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Lições que podemos aprender com a parábola do Filho Pródigo

Quadro retratando a parábola
Barent Fabritius de Europeana CC0 Images / Canva
Escrito por Eu Sem Fronteiras

A palavra “pródigo”, segundo o dicionário, remete a um indivíduo “que esbanja, gasta mais do que possui ou necessita”. Ou seja, é uma pessoa que vive de aparências.
A parábola do filho pródigo faz uma imersão não só sobre esse assunto, mas também do nosso afastamento de Deus. Conheça melhor os ensinamentos dessa história!

A parábola do filho pródigo é uma das mais conhecidas da Bíblia Sagrada. Até as pessoas que não são cristãs já ouviram falar sobre o filho que é recebido com muita festa quando volta para casa. No entanto a história do filho pródigo não é um simples conto.

No conteúdo a seguir, você vai descobrir quais são os detalhes desta parábola bíblica, e qual é a grande lição que podemos aprender a partir dela. Assim, você vai entender por que a passagem Lucas 15:11-32, que apresenta o conto, é tão importante para nós. Confira!

A parábola do filho pródigo

Essa história nos conta sobre um homem e seus dois filhos. Um dia, o filho mais novo reivindica sua parte da herança e parte para conhecer o mundo, viajando a terras distantes. Enquanto isso, o filho mais velho permanece ao lado do pai.

O jovem logo gasta todo o dinheiro que ganhou, pensando apenas no seu prazer momentâneo. Desse modo, em um determinado momento, quando ele se vê sem nada e sozinho, longe de casa e na extrema pobreza, ele aceita cuidar de porcos para sobreviver. A fome que ele sentia era tanta que o rapaz quase se alimenta da mesma comida que era dada aos animais.

Mas então ele se recorda que, na casa do seu pai, todos os empregados tinham uma alimentação decente. Nesse ponto, já arrependido da aventura, ele decide voltar e pedir perdão a seu pai. O desespero faz o filho pensar até mesmo em pedir um trabalho como servo em sua casa para devolver o dinheiro que havia gasto.

Chegando à sua antiga casa, o filho mais novo é recebido com muita alegria pelo seu pai, que logo ordena que organizem uma grande festa para comemorar seu retorno. E então, no meio da festa, o filho mais velho chega. Ao observar o irmão com roupas novas e um grande banquete preparado especialmente para o caçula, ele tem uma reação oposta à de seu pai.

O irmão braveja que, mesmo nunca tendo abandonado sua família e sempre fazendo de tudo para agradar o pai, nunca recebia nada em troca. Já seu irmão, que foi irresponsável, ao voltar para casa foi recebido com uma grande festa!

O pai explica que ele não estava aprovando os erros do caçula, mas sim celebrando o seu arrependimento. Afinal um pai jamais poderia ficar zangado ao rever seu filho. A comemoração era pela volta desse filho que ele imaginava estar morto, e então é como se vivesse novamente!

Trechos da parábola do filho pródigo

Pai e filho de costas no meio da natureza, como se estivessem refletindo sobre a vida juntos
pixelheadphoto digitalskillet / Shutterstock

Para continuar aprendendo sobre a parábola do filho pródigo, separamos duas citações de versículos da passagem. Reflita a partir delas:

Quantos operários de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui estou morrendo de fome! Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti: já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus diaristas.”

Lucas 15:17-19

O arrependimento é um sentimento válido e pode ser muito produtivo. O filho pródigo arrependeu-se da escolha que fez, ao se dar conta de que até os funcionários do pai dele deveriam estar vivendo com condições melhores do que as dele, que estava longe de casa.

Em vez de continuar se lamentando por ter feito uma escolha errada, o jovem tomou uma atitude. Além de reconhecer que errou, ele decidiu pedir perdão ao pai, não para retomar a boa vida que tinha, mas para agradecer por tudo que sempre teve e não soube reconhecer.

Trazei-me depressa a melhor roupa e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também o novilho cevado, matai-o, comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho era morto e reviveu, estava perdido e se achou.”

Lucas 15:22-24

Acolhimento é o que todas as pessoas precisam para se sentirem amadas, queridas e respeitadas. Ele deve se fazer presente principalmente quando essas pessoas erram. O pai do filho pródigo foi capaz de acolher o filho mesmo depois de ele ter ido embora, em um gesto de amor e de carinho.

Mais do que isso, o pai mostrou que o perdão é essencial para manter os laços preciosos que construímos ao longo da vida. Afinal, se ele não recebesse o filho de volta, reconhecendo que ele seria uma nova pessoa a partir de então, a relação entre eles estaria perdida.

Que lição tiramos da parábola do filho pródigo?

Para entender a parábola, precisamos perceber que há um paralelo entre o pai da história e Deus. Todos nós somos filhos de Deus e, assim como o filho pródigo, quando nos desviamos do nosso caminho para saciarmos nossos desejos imediatos, estamos abandonando nosso pai.

Porém não importa o tamanho ou a intensidade dos nossos pecados. Os erros de um filho jamais serão imperdoáveis para Deus. No momento em que o filho mais novo volta para casa, ele está representando todos aqueles que se arrependeram de suas falhas e vão buscar o perdão de Deus.

Deus é um pai generoso, que sempre ficará feliz em acolher aqueles filhos que se arrependem de maneira sincera. Assim como um pai que não guarda rancor e ama incondicionalmente, Ele estará sempre disposto a dar uma nova chance para cada um de seus filhos.

O outro lado da história

Nós também podemos aprender com a história pela perspectiva do filho mais velho. Não devemos nos sentir injustiçados ou com inveja de alguém quando não enxergarmos reconhecimento pelos nossos esforços. Deus não nos ama pelo que fazemos a Ele, mas sim porque somos filhos Dele.

O amor do Pai Celestial é incondicional e jamais ficaremos desamparados. Também devemos aprender a ser mais generosos e receber de braços abertos aquele irmão que, por alguma razão, afastou-se, mas que agora retorna.

Porém engana-se quem pensa que Deus, na figura de Pai, tem o poder de sempre nos poupar da dor. Na parábola, o pai poderia ter proibido que o filho partisse com sua parte da herança, mas ainda assim ele permitiu que o caçula seguisse o seu caminho, ainda que isso fosse mais tarde lhe causar sofrimento.

Isso porque um pai sempre terá paciência para ensinar e entende que um filho também precisa aprender com os próprios erros. Somente após se arrepender o filho mais novo amadureceu e entendeu quais eram as prioridades de sua vida.

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Curiosidades sobre a parábola do filho pródigo

Silhueta de pai e filho pequeno em meio a um céu de pôr do sol
NadyaEugene / Shutterstock

A parábola do filho pródigo é uma das mais conhecidas da Bíblia, senão a mais famosa. Mesmo que você já tenha escutado a história algumas vezes, ela ainda esconde diversas curiosidades interessantes que só são descobertas quando investigadas de perto. Vamos conhecê-las a seguir.

Qual é a diferença entre a parábola do filho pródigo e da ovelha perdida?

Existe uma outra parábola contada por Jesus, de acordo com os relatos bíblicos, que é bem parecida com a do filho pródigo. É a parábola da ovelha perdida.

Nessa história, um homem que possuía 100 ovelhas percebeu que uma delas havia se perdido. Ele, então, resolve deixar as outras 99 no campo e ir atrás da ovelha perdida. Ao encontrá-la, ele fica muito feliz e a traz de volta para casa. No retorno, ele convida amigos e vizinhos para celebrarem o reencontro.

A moral da parábola é que sempre há uma festa no céu quando um pecador se arrepende. E a salvação de um pecador deve ser o principal motivo de celebração para que 99 justos não se arrependem de seguir o caminho correto.

Você deve ter reparado que essa história é bastante parecida com a do filho pródigo. Então por que Jesus contou parábolas semelhantes para passar o mesmo ensinamento? A resposta é simples: porque há uma diferença marcante entre a ovelha que se afastou do bando e o filho que saiu de casa.

Enquanto a ovelha se perdeu dos demais e daquele que tomava conta dela, o filho escolheu sair de casa para longe de sua família e de seu pai. Tanto é que o pastor foi atrás da ovelha, mas o pai não procurou pelo filho. Quem se perde, precisa ser encontrado. Mas quem opta pelo abandono, sempre sabe o caminho de volta.

O que distingue uma parábola da outra é justamente o ensinamento de que Deus sabe como e quando investir nas pessoas, porque alguém só é cuidado quando se permite ser.

Música sobre o filho pródigo

Focando agora a parábola do filho pródigo, existem diversas formas de refletir sobre a história — e elas vão muito além de ler a Bíblia. Para quem gosta de música, há diversas canções que trazem a crônica em suas letras.

“À Espera do Filho”, de Vanilda Bordieri, traz a visão do pai que espera angustiosamente a volta do seu filho mais novo, todos os dias aflito sem saber onde e como ele está.

“Filho Pródigo”, de Jamily, ressalta o lado do filho pródigo já arrependido. Em uma bela composição sobre se reencontrar com Deus, o eu lírico pede perdão pelo seu afastamento. O mesmo acontece na música de mesmo nome, interpretada por Mattos Nascimento.

Léa Mendonça faz o mesmo cantando “Quero Voltar”. Na canção, o filho pródigo conversa com Deus e reflete sobre as atitudes impensadas.

O que é ser um filho pródigo?

Pai e filho andando em um bosque
ljcor de pixabay / Canva

Mas, afinal, depois de mergulhar nessa parábola, você sabe o que significa ser um filho pródigo?

A palavra pródigo, segundo o dicionário, remete a um indivíduo “que esbanja, gasta mais do que possui ou necessita”. Ou seja, é uma pessoa que vive de aparências e gosta de torrar até o que não tem.

No caso, um filho pródigo é aquele que, na ânsia de viver desenfreadamente, se entrega às paixões e gasta os seus recursos até beirar a miséria. É uma pessoa ingrata ao trabalho árduo dos pais, que se esforçaram para adquirir o patrimônio do qual ela se beneficia.

Filmes sobre a parábola do filho pródigo

E, se você gostou da parábola do filho pródigo, talvez vá se interessar por ver a sua representação nas telonas. Existem diversos filmes religiosos que retratam a história da forma como ela é contada, mas outros apostam na adaptação do enredo para nos fazer pensar.

“Filho Pródigo” (1995) é um deles. Na obra, Micah é um garoto hebreu que se apaixona perdidamente por uma mulher pagã, Samarra. Movido por esse amor, Micah exige a sua parte da herança e viaja atrás de Samarra. Ela, no entanto, o faz perder o dinheiro e trair a própria religião. É só então que Micah percebe que deve voltar para a casa do pai.

Outro filme, mais recente, é “O Cidadão Ilustre” (2016). Na obra, Daniel Mantovani é um escritor de sucesso que aceita o convite para voltar à sua cidade natal depois de décadas. Passando por um bloqueio criativo terrível, ele retorna ao lugar que inspirou seus livros e o alçou ao sucesso. Porém ninguém na região o reconhece e o escritor é obrigado a se reinventar, compreendendo que o vazio só pode ser preenchido quando ele volta às suas origens.

Essa parábola explica bem a relação que Deus tem com o pecador. Nós sempre seremos aceitos de volta onde o amor for verdadeiro. Nunca será tarde demais para demonstrar seu arrependimento! Como pai, Deus não guarda mágoas de seus filhos e sempre ficará feliz ao tê-los por perto.

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