Daiana Carpes, jornalista formada pela UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul), no Rio Grande do Sul, despertou durante a faculdade o interesse em trabalhar com a temática da acessibilidade.
O tema pouco pesquisado no Brasil é também sua pesquisa de dissertação. E Daiana não parou por aí. Ela acabou de lançar um e-book, o Audiodescrição: práticas e reflexões (Catarse). Em entrevista concedida para o Eu sem Fronteiras, a jornalista garante que tem muito estudo e pesquisa pela frente sobre este assunto. Confira a entrevista:
Eu sem Fronteiras: poderia falar um pouco de você, onde nasceu, cresceu, formação, onde mora?
Daiana Carpes: Nasci em Porto Alegre (RS), mas me considero cachoeirense, pois minha família mora em Cachoeira do Sul (RS).
Passei boa parte da minha infância e adolescência me mudando de cidade, em virtude da profissão do meu pai, a cada dois anos ele era transferido, conheço “quase todo” esse Rio Grande. Quando estava finalizando o 3º ano do ensino médio retornamos a Cachoeira do Sul, onde fixamos moradia. No ano seguinte ingressei no curso de Biomedicina, na Ulbra, mas percebi que não era aquela profissão que gostaria de seguir, então tranquei o curso.
A paixão pelo jornalismo surgiu quando comecei a trabalhar na redação de um jornal diário, em Cachoeira do Sul. Logo após, ingressei na graduação de Comunicação Social – habilitação Jornalismo, na Unisc. Atualmente moro em Santa Cruz do Sul (RS).
ESF: como nasceu o interesse pelas práticas de acessibilidade?
DC: O interesse em trabalhar com a temática da acessibilidade surgiu em 2011, quando eu elaborei um jornal impresso para o curso de Ciências Contábeis, da Unisc. Porém, naquele semestre havia ingressado um aluno cego. Para incluir aquele calouro nas atividades do curso, adaptei o jornal impresso para uma mídia em áudio, realizando todas as descrições das imagens do impresso. A partir disso surge a minha inquietação – como fazer com que o jornal impresso fosse acessível aos cegos.
ESF: sobre o que é sua pesquisa de mestrado?
DC: Estou pesquisando a audiodescrição no jornalismo impresso.
ESF: Neste mundo da pesquisa, o que mais tem lhe surpreendido?
DC: As novas descobertas na área da acessibilidade e a vontade de muitas pessoas em “lutarem” por um mundo sem barreiras e com igualdade, e por outro lado perceber a felicidade daqueles que tiveram acesso a algo que não era acessível.
ESF: sobre o que relata o livro?
DC: O livro é composto por nove artigos de pesquisadores e profissionais que relatam a importância da audiodescrição e como ela vem sendo trabalhada no País.
ESF: qual é o objetivo com a publicação do livro?
DC: É mostrar o que está sendo produzido em termos de audiodescrição no País e divulgar este recurso. A audiodescrição é um recurso que traduz o visual em verbal, promovendo o entendimento dos cegos a produtos e serviços.
ESF: quais os planos para o futuro?
DC: Pretendo continuar a pesquisar a acessibilidade no jornalismo e quem sabe lançar outra edição do e-book sobre audiodescrição.
ESF: como você vê as práticas de acessibilidade aqui no Brasil?
DC: O Brasil está avançando na área da acessibilidade, tivemos muita conquista nessa área, porém há muito que fazer ainda. Há países que estão “anos luz” na frente do Brasil.
ESF: fique à vontade para escrever algo
DC: Quero deixar o convite para quem tiver interesse em ler o e-book “Audiodescrição: práticas e reflexões”. Estes podem fazer download gratuito pela página da Editora Catarse.
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- Entrevista concedida a Angélica Weise da Equipe Eu Sem Fronteiras.