Sinto uma angústia latente no meu peito. Há 3 anos saí do mundo corporativo para realizar o meu sonho de trabalhar para o mundo, para ajudar no processo de elevação de consciência, ajudando as pessoas a despertarem para a necessidade do trabalho interno e busca espiritual, ou busca por autoconhecimento. Neste caminho percebi que uma das muitas máscaras que eu usava era a do desapegado total, falso humilde, que se manifestava na prática com um “não, estou de boa” para qualquer coisa que alguém me oferecesse, antes mesmo de eu saber o que estavam me oferecendo. Eu estava mandando um “não” para o universo e para a vida, e minha situação financeira se deteriorou para um nível desconhecido, tudo isso para sustentar uma falsa imagem de alguém muito especial. E o problema nem é a questão financeira em si, o problema mesmo ainda é a dificuldade em aceitar as minhas dores internas, minha vulnerabilidade e minhas emoções.
Aprendi que homem não pode chorar, e eu sempre tive vontade de chorar, até vendo desenho animado. Aprendi que homem tem que “pegar” todas as mulheres, ser sempre forte, não ter medos, não expressar suas emoções e, por muito tempo, eu não consegui nem expressar o amor pela minha própria mãe. E no mais profundo, lembro de questionar em muitos momentos da minha vida: “O que é o amor?”, como se eu de fato nunca o tivesse sentido, ou nunca tivesse me sentido. Sinto-me como um retrato de muitos outros homens (e quiçá mulheres), que incapazes que somos de lidar, expressar e colocar para fora as nossas emoções, acabamos incapazes de sentir amor. Só que nós somos amor em essência, isso é o que eu SOU e o que você É, e se não conseguimos nos acessar para expressar a nossa essência amorosa, o resultado é uma sociedade violenta e doente, que por renegar e acumular um caminhão de emoções densas, sente raiva. Compartilho os meus processos porque me sinto mais leve e para inspirar outros homens e mulheres a fazerem o mesmo. A felicidade é a nossa essência, e para se manifestar, precisa ter espaço.
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Chegou a hora de colocarmos para fora aquilo que não queremos mais carregar, todas as lágrimas não choradas, chegou a hora dos homens saírem da zona de (des)conforto inerente a uma sociedade que o coloca como um ser superior, e que de tão superior, preconiza que deve sofrer calado. O homem paga um preço alto por querer sustentar esse “status quo” machista, o de ter que guardar todas as suas emoções e de usar máscaras para se adequar ao que ele acha que se espera dele. É hora de sairmos das mentiras, acolhermos, aceitarmos e integrarmos as nossas dores, e transitarmos para a nova era que já está se manifestando. Por um mundo com mais homens se questionando, se abrindo, se vulnerabilizando, por um mundo com mais homens humanos e sem máscaras.