Induzir a evolução espiritual sugere que o ser humano adentre um mundo paralelo de não tempo e não espaço, mas ainda assim infinito, nos “bastidores” da existência, de onde e para onde flui e reflui a energia sutil que permeia e influencia toda a ação humana, e que por ela é igualmente influenciada.
Por si só, a vida é indutora de evolução, já que ela é o processo de que se vale o Universo para promovê-la. No entanto, a efetividade desse processo depende do nível de consciência do ser. Como um foguete, que consome a maior parte de seu combustível no estágio inicial de arrancada para o espaço, assim também o processo evolutivo é lento e penoso nas etapas inferiores, tornando-se leve e confortável, em fases mais avançadas.
A indução programada e consciente do processo evolutivo, no entanto, somente possível em suas etapas menos primárias, implica em atitudes e posturas diante da vida, de si próprio e da humanidade, que possam se tornar verdadeiros aceleradores da realização evolutiva.
Responder positivamente ao que a vida nos reserva
É assim com a resposta que damos às experiências da vida, sejam elas agradáveis ou não. Desde os eventos mais simples, como queimar, por distração, um bolo no forno, até os que impõem grandes sofrimentos, como a perda de um ente querido, a natureza da reação manifestada determinará a medida do benefício do evento ao processo evolutivo. O termo “resiliência” define a capacidade de tirar proveito de um evento negativo, em benefício do aprimoramento psíquico e espiritual de quem o vivenciou.
Vigiar os Sentidos – “Mindfulness”
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O processo evolutivo é induzido também pelo hábito de focar a atenção nos pensamentos, nas sensações e nos sentimentos, sem qualquer censura, avaliação ou julgamento. Observar ou conscientizar-se do que ocorre em nossa mente e em nossos sentidos, como um ente externo não envolvido nem comprometido com o que se passa nestes planos psíquicos de nosso ser, remete-nos ao portal do espírito (“olha só o que minha mente está pensando!”, “olha o que minha emoção está sentindo!”). Essa postura separa a mente e as emoções da entidade que as observa, seu verdadeiro Eu.
A observação que se faz da mente, das sensações e dos sentimentos não se confunde com esses entes observados da personalidade humana, pois deles não se faz uso enquanto apenas se observa. Portanto, a origem da capacidade observativa tem que estar num patamar acima dos níveis sensoriais e mentais (psíquicos). Quanto mais independente dos sentidos e da mente for a observação, mais profunda será a exploração dos níveis sutis do espírito.
Desenvolver a intuição
A intuição é a sintonia da mente humana com a Mente Universal, que se projeta no homem através da mente abstrata, partícula divina individualizada no ser humano. Somente a mente desobstruída dos pensamentos e das emoções de baixa frequência vibratória (ódio, ciúme, raiva, mágoa, medo, vingança, lassidão, luxúria…) tem acesso à sintonia com os veículos superiores do espírito, como a mente abstrata.
Desobstruir os canais de acesso ao espírito
Quando a purificação dos veículos inferiores (físico, mental e emocional) consegue desobstruir os canais de acesso da consciência ao nível do espírito, mesmo que por tempo limitado, o fluxo dos Atributos desse nível (Amor, Vontade e Sabedoria) inundam o “andar de baixo”, (mente concreta e emoções) trazendo à nossa consciência: o Amor Universal, pela sublimação; o Conhecimento/Sabedoria, pela intuição; e o Poder, pela Vontade Consciente.
A articulação com as várias circunstâncias da vida, nos papéis de ente social, profissional e familiar, feita em sintonia com os veículos superiores através da sublimação, da intuição e da vontade consciente, é uma grandiosa indutora do desenvolvimento da consciência do indivíduo e da coletividade.
As filosofias espiritualistas não dogmáticas e as práticas terapêuticas sutis podem ser, também, de grande utilidade na indução do processo de evolução.