Todo mundo tem aquele momento que para e analisa a sua vida, o que anda fazendo e onde pretende chegar. Acontece que muitas vezes vivemos em Maya, ou seja, acreditamos em uma falsa ilusão do Universo, da vida e de nós mesmos, então, não nos libertamos desse ciclo de Sansara, onde passamos a vida correndo atrás de algo que acreditamos que nos fará feliz.
O Yoga acredita que a felicidade real existe quando nos livramos desta necessidade de sermos “especiais”. Já reparou como é gostoso receber um elogio? E se fazemos algo bom, como esperamos que os outros reconheçam? E quando isso não acontece, como nos sentimos frustrados? Não dá pra ficar parado esperando o mundo descobrir essa maravilha toda que você é!
Mas e se você tentar se libertar de todos os seus papéis e se livrar de todos os julgamentos que estes papéis te trazem? O seu papel na sua família, no seu trabalho, no seu núcleo de amizades. Ser apenas a sua essência, cheia de amor e aberta para todas as experiências. Ali você não precisa ser o melhor em nada, basta ser, não precisa provar nada para ninguém.
Aí você descobre que ser especial é uma prisão e para alcançar liberdade, Moksha, basta ser simples. E para ser simples é preciso estar presente.
Tá bom, e como eu faço isso?
Chamamos de Kleshas as formas de sofrimento que nos fazem viver essa roda de Sansara. São cinco, e quando você está preso a algum deles não consegue alcançar Moksha, que é o objetivo de todo yogi.
O primeiro é Avidya, ignorância. Quando a mente domina, vivemos em Maya, ilusão, não conseguindo distinguir o que é permanente e o que é transitório, trazendo à tona todas as outras aflições, os outros Kleshas.
O segundo, Asmita, é esse ego que falei acima, identidade que criamos, que está sempre tentando se sentir especial e quando isso não acontece se frustra. Às vezes somos movidos por este ego, ou seja, pelos resultados das nossas ações. Se temos sucesso nos tornamos soberbos, senão a nossa vida desaba.
O terceiro se chama Raga, o apego, necessidade de possuir coisas para conseguir obter prazer. Pode também estar vinculado a uma pessoa, uma espécie de obsessão por alguém. É tudo que nos atrai, nos distrai, que usamos para proteger nossa existência individual, pode ser poder, amor, segurança, reconhecimento. O perigo é não identificar sua transitoriedade.
Dvesha, traduzida como aversão, é o quarto Klesha. Quando vivemos algo que o resultado é indesejado, a nossa defesa é repelir qualquer possibilidade de reviver e, assim, bloqueamos outras oportunidades por medo de repetir. O fato de não desapegarmos deste passado faz com que ele fique mais presente ainda e nos faz criar preconceitos.
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O último é o medo da morte, Abhinivesha, o apego pela vida, que nos faz temer o fim dela. Este tema só a espiritualidade pode ajudar, acreditar que há um propósito maior, assim, saindo da ignorância, Avidya!
Então, feche seus olhos e observe que você não é só este corpo, nem só estes pensamentos, nem apenas estas emoções, entre em contato com a sua essência.
Hari OM.