Faz muito tempo que deixei de compreender a missão “mãe” como algo glamouroso. Sim, ser mãe é verdadeiramente uma missão e acredito que, mais do que ser mãe, a questão é ser mulher. Tenho amigas que decidiram não ter filhos, outras não puderam, outras os tiveram e assim por diante. Nem por isso deixaram de ser mães.
Como missionárias, temos nossos momentos de fraqueza, nossas dúvidas, nossas delícias, nossos medos e tudo o que envolve a responsabilidade de cuidar de um outro ser. Trazer à vida, educar, ensinar e dar as diretrizes para que possam seguir de maneira a se tornarem adultos íntegros, completos e felizes. Falhamos diversas vezes em nossas missões e, na maioria das vezes, as coisas não saem exatamente como “planejamos”. Apesar disso, o importante é ter a humildade de admitir que não temos poder para isso.
Ser mãe é um exercício diário de aprendizado que, ao contrário do que se pensa, pode acontecer com os papéis trocados: hoje, aprendo mais com minhas filhas do que posso ensinar a elas. Aprendo que o amor é meu, mas que a vida é delas. Que os planos são meus, mas que os desejos e realizações são delas. Que o que parece mais adequado para mim, pode ser o mais distante daquilo que é correto para elas. E assim vamos, mães e filhas aprendendo juntas a nos tornar seres mais completos.
Quando falo que mães duram muito estou falando do quanto nossas atitudes, palavras e a forma de nos colocar diante dos filhos pode atingir e permanecer na alma e na essência deles. Quantas crenças nós, mães, não transmitimos sem que nos déssemos conta de que elas podem ser muito pesadas para eles.
Cada um interpreta cada uma delas à sua maneira. Cada uma terá um impacto em suas vidas. Cada uma deflagrará uma atitude diversa perante nossos “ensinamentos”. Carrego várias dessas crenças até hoje e tenho buscado aprender como me libertar delas. Outras, positivas que são, me ajudaram a passar valores como respeito e ética.
E quer saber? É muito melhor admitir que não detenho verdade alguma, aceitar o caminho que cada uma escolhe é libertador. Por mais que doa para aceitarmos, precisamos confiar e acreditar que a energia que empregamos (e não gastamos!!!) no “educar” tem um grande valor quando percebemos que nossos filhos estão fazendo suas próprias escolhas.
E, mesmo sabendo que essa “figura materna” viverá para sempre, seja pelos bons ou maus momentos, me orgulho muito de ser mãe!
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