você fará exames e, se for confirmado esse tipo de gestação, você fará um tratamento específico e tomará certos cuidados, mantendo sempre um acompanhamento médico. Mas saiba que cada caso é um caso!
Como funciona o tratamento?
Assim que for confirmado que a sua gravidez é ectópica, o médico terá duas decisões para tomar, mas tudo depende do tamanho do saco gestacional. Se for pequeno, o tratamento poderá ser feito com um medicamento quimioterápico que possui a capacidade de dissolver o tecido do embrião e ao mesmo tempo preservar a trompa acometida. Se for grande, uma cirurgia será necessária, na qual o cirurgião fará uma análise na situação para decidir se a trompa afetada deve ser retirada ou não.
A gravidez ectópica afeta a fertilidade?
Por mais que uma das trompas de Falópio seja retirada, a fertilidade da mulher não se altera qualificativamente. Mas, se ambas as trompas possuírem problemas ou alterações, é possível que a fertilidade seja diminuída. Mesmo assim, os tratamentos que auxiliam no início de uma gravidez, como os de reprodução assistida, podem servir de auxílio para esse caso.
Buscando apoio familiar
Se você tiver uma gravidez ectópica e vivenciar a perda, respeite o seu tempo de recuperação emocional e também do seu parceiro. Algumas mulheres desenvolvem depressão após a perda da gestação e procurar por apoio em quem você ama é uma boa opção. Caso alguns sintomas depressivos durem mais do que duas semanas, converse com o seu médico, pois ele te auxiliará da melhor forma possível.
Entenda que conversar sobre esse assunto com pessoas que também já passaram pelo que você está passando agora é algo que pode te ajudar a aliviar os sentimentos e também a externar com facilidade o que você costuma guardar para si mesmo. Não sinta medo e lembre-se: você não tem culpa!
Dá pra prevenir a gravidez ectópica?
Não! Não existem meios para impedir que esse tipo de gravidez aconteça, mas há como diminuir determinados fatores de risco. Usar sempre preservativo nas relações sexuais para evitar DSTs e, por conseguinte, prevenir doenças inflamatórias e também se atentar ao número de parceiros sexuais, são bons exemplos.
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Se por acaso você já teve esse tipo de gestação, antes de decidir engravidar de novo, converse com o seu médico. Mantenha sempre o acompanhamento com um especialista de confiança, pois a partir do momento em que você estiver grávida, ele monitorará cautelosamente a sua gravidez. Não deixe de fazer nenhum exame, pois os primeiros exames a serem feitos no início de uma gravidez podem detectar precocemente uma possível gravidez ectópica, como também garantir que tudo está dentro da normalidade e te deixar segura!