Qual seria o prazer de ultrapassar a linha amarela nas estações de metrô?
Todas as vezes que entro em uma plataforma, observo as pessoas que aguardam as composições que as levarão à seus destinos.
Amarelo é um sinal de alerta, de atenção. Foram diversas as vezes que ouvi saindo uma voz dos alto-falantes: “Respeitem a faixa amarela.” Ou “Não ultrapassem a faixa amarela para sua segurança.”
E de repente, olho para o lado e vejo alguém com seus fones de ouvidos, quase que entrando na via, distraída ou desafiadoramente, tentando enxergar a luz amarelada refletida nos trilhos, do veículo que me menos de um minuto, chega ao local de embarque e desembarque.
Será que a vida está tão arriscada que se tornar um acidentado em linha férrea é mais um caso do cotidiano da cidade grande?
Humanos, muitos de nós, amam viver à beira do perigo, achando que nada vai acontecer. Na maioria das situações, não acontece mesmo. Porém, a inconsciente forma de burlar uma regra é a que mais influi neste comportamento.
Usando o exemplo do transporte público, são muitas as linhas amarelas que homens e mulheres insistem em ultrapassar, contando que sairão ilesos, mesmo que estejam sendo invasivos ou não desejados.
O famoso termo “Não é não”, empunhado pelas mulheres nos últimos carnavais é um bom exemplo de invadir uma área que se tem permissão para entrar.
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Outra coisa interessante é aquela faixa amarela do “Se beber, não dirija” e quantos são os motoristas que fazem exatamente o contrário?
Há faixas amarelas que valem a pena serem encaradas como a busca de empregos para melhorar o salário, desenvolver outras habilidades desconhecidas, praticar esportes radicais, conhecer lugares “alternativos”.
Mas sempre que estou na plataforma, preocupo-me com quem ultrapassa aquela faixa amarela…