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Imprensa livre: a essência para a promoção da paz universal

Escrito por Eu Sem Fronteiras

O estereótipo da profissão de jornalista leva a alguns pensamentos incorretos sobre esse ofício. O principal deles é o de que jornalistas sempre divulgam a verdade sobre um fato, ou de que os veículos de informações devem ser imparciais.

O trabalho de um(a) jornalista é pautado na veracidade da informação, na checagem dos dados e na tradução de tudo isso a ser transmitido em texto, em vídeo, áudio, ou até mesmo em imagens.

A função do(a) jornalista não deve apresentar a verdade sobre um acontecimento, e sim, uma versão sobre o fato que seja verídica. A imparcialidade é um objetivo inalcançável, já que sempre será preciso fazer um recorte da realidade.

Todos esses conceitos, no entanto, perdem-se quando uma pessoa acredita que está apta para transmitir uma informação que não foi checada, analisada e editada. É assim que se disseminam as notícias falsas, ou seja, as fake news. São os dados incorretos que confundem o público na hora de interpretar um fato, formar um pensamento e adquirir consciência social e política.

Mulher sentada em um sofá. Ela está segurando um jornal na altura do seu rosto. O jornal tem a palavra fake news destacada em vermelho na primeira página.

As consequências dessa onda de desinformação são graves para a preservação da democracia e da paz.

A população precisa conhecer a realidade a partir de fontes confiáveis para que assim, elas possam escolher seus representantes, tomar atitudes e lutar por seus direitos.

É essencial que o(a) jornalista tenha mecanismos de segurança para realizar um trabalho com checagem e garantia de veracidade. O motivo para tentarem impedir que esse trabalho seja realizado de forma plena, é que a divulgação de informações corretas sobre determinadas instituições, empresas ou pessoas, pode prejudicar essas partes perante a sociedade.

Uma evidência da tentativa de barrar o acesso à informação são os dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O relatório aponta que, em 2018, cerca de 100 jornalistas foram assassinados enquanto exerciam sua profissão e centenas de profissionais desse ramo foram presos em todo o mundo.

No que diz respeito à realidade brasileira, a ONG Repórteres Sem Fronteiras – RSF, divulgou uma informação alarmante. No ranking 2019 sobre liberdade de imprensa, o Brasil caiu três posições em relação ao ano anterior, ficando na 105ª colocação, entre 180 países.

Homem vestindo uma blusa amarela. Ele está sentado em um local aberto. O foco da imagem é um caderno que está apoiado em seu colo e ele está escrevendo algo.

Essa mudança coloca o Brasil mais próximo da zona vermelha, classificação para países que ameaçam a imprensa, como Venezuela, Iraque e Turquia.

Outro dado alarmante divulgado pelo Comitê para Proteção de Jornalistas – CPJ, em 2018, mostra que o Brasil é o 10º pior país do mundo em impunidade de crimes contra jornalistas. Desde 2008, quando o ranking começou a ser elaborado, o Brasil já apareceu nove vezes seguidas nessa classificação.

Sem a punição devida aos crimes contra a vida desses profissionais, é possível que cada vez mais jornalistas sejam impedidos(as) de informar a população sobre tudo aquilo que a afeta diretamente.

Sobre esse assunto, o que acredita o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi exposto no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa de 2018, comemorado em 3 de maio:

É crucial construir sociedades transparentes e democráticas e fazer que os que estão no poder prestem contas. Isso é vital para o desenvolvimento sustentável”.

A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, também apresentou sua opinião em acordo com a de Guterres. Em 3 de maio de 2018, Audrey deixou clara sua preocupação com a imagem da mídia:

Quando se multiplicam os discursos de desconfiança e deslegitimação da imprensa e do trabalho jornalístico, é fundamental garantir a liberdade de opinião mediante o livre intercâmbio de ideias e de informação baseados em verdades factuais”.

Mulher sentada em uma poltrona posando para a foto. A mulher é Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO.
Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO.

Para Audrey, é importante pensar em formas de garantir a liberdade de imprensa em todo o mundo, para que a democracia seja exercida por meio da transparência e do acesso à informação. Um dos meios de fazer isso, segundo a diretora-geral, é:

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A liberdade de imprensa, como qualquer outra liberdade, nunca está completamente assegurada. O desenvolvimento de uma sociedade com base no conhecimento e na informação, por meio de canais digitais, implica uma intensa vigilância, para assegurar os critérios essenciais de transparência, livre acesso e qualidade”.

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