Pensando em como tratar a pessoa integralmente, Hahnemann classificou os sofrimentos em dois tipos básicos: “doenças verdadeiras” (que seriam aquelas que precisam de um medicamento para reequilibrar a energia vital), ou “falsas doenças” (que seriam aquelas que necessitam principalmente de mudança de postura, de hábitos de vida – alimentação, higiene, exercícios físicos, boa postura mental e emocional).
Vamos continuar conhecendo melhor o que é homeopatia.
Na prática, durante uma consulta, o médico homeopata investiga o que há no relato dos sofrimentos da pessoa que, para ser melhorado ou curado, precise de medicação, e o que precisa de outras abordagens.
Quase sempre as duas coisas acontecem juntas (por exemplo, uma pessoa com tendinite crônica que fica muitas horas por dia digitando ou que se submete a esforços repetitivos; ou uma pessoa com depressão que mantém uma postura emocional de não conseguir perdoar a ofensa recebida etc.).
Nota-se que a classificação de Hahnemann tem intenção prescritiva (para saber que tipo de abordagem homeopática cada caso precisa).
Não há a intenção de desvalorizar qualquer tipo de sofrimento, muito pelo contrário. Por isso as consultas homeopáticas são mais completas e demoradas.
A homeopatia muitas vezes é confundida com placebo – dizem que as pessoas melhoram porque sentem muita confiança no tratamento, ou porque a consulta integral forma um vínculo mais forte entre médico e paciente. Claro que a confiança é essencial – quem se consulta com alguém em quem não confia? Mas o resultado da homeopatia é bem maior que os 39% de sucesso do placebo.
A homeopatia e seus resultados têm sido cada vez mais estudados em artigos acadêmicos, e a matéria está presente nas universidades – eu mesmo desenvolvi minha tese de mestrado na UNIFESP com o tema “Homeopatia nas Epidemias”. E mais outras existem, e têm surgido.
Embora muitas vezes alvo de críticas e polêmicas, fato é que, desde o seu surgimento, a homeopatia tem embasamento científico, com um método próprio. E, no Brasil, a homeopatia é oficialmente reconhecida desde 1980, e tornou-se política pública de saúde desde 2006: todo brasileiro deve ter acesso gratuito ao tratamento homeopático no SUS.
Além de presente nos postos de saúde, a homeopatia têm sido utilizada no Brasil com sucesso em epidemias (por exemplo, dengue).
Outro ponto – “a homeopatia é lenta” – também não se verifica. A homeopatia não é lenta, e pode ser utilizada para tratamento tanto de quadros agudos como crônicos.
Espera-se uma evolução mais rápida com o tratamento homeopático do que com alopáticos; por exemplo, tratar uma pessoa com uma infecção (amigdalite, cistite, pneumonia, etc.) deve sempre ser mais rápido com o uso da homeopatia do que os costumeiros 7, 10 ou 14 dias de antibióticos.
O mesmo vale para quaisquer outros quadros agudos – de doenças agudas comuns a queimaduras. Idem para os quadros crônicos (asma, enxaquecas, depressão, hipertensão, etc.).
São muitos exemplos, mas é importante frisar que o objetivo da homeopatia é reequilibrar a energia vital das pessoas. Cada caso, agudo ou crônico, é um caso; e a resposta de cada pessoa depende de muitos fatores. Pode ser mais demorada, ou pode não ter resposta.
Pacientes muito desvitalizados dificilmente respondem a qualquer tipo de tratamento, e quanto maior for a dificuldade de harmonizar a energia vital, pior será a resposta do paciente para se restabelecer. Mas de nada serviria a homeopatia se ela fosse insuficiente ou inútil.
Geralmente vemos as pessoas conseguindo curas de doenças agudas e crônicas, de menor ou maior gravidade, em menor tempo, e com quase nenhum efeito colateral (que por vezes podem ocorrer, embora os medicamentos homeopáticos sejam muito seguros).
E, se a resposta não for adequada, precisamos entender as razões disto: bloqueios que dificultam a ação dos medicamentos homeopáticos, hábitos de vida inadequados que não foram modificados, uso concomitante de antídotos dos medicamentos homeopáticos, ou outros obstáculos ao tratamento. E trabalhar também neste campo.
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Portanto, o que é homeopatia?
Trata-se de um sistema de tratamento desenvolvido por Hahnemann, e que utiliza a Lei dos Semelhantes para estimular, através de medicamentos diluídos e dinamizados, a resposta positiva da Energia Vital em direção à cura.
É natural, pois a resposta curativa do nosso organismo é da nossa natureza, e Hipócrates já a conhecia e a chamava de vis medicatrix naturae (poder curativo da natureza); mas a terapêutica não é baseada apenas nas plantas. Pode ser preventiva ou curativa, e a cura deve ser alcançada (tanto em quadros agudos quanto em crônicos) de forma rápida, segura e duradoura.
Até a próxima!
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