Já ouviu falar em Kuan Yin? Considerada a mãe do budismo, reza a lenda que a “Deusa da misericórdia” da mitologia chinesa estava para entrar no paraíso celestial, mas parou no meio do caminho ao ouvir os gritos dos mais sofridos. Por essas e outras, o significado de seu nome é “aquela que ouve os lamentos do mundo”.
E o mais incrível de tudo é que Kuan Yin esteve entre nós, seres de carne e osso, e só após sua morte ganhou status de deusa, principalmente devido as suas ações enquanto esteve aqui na Terra. Considerada o símbolo máximo da pureza espiritual, ela andou pelo mundo e, após ver muito sofrimento, jurou proteger e amparar todos os humanos até que todas suas dores fossem curadas.
De acordo com o budismo chinês, Kuan Yin é a “Bodisatva” (ser iluminado) da compaixão. A estátua da deusa fica no templo Puji, na paradisíaca ilha de Putuoshan, na China. Seus visitantes acreditam que ela ouve todas nossas preces, e todos que se sintonizam com sua energia sentirão o quanto é dócil, gentil e, ao mesmo tempo, poderosa. Segundo seus devotos, basta mencionar seu nome para que o sofrimento e as dificuldades sejam atenuadas.
Representada em diversas formas, Kuan Yin pode ser vista acompanhada de um dragão, armada, numa flor de lótus ou em outras formas diversas. Aliás, não é coincidência ver que, nas pinturas de artistas tibetanos, linhagens de Budas e homens santos também aparecem flutuando sobre flores de lótus. Essa é uma forma de representar os tronos da espiritualidade suprema.
Na teologia Budista, Kuan Yin algumas vezes é reconhecida como capitã do “Barco da Salvação”, na qual conduz as almas ao “Paraíso Oeste de Amitabha”, local conhecido como “Terra pura” ou “Terra das bênçãos”. Lá as almas podem nascer novamente para continuar recebendo ensinamentos até alcançar a plenitude.
Assim como Artêmis, deusa da mitologia grega, Kuan Yin também é uma deusa virgem que ampara todos, mas, principalmente, mulheres e crianças. Percebeu que, frequentemente, as mãos da deusa formam um sinal característico? Então, esse é o “Yoni Mudra”, sinal que representa o útero como a porta de entrada para este mundo pelo princípio feminino universal.
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Enfim, a simplicidade demonstrada por Kuan Yin, ao interromper sua ascensão até o céu para curar as dores do mundo, é um forte sinal de fraternidade universal. Seus preceitos estarão vivos eternamente no coração de seus devotos, que sempre serão levados a um caminho de misericórdia e compaixão, tanto pelos outros quanto para si mesmos.
Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras