É incrível como temos que nos adaptar às mudanças dos valores de nossos alunos, e como nós adultos colaboramos com estas mudanças.
Como educadora atuante que sou, estava acompanhando o período do recreio do Nível Fundamental 1, na escola que coordeno; e percebi que durante todo o horário do lanche, os alunos corriam e gritavam no pátio, sem saber porque gritavam e para onde corriam.
Em um momento saudoso de minha infância, pensei: – Como nossos pátios eram divididos por grupos de crianças brincando de: amarelinha, elástico, lencinho atrás e os mais agitados como polícia e ladrão.
Aí resolvi interferir no corre-corre de um grupo mais exaltado e saí com uma sugestão:
- Queridos, por que vocês não brincam de Polícia e Ladrão? Todos pararam para me ouvir explicando as regras do jogo. Quando terminei, como em um coro, à uma só voz, gritaram: – SOU LADRÃO!!!
Conceitos dos novos tempos! O ladrão é mais famoso e citado que a polícia. Tempos de heróis torcidos, triste conclusão. Lógico que a brincadeira não pôde acontecer, pois ninguém queria ser polícia.
Isso é, sem dúvida, o reflexo dos tempos onde os bandidos são mais famosos, aceitos e melhor interpretados do que aqueles que deveriam nos proteger e defender sendo nosso ideal de conduta e moral, nossos verdadeiros heróis. Esses são tempos modernos.
Em nossa escola, para tentarmos amenizar este grande estrago social, lançamos na festa do fim de ano 2014, um projeto chamado : “Projeto Gentileza”, onde após várias palestras para pais e alunos, combinamos várias metas de conduta diárias de gentileza e cordialidade.
O projeto foi desenvolvido e aplicado em eventos, atividades pedagógicas, festividades cívicas de nossa escola. Sem contar com a boa e velha fila no pátio onde voltamos a cantar o hino e orar o Pai Nosso antes de iniciarmos as atividades diárias.
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Agora em nossos recreios passamos também a oferecer, livros, jogos de raciocínio e brincadeiras com monitores. O cenário passou a ser bem mais calmo, com um tom mais plácido, sem perder a diversão e alegria. Sem gritos ao vento e corridas sem Norte.
Estamos com isso tentando trazer de volta coisas que estavam meio esquecidas ou que nem mesmo foram apresentadas a tais alunos como: boa educação de berço e a boa conduta moral. Em nossa prática, os heróis e ídolos verdadeiros voltaram a ser admirados. E mesmo agora, com o projeto em fase inicial, vi no recreio policiais mirins prendendo ladrões em menor número. E aí, com direcionamento, cabe a velha frase:
O BEM SEMPRE VENCE O MAL”.