“A mídia só produz artificialismo, cheia de inutilidades, um verdadeiro vazio no tocante ao que se poderia aproveitar. Nossos jovens estão sendo disputados pelas mídias do consumo e estão deixando de produzir conteúdos educativos e literários.”
Não estamos nós ingeridos na culpa pela violência em nossa sociedade? Seríamos nós, os produtores da intolerância e da ignorância?
A leitura dos livros pode mudar muitas coisas, mas não muda o mundo, apenas pode, talvez, mudar mundos. Talvez, no sentido de como e o quê estamos consumindo no sentido do conhecimento.
A indústria da banalidade intelectual é visível na ignorância de nossa sociedade contemporânea em sua maioria. Poucas são as pessoas que leem livros e, por conta do vazio ocupado no espaço onde estaria o conhecimento, nasce toda a sorte de produção da violência.
A violência acontece primeiro na mente. Se a pessoa é vazia de conhecimento literário, a probabilidade dela ser mais selvagem no sentido dos instintos primitivos do ser humano é muito maior do que os que ocupam seus hiatos lendo e estudando.
Não vamos generalizar, pois sabemos que a nação brasileira não possui uma cultura voltada para a leitura. No entanto, tudo ou muitas coisas seriam diferentes no Brasil se tivéssemos adultos que leem livros. Tiramos como exemplo países como a Suécia, Finlândia, Noruega, Suíça e Alemanha, que são alguns exemplos de países desenvolvidos intelectualmente e, claro, consequentemente economicamente.
Aos poucos, os leitores de literatura clássica estão partindo dessa vida. Ficam apenas os poucos mestres e poucos intelectuais em meio a uma incontável multidão que vive às margens da ignorância.
A maioria dos brasileiros sequer leem livros, logo são ansiosos, nervosos, extremistas em suas inclinações e sofrem muito com a falta daquilo que só os livros poderiam fazer, a saber, um espírito de ataraxia.
O conhecimento deixa o sujeito mais realizado e a aceitação pela vida se torna uma espécie de desafio para sobreviver e resgatar, onde além do estado de rejeição para com o mundo, o conhecimento traz o espírito seletivo e a tranquilidade diante dos infortúnios do mundo agressor.
A leitura torna o ser humano uma espécie de ponto de referência do saber que domina. Precisamos espalhar livros pela casa, sim! Comprar livros, estantes de livros e, principalmente, criar o hábito pela leitura; afinal, ninguém nasce leitor.
Todo esforço pela leitura é para organizar seu turno enquanto vida e, consequentemente, abrir novos horizontes, novas portas, novas experiências e mundos diversos. A leitura melhora seu vocabulário, amplia sua dinâmica e dimensão de universo, bem como, também, pode tornar você a sua melhor versão. O ser humano que lê muitos livros é diferente. Dá para perceber no autocontrole das emoções, no silêncio que faz, pois o sábio cora suas palavras e sabe como entrar e sair de forma íntegra e capacitado para resolver problemas complexos. O leitor de livros, inevitavelmente, se transforma ao longo dos anos, cada vez mais, em uma pessoa interessante.
Infelizmente, hoje em dia, os nossos jovens e adultos se ocupam do vazio existencial. Os interstícios não são aproveitados a priori, logo suas vidas refletirão aquilo que elas consomem ao longo dos anos. A culpa da violência é de todos, tanto do governo como das mídias e, por fim, da própria criatura que consome programas de violência e ocupa o tempo com coisas artificiais.
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Portanto, se a mídia não passa programas de literatura e educação nos canais abertos, que tal em sua casa você criar o hábito pela leitura e encher seus armários e estantes de livros, inclusive, em cômodos diferentes de seu lar. Imagine, chegar uma visita e encontrar em sua casa obras de Guimarães Rosa, Dostoiévski, Machado de Assis, José Saramago, Nietzsche, Hans Kelsen entre outros. Pois bem, faça uma experiência! Compre livros e ponha em sua casa para serem lidos, ainda que seja 30 minutos de leitura, poderá mudar seu dia e, possivelmente, sua vida.
Somos resultados dos livros que lemos e consequência dos que nunca conseguimos ler. Não há livro tão mau que não tenha algo no bom leitor para avançar na leitura.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha