Vou revelar um segredo para vocês… Quem me vê assim nas mídias sociais, tão centrada, não imagina que eu tenho os meus momentos de precariedade.
Outro dia tive uma discussão com o meu marido e me perguntei depois o porquê da minha insatisfação. Sim, porque toda vez que discuto com ele é porque estou insatisfeita com algo. Bem, eu desci para tomar um ar e permitir que o sol e as plantas me restaurassem daquele momento “hard”. Não deu 2 minutos que eu estava lá fora, o zelador passou com o faxineiro e comentou: “Hoje eu estava vindo no ônibus e era tanta mulher emburrada lá que eu pensei: por que elas não ficam em casa? Com essa cara e esse humor era melhor!”. E eles saíram rindo. E eu, que estava “naquele humor”, me senti pequenininha. E em um pulo saltou uma voz interior e me disse: “elas também estão insatisfeitas”. E por quê? Por que eu estava insatisfeita? Me analisando, percebi que o meu padrão de insatisfação muitas vezes está associado com a experiência do cansaço. Quando estou cansada, eu fico insatisfeita. Tem a ver, não? Porque quando estamos fazendo coisas repetidas que muitas vezes não fazem sentido nos sentimos no limbo. E o limbo nos deixa mal-humoradas e com vontade de cometer um ato de insanidade.
Precisamos de TPM!
Patrícia, você está doida? Não estou, não! Precisamos de Tempo para Mim (TPM). No meu caso, é também Tempo para Mudança. Preciso ser capaz de operar algumas mudanças na minha vida. Mas muitas vezes me sinto presa em um enredo paralisante. Minha tendência para a intimidade com as minhas profundezas às vezes não me ajuda. Fico confortável lá. Me protejo.
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E voltando ao meu zelador e olhando o mundo masculino, vejo que muitas vezes eles parecem mais felizes, mais lúdicos. Vejo o meu marido e os grupos do WhatsApp e percebo o quanto se divertem. Não vejo isso nos meus. Mas você vai pensar: “rola muita sacanagem nesses grupos de homens, é só futebol e mulher”. Acredite, não é só isso! Eles brincam muito um com o outro também. Acredito que perdemos um pouco a capacidade de sermos lúdicas exatamente pela falta de TPM, por assumirmos papéis demais, por querermos acertar sempre. Vivemos em um oceano de autocobranças sem fim. Não acho por acaso aquelas mulheres do ônibus estarem mal-humoradas. Será que elas queriam estar lá em pleno sábado, indo trabalhar? Acho que não. Precisamos de TPL… Tempo para “ludicidades”!