Autoconhecimento Filosofia

Indústria da banalidade intelectual por Filósofo Nilo Deyson

Mulher observando os livros de uma enorme estante. Há dois sofás brancos um pouco à frente da estante.
Radu Marcusu / Unsplash

“A mídia só produz artificialismo, cheia de inutilidades, um verdadeiro vazio no tocante ao que se poderia aproveitar. Nossos jovens estão sendo disputados pelas mídias do consumo e estão deixando de produzir conteúdos educativos e literários.”

Não estamos nós ingeridos na culpa pela violência em nossa sociedade? Seríamos nós, os produtores da intolerância e da ignorância?

A leitura dos livros pode mudar muitas coisas, mas não muda o mundo, apenas pode, talvez, mudar mundos. Talvez, no sentido de como e o quê estamos consumindo no sentido do conhecimento.

A indústria da banalidade intelectual é visível na ignorância de nossa sociedade contemporânea em sua maioria. Poucas são as pessoas que leem livros e, por conta do vazio ocupado no espaço onde estaria o conhecimento, nasce toda a sorte de produção da violência.

A violência acontece primeiro na mente. Se a pessoa é vazia de conhecimento literário, a probabilidade dela ser mais selvagem no sentido dos instintos primitivos do ser humano é muito maior do que os que ocupam seus hiatos lendo e estudando.

Não vamos generalizar, pois sabemos que a nação brasileira não possui uma cultura voltada para a leitura. No entanto, tudo ou muitas coisas seriam diferentes no Brasil se tivéssemos adultos que leem livros. Tiramos como exemplo países como a Suécia, Finlândia, Noruega, Suíça e Alemanha, que são alguns exemplos de países desenvolvidos intelectualmente e, claro, consequentemente economicamente.

Aos poucos, os leitores de literatura clássica estão partindo dessa vida. Ficam apenas os poucos mestres e poucos intelectuais em meio a uma incontável multidão que vive às margens da ignorância.

Mão feminina retirando o livro de uma prateleira com outros livros postos um ao lado do outro.
Christin Hume / Unsplash

A maioria dos brasileiros sequer leem livros, logo são ansiosos, nervosos, extremistas em suas inclinações e sofrem muito com a falta daquilo que só os livros poderiam fazer, a saber, um espírito de ataraxia.

O conhecimento deixa o sujeito mais realizado e a aceitação pela vida se torna uma espécie de desafio para sobreviver e resgatar, onde além do estado de rejeição para com o mundo, o conhecimento traz o espírito seletivo e a tranquilidade diante dos infortúnios do mundo agressor.

A leitura torna o ser humano uma espécie de ponto de referência do saber que domina. Precisamos espalhar livros pela casa, sim! Comprar livros, estantes de livros e, principalmente, criar o hábito pela leitura; afinal, ninguém nasce leitor.

Todo esforço pela leitura é para organizar seu turno enquanto vida e, consequentemente, abrir novos horizontes, novas portas, novas experiências e mundos diversos. A leitura melhora seu vocabulário, amplia sua dinâmica e dimensão de universo, bem como, também, pode tornar você a sua melhor versão. O ser humano que lê muitos livros é diferente. Dá para perceber no autocontrole das emoções, no silêncio que faz, pois o sábio cora suas palavras e sabe como entrar e sair de forma íntegra e capacitado para resolver problemas complexos. O leitor de livros, inevitavelmente, se transforma ao longo dos anos, cada vez mais, em uma pessoa interessante.

Infelizmente, hoje em dia, os nossos jovens e adultos se ocupam do vazio existencial. Os interstícios não são aproveitados a priori, logo suas vidas refletirão aquilo que elas consomem ao longo dos anos. A culpa da violência é de todos, tanto do governo como das mídias e, por fim, da própria criatura que consome programas de violência e ocupa o tempo com coisas artificiais.

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Portanto, se a mídia não passa programas de literatura e educação nos canais abertos, que tal em sua casa você criar o hábito pela leitura e encher seus armários e estantes de livros, inclusive, em cômodos diferentes de seu lar. Imagine, chegar uma visita e encontrar em sua casa obras de Guimarães Rosa, Dostoiévski, Machado de Assis, José Saramago, Nietzsche, Hans Kelsen entre outros. Pois bem, faça uma experiência! Compre livros e ponha em sua casa para serem lidos, ainda que seja 30 minutos de leitura, poderá mudar seu dia e, possivelmente, sua vida.

Somos resultados dos livros que lemos e consequência dos que nunca conseguimos ler. Não há livro tão mau que não tenha algo no bom leitor para avançar na leitura.

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sobre o autor

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sou filósofo, escritor, poeta, colunista e palestrante.
Meus trabalhos culturais estão publicados em diversas plataformas. Tenho obras e livros publicados.

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Sou uma incógnita que deve ser lida com atenção e talvez somente outras gerações decifrem meu espírito artístico. Sou muitos em mim e todos se assentam à mesa comigo. Posso não ser uma janela aberta para o mundo, mas certamente sou um pequeno telescópio sobre o oceano do social.

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