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Livro como terapia

Escrito por Eu Sem Fronteiras
A terapia da leitura

Com os avanços da tecnologia e a tendência “Twitter de leitura”, ou seja, o repúdio aos “textões” e ao desenvolvimento de pensamentos, parece ser cada vez menor o número de pessoas que leem livros. Hoje é possível uma pessoa se formar em História, por exemplo, sem pisar numa biblioteca. O lado bom disso é que ela pode ter acesso a praticamente qualquer livro do mundo devidamente traduzido, mas o lado ruim é que ela tem acesso a tantas distrações que tiram o seu foco.

O primeiro pensamento errado dessa sociedade contemporânea é ver a leitura como uma obrigação, em vez de uma terapia. Faz sentido, afinal por que ler um livro se posso assistir a série na televisão em apenas um clique? Mais rápido, mais prático, mais objetivo, menos enrolação e mais divertido. É um grave engano e que se dissemina cada vez mais. Por mais que obras cinematográficas possam ser bem adaptadas dos livros, o nível de aprofundamento é ínfimo. Não é possível perceber as peculiaridades na escrita do autor, as narrativas e todas as tramas que impossibilitam uma adaptação completa de qualquer livro. Por isso é que quase sempre os leitores se decepcionam com a adaptação cinematográfica de seus livros preferidos.

Existe uma série de empecilhos para se ler livros, ainda mais na vida adulta. Depois de um dia árduo de trabalho, quem nunca tentou ler alguma coisa e pegou no sono? Realmente não é fácil. Ainda mais no Brasil, em que os livros são taxados e algumas obras chegam a ficar bem caras, dificultando o acesso aos mais pobres. Aliás, uma vantagem da tecnologia é que a possibilidade de baixar alguns livros em PDF reduz bastante os custos.

Para quem está com problemas ou passando por dificuldades, o livro oferece a oportunidade única de nos teletransportar para outras dimensões. Quem nunca se viu mergulhado numa história e preso em cada página para saber o que vai acontecer não poderá nunca afirmar que já teve todas as experiências deliciosas da vida.

Como qualquer terapia, ela precisa ser experimentada e, posteriormente, transformada em hábito nas nossas vidas. Comece a ler livros pequenos, pois assim você não irá se desestimular. Quando tornar a leitura algo presente em sua rotina, os livros grandes que você aprecia parecerão pequenos e acredite: quando terminá-los, acabará se sentindo “órfão” temporariamente até arrumar uma nova história para mergulhar. Aliás, quem sabe até se arrisque em criar uma própria história e descobrir um dom em você que não conhecia até então.

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A leitura e a escrita são duas irmãs pelo fato de que uma aprimora a outra. Lembro-me do primeiro livro que li, inclusive obrigado pela escola. Foi uma adaptação de um clássico do escritor Victor Hugo chamado “Os Miseráveis”. Começou “chatinho”, mas foi me prendendo com o passar das páginas para saber como Jean Valjean conseguiria alcançar sua redenção. Muitos gostam de ler primeiro e depois ver o filme da história para não se decepcionar. Confesso que algumas vezes optei pelo caminho inverso com o objetivo de me aprofundar na narrativa que me agradou no filme.

A adaptação cinematográfica de Lolita é muito boa, tanto a primeira quanto a segunda versão. Somente lendo o livro pude perceber depois a maneira peculiar e provocativa que o autor Nabokov utilizou para narrar a polêmica paixão de um homem por uma adolescente. Não só o livro, mas o contexto histórico dele e os impactos da época em que foi lançado também são maneiras de adquirir conhecimento, portanto, verdadeiras terapias para todos nós.


Escrito por Diego Rennan da equipe Eu Sem Fronteiras

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