Em um mundo com tantos bilhões de seres humanos, é muito interessante pensar que cada um de nós é um universo coexistindo em meio a todos os outros. Tantos compromissos, necessidades (reais e imaginárias), urgências e afazeres podem consumir as energias e deturpar a visão de qualquer um que não exerça e faça uso da própria capacidade de manter o controle das situações.
A maioria esmagadora até pensa que está no comando da vida e que age da forma que realmente quer. As pessoas imaginam que fazem o que fazem devido às necessidades externas que surgem; acreditam que, a partir das circunstâncias, é que escolhem suas atitudes, mas não é assim.
Na real o que mais acontece é a prática (inconsciente) da célebre frase tão cantada e repetida, que diz: “Deixa a vida me levar”. E tal qual um coral incidental formado pelas multidões aleatórias encharcadas pela rotina, lá se vão as pessoas viverem vidas inteiras movidas pelo piloto automático, limitado e defasado, empobrecendo e reduzindo as possibilidades da existência.
Estar no, ou pelo menos, tentar recuperar e gradativamente “assumir o controle” da vida, exige uma quebra de padrões que foram se cristalizando ao longo dos anos. Quando falamos em assumir o controle, na verdade, nos referimos a tentar adotar uma tomada de decisões mais consciente em meio ao fluxo ininterrupto da existência.
Um dos primeiros passos nessa direção tem a ver com a escolha de olhar para dentro antes de qualquer outra coisa. Todos precisamos exercitar a capacidade de contemplar mais e melhor aquilo que representa o nosso universo particular. Devemos apreciar nossas próprias estrelas, observar as galáxias que giram em nosso mais profundo íntimo, mergulhar nos buracos negros em busca de luz, acompanhar a trajetória dos cometas que nos orbitam…
Essas ações até podem, em um primeiro momento, gerar certa insegurança, mas esta logo é substituída por uma sensação incrível de aventura e desbravamento do novo. Aquele sentimento arraigado no espírito humano, que levou o homem à Lua, é o mesmo que experimentamos ao embarcar nessa fantástica jornada.
Na esteira dessa ação inicial começa a nascer uma nova possibilidade (oportunidade)… É mais ou menos nesse ponto, lá dentro, quando estamos mergulhados em nós mesmos, que despertamos nossa capacidade de perceber o som do silêncio. Nosso silêncio. E escutamos a linda e exclusiva melodia silenciosa que toca em cada um. Então, de repente, passa ser possível, mesmo que rapidamente, ter um vislumbre sobre o que é realmente importante nessa vida, de modo que nossas escolhas estejam mais alinhadas a novas e boas possibilidades.
O externo, muitas vezes, nos LIMITA, enquanto o contato com o interno e tudo aquilo que temos de mais profundo, POSSIBILITA sentimentos, sensações, experiências e uma visão que nem sequer sonhávamos antes.
Podemos, devemos e queremos (?) olhar mais para dentro. A maior e melhor agência de viagens que existe somos nós mesmos, quando decidimos conscientemente embarcar na fabulosa odisseia interior.
Em alguns momentos da vida, é possível que todos tenhamos oportunidades de despertar do torpor coletivo, fugir dos pensamentos, conversas, ambientes limitantes e rumar para o arquipélago das possibilidades. Nesse lugar (estado, na verdade), somos tudo que queremos; tudo que sonhamos, somos tudo que mais amamos. Por isso, nossos quereres, quando ali estamos, são mais verdadeiros. São livres, leves e purificados dos desejos puramente nascidos no ego.
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Que não sejamos “cegos” do coração! Que não sejamos como pregos encravados nos escombros arrasados de uma mentalidade que já provou incontáveis vezes sua inutilidade.
É hora de expandir limites. É tempo de experimentar novas e incríveis possibilidades.