Só quem sentiu a dor que o deslocamento de pedras nos rins provoca é que sabe bem como ela é torturante e incapacitante. E se você viu alguém numa situação aflitiva dessas, vivenciou a impotência de não poder ajudar, a não ser pedir socorro.
Além disso, ela pode ser acompanhada de problemas intestinais, vômitos e náuseas, além de acontecer de forma totalmente inusitada, a qualquer hora, em local distante de pronto-atendimento ou numa circunstância indesejada, por exemplo, durante a cerimônia do próprio casamento.
Obviamente ninguém deseja uma situação crítica dessas para si nem para os demais. É por isso que alguns cuidados precisam ser incorporados à rotina, até porque, se eventualmente o problema acontecer, pelo menos não virá acompanhado da angústia de não se ter feito o necessário para evitá-lo.
E se você nunca parou para pensar sobre isso, este é o momento ideal para continuar a leitura e descobrir quais hábitos você pode adotar para evitar que a litíase renal seja um problema na sua saúde. Acompanhe!
Tudo sobre evitar pedras nos rins
- O que são pedras nos rins?
- Sintomas de pedras nos rins
- O que causa as pedras nos rins?
- Hábitos saudáveis para se livrar das pedras nos rins
- Fazer exercícios físicos regularmente e evitar o sedentarismo e a obesidade.
- Como é o tratamento para pedras nos rins?
- Possíveis complicações relacionadas às pedras nos rins
O que são pedras nos rins?
Primeiramente é importante saber que os rins têm várias funções, sendo a principal delas filtrar o sangue, extraindo impurezas que são eliminadas na urina pelas vias urinárias.
Frequentemente, algumas substâncias removidas, como oxalato de cálcio, o ácido úrico, o fosfato de cálcio e a estruvita, entre outros, tentam se juntar, formando pequenos cristais comparados a grãos de areia, que dão origem às pedras, processo conhecido como litíase renal. Contudo o nosso organismo produz naturalmente outros elementos, como magnésio e citrato, que inibem a formação dessa massa sólida.
Assim, o organismo, nas suas funções normais, atua para não formar pedras nos rins, também conhecidas como cálculos renais, que são as massas sólidas formadas pelo acúmulo de cristais compostos por sais ácidos e minerais existentes na urina. Elas podem ocorrer em qualquer parte do sistema urinário e têm tamanhos variados.
Quando as pedras estão no interior dos rins, elas são classificadas como renais e normalmente não causam dor, sendo assintomáticas. Mas também podem ser uretrais, quando estiverem no ureter, que é o canal que liga cada um dos rins à bexiga. Se estiverem na bexiga, elas são as pedras vesicais.
No deslocamento das pedras (pode ser uma única) dos rins ao ureter devido ao fluxo de urina, elas podem obstruir a drenagem do líquido, o que acaba por se acumular, causar a dilatação desse canal e provocando dor intensa e aguda (uma das mais fortes que alguém pode sentir).
Isso pode ocorrer com crianças, adultos e idosos, sendo que a probabilidade de uma pessoa ter cálculo renal na vida é de 12%, o que significa que uma em cada oito pode apresentar o problema, sendo a ocorrência maior entre os homens.
Sintomas de pedras nos rins
Quando as pedras renais se deslocam para a bexiga ou para a uretra (no caso do homem), é comum a pessoa sentir uma cólica que passa a uma dor aguda unilateral na região lombar, desce para as partes inferiores do abdome e eventualmente pode gerar até mesmo desconforto nos testículos, para os homens, ou nos grandes lábios, para as mulheres.
Além disso, a dor causada pelo deslocamento das pedras nos rins alterna intensidade, ora muito forte, ora com alívio, e pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, febre, sangue na urina, diminuição ou suspensão do fluxo urinário, necessidade frequente de urinar e constantes infecções urinárias.
Assim, percebemos que a dor não é o único sintoma. Contudo ela é sempre um aspecto a ser avaliado, mesmo sendo subjetiva. A respeito disso, a avaliação é feita com base no próprio relato de quem a sente. É considerada o quinto sinal vital, junto com pressão arterial, temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória.
Nesse sentido, a medida da intensidade da dor é baseada nos relatos das pessoas, tomando como base todo o intervalo entre a nota zero para nenhuma dor e a nota dez para a dor mais intensa, penosa e desagradável já sentida. Nesse contexto, a dor que as pedras nos rins causam está entre 9 e 10 da escala, de acordo com inúmeros relatos.
Portanto a dor durante uma “crise” de pedras nos rins e outros sintomas provocam a incapacidade de o indivíduo seguir com a sua rotina e acabam exigindo atendimento médico imediato, de modo que medidas de tratamento sejam tomadas para resolver o problema.
O que causa as pedras nos rins?
Qualquer um de nós pode ter a formação de cálculos renais, porém há alguns fatores que predispõem o indivíduo a tê-las. Entre as causas das pedras nos rins, são importantes:
- Grande quantidade de cálcio, fosfatos, oxalatos e cistina;
- Volume pequeno de urina ou urina supersaturada de sais, decorrente da ingestão insuficiente de água, consumo de alimentos ricos em sódio e proteínas;
- Excesso no uso de sal na alimentação;
- Falta de citrato, decorrente do baixo volume de ácido cítrico;
- Distúrbios do metabolismo do ácido úrico ou da glândula paratireoide;
- Episódios frequentes de infecção urinária, que podem causar os cálculos de estruvita;
- Sedentarismo, obesidade e diabetes;
- Obstrução das vias urinárias decorrente de causas variadas;
- Alterações anatômicas;
- Condições genéticas.
Hábitos saudáveis para se livrar das pedras nos rins
É importante saber que 90% dos casos de pedras nos rins são provocados por distúrbios metabólicos. Eles podem ser identificados em exames de rotina como os de sangue, urina, ultrassonografia do abdome e da pelve, tomografia ou raio x. Uma consulta regular ao médico urologista, ginecologista ou nefrologista pode ser um diferencial para manter a saúde dos rins, detectar cálculos, escolher tratamentos ou seguir a rotina de cuidados e prevenção.
Quanto à prevenção, alguns hábitos saudáveis para se livrar das pedras nos rins são bastante simples e baratos, podendo ser facilmente incorporados à rotina. Entre eles:
Beber água! A ingestão de água faz muita diferença. Outros líquidos também contribuem, como chás, sucos e sopas. No entanto a quantidade a ser ingerida diariamente é mais facilmente medida ao se preferir água. Para calcular a quantidade a ser consumida, considere a massa corporal, sendo de 30 a 35 ml por quilo. Para uma pessoa com 70 quilos, por exemplo, a quantidade diária de água a ser ingerida é de 2 a 2,5 litros. Evite refrigerantes, sucos industrializados e bebidas alcoólicas.
Reduzir o consumo de sal. Em excesso, ele provoca a retenção de líquidos e o aumento da excreção urinária de cálcio, uma das substâncias que contribui para a formação de cálculos renais. Evite alimentos industrializados, como embutidos, refrigerantes, macarrão instantâneo, salgadinhos etc. Substitua o sal por ervas aromáticas, especiarias, alho, limão, gengibre e pimenta.
Consumir alimentos com ácido cítrico, como laranja e limão. Eles ajudam a aumentar a produção de citrato, substância importante no combate à formação de pedras nos rins.
Controlar o consumo de proteína animal, como carnes, peixes, frutos do mar e ovos. Esses alimentos contêm purina, substância que provoca o aumento do ácido úrico, um dos responsáveis por produzir cálculos renais. Para equilibrar, prefira feijões, lentilhas, ervilhas e nozes.
Verificar a cor da urina. Ela deve ser clara, quase transparente. Quanto mais forte a coloração, mais é um indício da falta de água no organismo e de que um médico deve ser consultado.
Controlar muito bem o diabetes, caso tenha a doença.
Fazer exercícios físicos regularmente e evitar o sedentarismo e a obesidade.
Evitar automedicação e autodiagnósticos. Consulte sempre um médico e procure um pronto-atendimento, principalmente se tiver dores intensas nas costas, no abdome, na virilha e apresentar sangue ao urinar.
Consulte um médico regularmente para a realização de exames específicos e para detectar probabilidades de ter pedras nos rins, inclusive o chamado estudo metabólico, que identifica a situação do ácido úrico, do citrato, do cálcio e do oxalato.
Como é o tratamento para pedras nos rins?
O tratamento para pedras nos rins deve sempre ser orientado pelo médico, que vai prescrever a medicação adequada de acordo com a causa, o tipo de litíase renal, a quantidade e o tamanho dos cálculos reais, além da condição de saúde de cada paciente. No momento da “crise”, ele poderá indicar analgésicos e anti-inflamatórios.
Ao contrário do que se pensa, durante a crise, a ingestão de água deve ser muito bem dosada (e no hospital), pois com ela pode haver uma maior pressão nos rins e um aumento da dor. Caso seja necessário, o médico poderá conduzir uma litotripsia extracorpórea, que é o bombardeamento das pedras por ondas de choque, com o objetivo de fragmentá-las e tornar a eliminação pela urina mais fácil.
Além disso, dependendo da gravidade, identificada normalmente por exames de imagem, o médico poderá ainda conduzir uma cirurgia percutânea ou endoscópica, em que as pedras são retiradas após a fragmentação. Outra possibilidade a ser avaliada pelo médico é a ureteroscopia, na qual as pedras localizadas no ureter são retiradas por via endoscópica. É importante destacar que atualmente são adotados procedimentos pouco invasivos, com resultados eficazes e baixa taxa de complicações.
Após a crise, o tratamento em casa, de acordo com o que o médico indicar, poderá ser medicamentoso, mas certamente vai incluir a ingestão de bastante água e líquidos, de modo a não só eliminar as pedras que ainda não tiverem sido extraídas, como também um meio de prevenção ao problema.
Possíveis complicações relacionadas às pedras nos rins
Cerca de 50% das pessoas que tiveram cálculo renal podem ter outro em cinco anos se não adotarem um comportamento preventivo, principalmente buscando acompanhamento médico e seguindo as recomendações. Se a ingestão de água é benéfica para qualquer um de nós, no caso de quem já teve o problema, ela deve ser mais que um hábito da rotina: um verdadeiro ritual.
É fundamental que as pessoas que têm pedras nos rins busquem tratamento, pois aqueles que não os tratam têm 20% de probabilidade de perder a função dos rins e apresentar insuficiência renal. Desses, 5% necessitam da filtragem do sangue três vezes por semana com uso de equipamento, um procedimento chamado diálise.
Assim, ao se descobrir a formação de pedras nos rins, além de consultar um médico urologista com frequência, seguir o tratamento indicado pode evitar problemas muito maiores. Além disso, os cálculos renais podem ser sinais de problemas intestinais e de outros tipos, exigindo uma investigação.
Por fim, excetuando as questões genéticas, podemos perceber que evitar a litíase renal está relacionada ao comportamento que cada pessoa adota para essa finalidade. Então, com o objetivo de evitar que pedras nos rins sejam formadas, vimos que medidas simples são suficientes e envolvem buscar prevenção com consultas regulares ao médico, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e ingerir muita água.
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E caso aconteça de um cálculo renal ser detectado e exigir tratamento, o melhor a fazer é realizá-lo seguindo as recomendações médicas com determinação para chegar aos resultados esperados. Se tiver que sentir dores, que sejam resultado de muita diversão. E lembre-se de que nosso corpo é constituído essencialmente por líquidos. Então harmonize-se com essa natureza e o mantenha sempre hidratado!