A médica húngara Karoly Maria Benkert foi a primeira a usar o termo homossexualidade, o ano era 1869 e a condição foi classificada como doença. Ela deixou de ser vista como tal em 1993, quando a 10ª edição do CID (Classificação Internacional de Doenças) retirou a orientação de seu catálogo, seguido pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em 1995.
O interesse pelo assunto chegou à filosofia. Para o francês Michel Foucault, a homossexualidade não deve ser vista apenas como uma expressão da sexualidade, pois o ser humano é global e formado por sonhos, desejos e planos, dessa forma, os estudos precisam debruçar-se muito mais sobre as escolhas, orientações e motivações em relação aos outros aspectos da vida.
Foucault, que abordou a relação entre poder e conhecimento e seu uso para manipular as pessoas, associou isso não apenas à homossexualidade, mas à sexualidade como um todo. Nos estudos sobre comportamento sexual, ele sugere que o interesse pelo comportamento sexual demonstrado pela Igreja iniciado no século 18 é uma maneira de conhecer as preferências das pessoas, a fim de moldar o estereótipo do “casal legítimo”, homem e mulher casados que fazem sexo apenas para reprodução.
A inclinação sexual por pessoas do mesmo sexo também envolve questões fisiológicas. Os feromônios, substâncias químicas que permitem o reconhecimento mútuo e sexual entre seres da mesma espécie, estão associadas à questão. Homens e mulheres atraídos por mulheres reconhecem o feromônio EST, já os homens e mulheres que preferem homens reconhecem o feromônio AND.
Voltando para filosofia, Foucault diz que os movimentos gays não representam as reais mudanças desejadas pelos homossexuais, porque as conquistas alcançadas, como a união civil e a possibilidade de adotar crianças, não matam o pensamento homofóbico. O filósofo ainda fala que “não basta tolerar o ato de fazer amor com alguém do mesmo sexo, mas também suas opções, valores e sonhos”.
Aprofunde-se no significado e nas pautas de cada “letra” da sigla LGBTQIA+
Você também pode gostar
A visão de Foucault em relação à homossexualidade é atual, visto que ainda há instituições religiosas que enxergam o assunto como doença e também porque, antes de tentarmos entender a complexidade sobre as formas de obtenção de prazer, temos que buscar a compreensão acerca do que vem antes da sexualidade, os sonhos, planos, medos e tudo que envolve o ser humano.
Artigo científico resumido. Leia o original e completo!