Autoconhecimento Relacionamentos

Me apaixonei por outra pessoa, e agora?

Homem e mulher de mãos dadas
Tan Danh / Pexels
Escrito por Eu Sem Fronteiras

A paixão, às vezes, é sorrateira: vem surgindo aos pouquinhos, e, quando vemos, já está enorme. Outras vezes é forte e violenta: chega fazendo barulho e mudando tudo, virando nosso mundo do avesso… mas e quando uma dessas coisas acontece enquanto já estamos em um relacionamento amoroso?

Por causa de uma falsa moralidade da nossa sociedade, que ignora que todos cometemos erros e que muitos deles não são culpa nossa, crescemos considerando que gostar de duas pessoas ao mesmo tempo é mais do que criminoso, é um pecado! Mas a verdade é que isso acontece com frequência.

Se está acontecendo com você, se você conheceu alguém por quem se apaixonou, porém está numa relação já estabelecida, podemos ajudar você a organizar esses pensamentos e sentimentos para conseguir tomar a melhor decisão possível no momento. Confira nossas dicas.

É amor ou desejo?

Antes de mais nada, é importante pensar na natureza disso que você está sentindo por essa pessoa. É algo mais profundo, como amor? Ou é algo mais superficial e intenso, como uma paixão ou um desejo?

Casal de homem em mulher se beijando
Katie Salerno / Pexels

Conseguir diferenciar a força e a profundidade desse sentimento é essencial para decidir o que vem a seguir. Porque lidar com uma vontade, como você deve saber, a depender da sua experiência com relações amorosas, é bem diferente de lidar com amor.

Não sinta culpa

Não temos culpa sobre aquilo que sentimos e pensamos. Sentir e pensar não está sob nosso controle, então não é nossa culpa se desenvolvemos sentimentos por alguém, se nos apaixonamos, e por aí vai. Não se sinta traindo seu parceiro por sentir algo que nasceu em você sem que você escolhesse.

Mas o que fazemos com o que sentimos e pensamos, isso, sim, é culpa nossa. Se você percebe algo surgindo e se mantém perto, alimentando, isso é uma decisão. Afastar-se é uma decisão. Enfim, por isso, é importante passarmos ao próximo passo: pensar, o quanto antes, em quais são as opções.

Pense no que fazer

Antes de fazer alguma coisa, pense no que fazer. Sério. É bem importante tomar uma atitude depois de refletir. Se você, por exemplo, comete uma traição por impulso e depois se arrepende, conviver com a culpa pode ser bastante complicado…

Bem como afastar essa pessoa por impulso, mas depois descobrir que era ela quem você queria pode ser bem ruim. Então, depois de analisar o que é esse sentimento, a profundidade e a intensidade dele, pense em quais são as suas opções, que geralmente envolvem deixar pra lá, cometer uma traição ou encerrar a relação atual.

Mulher pensativa
Monstera / Pexels

A traição foi incluída como uma opção, mas aqui vai um aviso: responsabilidade afetiva pode salvar uma vida, bem como a falta dela pode prejudicar muito a vida de alguém. Então pense no seu parceiro, em como ele ficaria machucado com uma traição e em como ele possivelmente levaria traumas para o resto da vida.

Com base nisso, pense se é mesmo justo ferir alguém a esse nível por causa de uma postura egoísta de querer tudo ao mesmo tempo – o relacionamento e a paixão. Tente, ao máximo, não ferir ninguém.

Quais são as lacunas?

É possível que essa paixão tenha surgido porque você simplesmente conheceu uma pessoa que achou incrível, mas é muito provável que a relação com essa paixão entregue (ou ao menos prometa entregar) algo que o seu parceiro não entrega. Então pense em quais são essas lacunas e faltas.

A vida sexual está como você deseja? Você tem recebido o carinho, a atenção e o apoio de que gosta? Os seus planos com essa pessoa ainda estão em curso? Há algo nela que a irrita? Ela machuca você? Você passa mais tempo feliz ou infeliz na relação atual? Enfim, perguntas como essas vão ajudar a entender se há algum problema.

Converse com seu parceiro

Independentemente de qual seja a sua decisão, conversar com o seu parceiro é essencial, a não ser que você queira traí-lo e correr o risco de machucá-lo e atrapalhar a vida dele de maneira que pode até mesmo ser irreversível.

Duas mulheres conversando
John Diez / Pexels

Comunicação e possibilidade de dialogar sem medo são fundamentais numa relação. Então conversar com seu parceiro a respeito dessas lacunas, para corrigir o que pode ser corrigido, expor suas insatisfações e permitir que ele também exponha as insatisfações dele.

Contar a respeito da sua paixão é uma opção sua. Se for fazer isso, tome bastante cuidado. Imagine-se no lugar do seu parceiro, descobrindo algo assim inesperadamente… Então vá com delicadeza, com calma e se esforçando para que ele não se sinta pior do que provavelmente já vai se sentir.

Se for preciso, afaste-se

Se você decidiu se manter no seu relacionamento atual e simplesmente evitar essa paixão, talvez o melhor a ser feito é se afastar. E se afastar não somente de maneira física, mas também digital e, o mais difícil, do pensamento.

Somos humanos, e, como você sabe, nenhuma decisão que tomamos é definitiva. Então, se você quer manter sua relação, mas fica se expondo à “tentação” com frequência, pode acabar colocando toda a sua racionalidade a perder por estar exposto a esse intenso sentimento que nutre por essa pessoa.

Mulher séria olhando para frente
Alex Green / Pexels

Há uma outra solução, que é paliativa e não definitiva: pedir um tempo e dar um “pause” na relação. A linha entre fazer isso e colocar um ponto-final no relacionamento, terminando, é bastante tênue, e cada casal vai definir isso de uma forma. Mas, ao pedir um tempo, você consegue, pelo menos, deixar o que está sentindo fluir sem os problemas de uma traição.

Mas lembre-se: não transforme ninguém em um plano B. Seja sempre honesto e sincero a respeito de como as coisas estão em você e evite fazer com que alguém fique esperando uma resposta que você não sabe quando – ou se – será capaz de dar. Tenha responsabilidade afetiva.

Relacionamento aberto?

Esse é um tópico que merece ser tratado com delicadeza, porque depende muito da dinâmica do casal e de você sentir se é um assunto que será bem recebido, ou ao menos compreendido, pelo seu parceiro.

Atualmente, muitos casais mantêm um relacionamento aberto, ou seja, continuam cultivando sua relação, mas são livres para se relacionarem com outras pessoas, seja sexualmente, romanticamente ou até mesmo na criação de uma intimidade. Se você acha que isso cabe na sua relação, pode ser mais uma opção.

Não seja 100% egoísta

Apenas reforçando o que foi explicado anteriormente, ser egoísta e cometer uma traição, envolvendo outras duas pessoas em uma confusão emocional sua, é uma opção, mas é a pior opção sempre. E não por moralismo ou por considerar isso errado ou falha de caráter.

A traição é perigosa porque, com ela, você passa a dar esperanças à pessoa por quem está apaixonado (seja qual for a esperança – de mais beijos e sexo a estar junto numa relação) e passa a trair a confiança e a enganar o seu parceiro atual.

Você também pode gostar

O problema disso tudo é que, por não ser uma relação aberta, mais cedo ou mais tarde alguém vai se ferir: a sua paixão, por ter suas expectativas frustradas, o seu parceiro, por descobrir tudo, você, por se meter num problema que não consegue resolver… Enfim, responsabilidade afetiva sempre!

Agora que você pensou um pouco a respeito do que é possível fazer após se ver apaixonado por alguém, mesmo estando em um relacionamento, chegou a hora de refletir e tomar uma decisão. Você não precisa (e provavelmente não vai conseguir) agradar a todos os envolvidos com sua decisão, mas tente ser honesto e ter responsabilidade afetiva com todos.

Sobre o autor

Eu Sem Fronteiras

O Eu Sem Fronteiras conta com uma equipe de jornalistas e profissionais de comunicação empenhados em trazer sempre informações atualizadas. Aqui você não encontrará textos copiados de outros sites. Nossa proposta é a de propagar o bem sempre, respeitando os direitos alheios.

"O que a gente não quer para nós, não desejamos aos outros"

Sejam Bem-vindos!

Torne-se também um colunista. Envie um e-mail para colunistas@eusemfronteiras.com.br