O dia amanhece e você pula da cama para cumprir com as suas atividades. Antes de sair de casa, vai escolher uma roupa e tomar banho. Dá uma passada na frente do espelho. Provavelmente, é aí que sai o primeiro julgamento do dia, de você mesmo.
Muito gordo, muito magro, muito peito, pouca bunda, envelheceu ou tem muitas sardas… A verdade é que poucos gostam do que veem, estamos sempre nos comparando, querendo ser um pouco mais o outro e menos nós mesmos.
Aqui apresento o Ego, nosso falso eu, aquele que julga, projetado pela nossa mente.
E ele não julga só a parte física, ele te faz acreditar que não é bom o bastante em muitas outras coisas, seja no trabalho, por não ter o carro do ano ou o último lançamento de celular, é dele que a mídia se aproveita.
Como se já não bastasse, ele faz você julgar os outros, ninguém é bom o bastante. Não te deixa aceitar o outro como é. Sabe aquelas senhoras que sentam na calçada em frente à praça da pequena cidade e vão comentando de todos que passam? A famosa fofoca? A cidade toda está perdida!
Bom, para falar a verdade, eu aqui também estou julgando as velhinhas, armadilhas do ego. Difícil, né?
O yoga ajuda a trabalhar este ego e procura reduzi-lo. Afinal, queremos expandir a consciência e entrar em contato com o nosso verdadeiro eu, a nossa essência.
É preciso se observar a todo o momento para saber quem está no comando, mente ou consciência.
Temos nosso dharma, nossa missão, quando o pedido vem do seu coração, da sua alma, é importante segui-lo. Mas quando o pedido vem do Ego, é vaidade, quer impressionar os outros, ser destaque.
Meu querido professor, Marcos Rojo, toda vez que alguém o agradecia pela mudança que o yoga fez em sua vida, ele respondia que não tinha a menor influência dele, que o mérito era da pessoa, afinal, ela se propôs a ir lá e praticar.
Eu não entendia como ele não podia aceitar que foi ele quem passou tanto conhecimento e influenciou nessa mudança, hoje eu entendo, controle do Ego.
O dharma dele é ser a ponte deste conhecimento e não receber os méritos por isso.
O yoga que já tem mais de 5 mil anos, fala dessa vaidade, tema que achamos que é tão atual, na verdade, sempre existiu.
Entenda que ele não é contra a autoestima, se cuidar, isso está nos princípios básicos do yoga, os yamas e nyamas, que são formas de conviver com si mesmo e com o outro. Em “tapas”, você busca a disciplina que precisa para ser a sua melhor versão.
Pratica “saucha”, que é limpeza e autocuidado. E então, “santosha”, que é o contentamento e a satisfação de ser quem você é, seja fisicamente, espiritualmente ou até mesmo nos papéis que você escolheu seguir em sua vida.
Autoestima é diferente de vaidade.
Vaidade é quando queremos ser bonitos para os outros, autoestima é quando queremos ser belos para nós mesmos, e isso vem de dentro para fora!
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Hari Om!