Energia em Equilíbrio Yoga

Iluminação ou frustração?

Escrito por Pedro Kupfer

É possível que estejamos vivendo a espiritualidade há um bom tempo, que tenhamos praticado muita meditação, feito muitos cursos e vivenciado lindas experiências místicas. E apesar de tudo, é possível, também, que sintamos que algo nos falta.

Mesmo que já tenhamos ouvido tudo aquilo que precisamos sobre nós mesmos e, apesar de talvez já conhecermos a solução para o sofrimento humano, ainda alimentamos a crença de que conhecer a nós mesmos, em toda a nossa plenitude, não é algo que mereçamos.

Essa sensação de carência ou culpa, de que algo está faltando resolve-se, em todos os casos, assumindo a felicidade que já somos. A tendência de separar a liberdade do Yoga das pequenas coisas do dia a dia, como se fossem de universos paralelos, é algo que todos fazemos.

Mas a plenitude é compatível com as pequenas coisas que vivemos, mesmo quando as práticas não funcionam como desejamos. A decepção com os erros nos leva às reclamações, carregando nossos corações com emoções indesejadas, nos deixando infelizes e frustados.

Este tipo de sentimento faz parte da emoção natural dos seres humanos. A questão é que eles não devem durar muito, nem podem ficar muito tempo pesando na nossa mente.

Se reparamos que estamos presos dentro de emoções que nos bloqueiam dessa maneira, pensemos nas solucões práticas aplicadas por mestres com a estatura espiritual do Dalai Lama, por exemplo.

Certa vez perguntaram a ele: “O senhor não sente raiva?”, ao que respondeu: “É claro que sinto raiva, mas ela dura somente cinco minutos!”.

Se a nossa frustração durar mais do que isso, precisamos agir conscientemente, voltando-nos para o agora, para o ensinamento que nos mostra que já somos aquilo que buscamos.

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Simplifiquemos as coisas, aceitemos o nosso ego como ele é e mentenhamos o foco no milagre da vida que acontece em cada instante diante dos nossos olhos.

Não há necessidade de esperar para assumir o Ser Pleno que somos. Só precisamos manter o foco na compreensão da felicidade essencial e assim, evitar julgamentos negativos ou comparações desnecessárias. Que possamos deixar as atitudes destrutivas de lado, para nos reconhecer como felicidade agora, sem deixar nada para depois.

E acima de tudo, que reconheçamos o amor ilimitado e incondicional que alimenta e sustenta todos os seres vivos, firmemente estabelecidos a visão do ilimitado.

Namaste!

Sobre o autor

Pedro Kupfer

Pedro vive de vegetais, praia e surf. É casado com Ângela Sundari, com quem viaja com frequência para surfar, estudar, ensinar e compartilhar momentos bons com os seres humanos, plantas e animais deste belo planeta. Ensina Yoga há 30 anos. Move-se entre Portugal, Brasil, Índia, Indonésia e Chile, lugares que ama por diferentes motivos, sendo o mais importante de todos, as pessoas que conhece neles.

Oṁ Gaṁ Gaṇapataye namaḥ!

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