Autoconhecimento Convivendo

Medos e inseguranças

Homem parado em frente a parede gigante de concreto, com abertura no meio por onde passa um feixe de luz.
Escrito por Anne Moon

Inseguranças e medos. Insegurança ao falar em público, com o próprio corpo, em tomar decisões, de entrar em situações novas… Medo de altura, do escuro, de aranhas, de lugares fechados…

Existem tantas coisas, muitas que nem conseguirei citar nesse artigo, as quais trazem insegurança e medo em boa parte da população mundial.

Me veio a ideia desse tema para um artigo, para debater sobre, após eu ter visto algumas opiniões sobre o medo que achei um pouco polêmicas, mas que vale a reflexão.

O que seriam medo e insegurança? De onde surgiram? Seriam coisas positivas ou negativas? Como afetam nossas vidas no geral?

Primeiramente, vamos refletir sobre o conceito de medo e insegurança.

Silhueta de pessoa parada em frente a janela com tela de proteção.

Medo seria uma resposta afetiva a alguma situação de perigo, se sentir ameaçado. Temor ou receio em relação a algo, ansiedade justificável ou não.

Já a insegurança é a sensação de não estar seguro e protegido. Falta de confiança em si mesmo, suas habilidades e capacidades.

Pare e reflita agora. Traga as suas inseguranças e medos para uma luz analítica. Reflita, conseguiria me nomear cada um deles, as origens e gatilhos?

Podemos dizer que a insegurança gera o medo. Quando algo nos tira da zona de conforto, algo que é desconhecido, novo para nós, ficamos inseguros, por não saber como lidar e assim o medo é gerado.

Vamos trazer as inseguranças e medos mais comuns que existem que citei no início do artigo, para podermos fazer uma análise e descobrir o porquê termos tantos medos e inseguranças.

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Sendo a pessoa insegura em tomar decisões, falar em público e “entrar de cabeça” em situações novas, ela não confia em si mesma, em seu próprio potencial, talvez por algum trauma, ou por ter sido desacreditada durante a infância ou adolescência, assim crescendo e chegando na fase adulta com essa crença sabotadora sobre si mesmo. Esse sabotador fica fixo no inconsciente até que haja uma limpeza, e acrescentar uma crença de expansão para preencher esse espaço e assim essa crença auto sabotadora não retornar. É a mesma coisa na insegurança com o próprio corpo. Desde a infância ouvindo que ou está magra/o ou gorda/o, a mídia impondo um padrão estético…

E quanto ao medo? Vamos falar sobre o medo. Sendo ele uma resposta emocional à alguma situação de perigo, também está relacionado a antigos traumas. Seja consciente, racional ou não. Seja nessa vida ou em vidas passadas, situações traumáticas que passamos em alguma encarnação e levamos esse trauma para outras reencarnações.

Sim, uma situação traumática que tivemos em alguma vida passada, vamos carregar para próximas reencarnações. Existe o corpo físico e o metafísico (alma, aura, espírito, a essência, o “eu sou”), certo?

Esse corpo físico carrega o metafísico com várias informações de outras vidas e se junta com as informações de quem estamos sendo nessa vida.

Silhueta de pessoas andando perto de incêndio.

Por exemplo, se em uma vida passada, você sofreu um acidente, é muito provável que leve memórias inconscientes do ocorrido para uma outra vida. Assim como momentos bons, seus hábitos e conhecimento.

Existe um caso bem conhecido de reencarnação que foi até documentado pelo History Channel, o caso das gêmeas Pollock. Em 5 de Maio de 1957, Jacqueline e Joanna, de 11 anos, viviam na Inglaterra, quando sofreram um acidente com uma carruagem com cavalos desenfreados, assim, as duas sendo atropeladas.

Depois de mais de um ano, os pais das gêmeas Pollock tiveram novamente filhas, Gillian e Jennifer, nascidas 4 de outubro de 1958. Quando começaram a falar, os pais notaram umas coisas curiosas sobre as meninas. Elas mencionavam o acidente que aconteceram com suas falecidas irmãs, muito detalhadamente (os pais nunca haviam falado sobre), assim como aspectos da casa, da população. Mesmos hábitos que Jacqueline e Joanna (Gillian recordava lembranças da vida de Joanna, enquanto Jennifer recordava de Jacqueline).

A coisa mais intrigante nesse caso foi o fato das duas terem medo de carro, isso era visível pelas suas reações aos carros que passavam na rua.

Incrível esse caso, não? Elas possuíam uma aversão a carros por conta de um acidente. Reparem no nível de consciência que elas tinham ao ponto de falar do que ocorreu nos mínimos detalhes, até as sensações que aquilo causou.

Enfim, fica a seu critério acreditar ou não, o respeito continua o mesmo.

Três pessoas no fim de um túnel.

Voltando ao assunto sobre medos e inseguranças, existem casos em que a origem é genética.

O medo e a insegurança alteram as reações químicas do cérebro, alta carga de adrenalina, noradrenalina e cortisol. Não apenas altera a parte química cerebral, mas também o próprio DNA.

Isso foi descoberto em uma pesquisa feita pela Universidade de Emory, em Atlanta, efeitos do medo, usando ratos como cobaias. Expuseram pequenos roedores ao aroma da flor de cerejeira, associando o cheiro a choques elétricos. Após esses animais se reproduzirem, duas gerações desses ratos reproduziram o medo daquele cheiro.

Ou seja, o medo não somente pode ser transmitido aos filhos de forma comportamental, se espelhando no comportamento ou por determinadas crenças de medo e insegurança terem sido incutidas na mente; mas também pela genética, o DNA.

A energia do amor é muito poderosa, mas a energia do medo é também muito poderosa.

Mas por que sentimos tanto medo e temos tantas inseguranças? Por que não conseguimos nos livrar disso?

Alguns espiritualistas, psicanalistas e especialistas em linguagem corporal dizem que o medo é antônimo do amor, pois é possível você amar a pessoa e ter raiva dela (não ao mesmo tempo, claro); mas quando há a aversão e desprezo que trazem o medo, aí que você conclui, logo pela linguagem corporal, que o amor acabou.

Dizem que o amor move com muito mais fluidez as coisas e vamos combinar, quando fazemos com amor, é muito melhor e parece que as coisas naturalmente entram em fluxo, as coisas ficam alinhadas, harmonizadas.

Quando tratamos o assunto “medo”, aí é que rende um longo debate. Eu sempre escutei que o medo seria algo bom para nos alertar sobre o perigo, mesmo algumas pessoas me dizendo que o medo é paralisante, que nos impede de darmos um passo à frente.

Essa última afirmação me fez repensar o meu conceito sobre medo.

Vamos avaliar quais são as nossas reações quando estamos com medo. Paralisia, respiração ofegante, sensação de impotência, stress e ansiedade. Tem sentido dizerem ser o oposto do amor.

Mulher sentada em rede muito alta sob prédios em cidade grande.

Embora seja um sentimento negativo, é bem diferente de sentir raiva. Não que seja algo legal de sentir, mas às vezes, como eu disse, é a raiva que te dá o impulso para se mover. Quando bem trabalhada, claro. Como eu havia dito em um artigo anterior, tem momentos em que se você não demonstrar e externar sua raiva, as coisas continuam na mesma, continuaremos na mesma situação. Às vezes o universo pede um pouco da nossa raiva, para que possamos nos livrar de certas situações e para acordarmos e tomar alguma ação. Além do mais, o sentimento da raiva tem a ver com o nosso instinto mais primitivo, o da autopreservação. Sim, há três elementos primordiais existentes no ser humano (você tendo consciência disso ou não): alimentação, sobrevivência e reprodução da espécie. Mas e quanto ao medo? Não faz parte de nenhum desses instintos primitivos do ser humano, o instinto de sobrevivência só nos diz duas coisas: lutar ou fugir diante de situações difíceis, mas o medo nos paralisa, não nos permite avançar na vida, ficamos em choque em situações de medo.

“Mas Anne, é o medo que nos faz não fazer besteiras que arrisquem nossas vidas”.

Não é o medo que evita que nós, por exemplo: não saltemos de um penhasco, entre na jaula de um urso ou leão, de colocar nossa mão no fogo… Mas sim o bom senso.

O bom senso é racionalizar as consequências de nossas ações, é saber que se tomarmos tal atitude, o resultado não seria bom. É o nosso instinto de preservação.

“E se formos perseguidos por animais selvagens e a única forma de nos salvar fosse pular de um desfiladeiro?”

Isso seria pouco provável, a não ser que você seja uma espécie de Richard Rasmussen ou um Bear Grylls da vida, que estão sempre em lugares extremos, lidando com animais selvagens.

Mesmo se esse for o seu caso, ainda sim é o bom senso que te faz pensar “Ou eu pulo do desfiladeiro ou sou atacada por animais selvagens”. Não é o medo, pois o medo sendo o contrário do amor, é o contrário do respeito. Pois o respeito é o princípio do amor e se você tem medo de algo ou alguém, você não ama essa determinada coisa ou pessoa.

Corredor sombrio com portas de emergência abertas

“Mas Anne, todos nós possuímos medos, até você tem medos… E agora? O que fazer?”

Temos que refletir sobre como os medos têm atrapalhado as nossas vidas, sem julgamentos ou pressão. Sabe? Vejo muitas pessoas dessa área de desenvolvimento pessoal e espiritualidade falando de uma forma extremista sobre o medo. Sei que não devemos vibrar no medo, o medo é sim algo negativo e é legal esses coachs abrirem os olhos de seus coachees de acordarem e se libertarem do medo, mas eu os vejo numa cobrança, pressão, parecendo amaldiçoar, dizendo que a vida dessa pessoa está no buraco, na lama por conta do medo. Vai empurrando mais ainda seu aluno para dentro desse processo de inseguranças e medos, criando neles novos medos e inseguranças, de se dar mal na vida, de ser incapaz e impotente.

Esse coach dá uma resposta pronta, faz o atendimento de uma forma a criar uma dependência em seu coachee, seguindo uma forma tradicionalista do ensino de ser o único detentor do conhecimento, seus alunos sendo meros receptores desse conhecimento.

Não querendo criticar o modo tradicional de ensino, acho esse sistema bem válido em algumas situações, mas tem outras que não cabem essa forma de ensino.

Falo isso como alguém que teve experiência em sala como professora de português e eu via que os alunos se formavam, sem ao menos saber a história da língua nativa do Brasil, acham que o nosso idioma veio somente do português europeu, sendo que não. Há várias línguas que influenciam o nosso idioma. Passam-se anos e permanece a mesma forma de educar e é por isso que muitos alunos não conseguem levar adiante o que o professor passa de conteúdo a eles.

Tem que haver um incentivo a autonomia quando se ensina e quando se fala em questões pessoais como medos e inseguranças, é mais necessário ainda.

Mostre o caminho, mas deixe que a pessoa dê os passos, para que ela aprenda e apreenda o que foi ensinado.

Você tem algum medo ou insegurança? Pois todos nós temos, eu mesma tenho meus medos e inseguranças também aos quais ainda tenho que lidar, afinal não sou de aço.

Mão humana emergindo de pântano.

Para trabalhar isso em nós, temos que seguir um caminho por nossas próprias pernas. Ver de onde veio esse medo, insegurança, quais foram os gatilhos, ressignificar isso. Não existem respostas prontas, nem posso te dar isso ou percorrer nesse caminho por você.

Enfrentar medos e inseguranças nos exige um autoconhecimento, que é algo contínuo, estamos todos os dias nos conhecendo cada vez mais, temos todos que fazer esse caminho com nossas pernas, porque ninguém pode fazer esse caminho por você e nem espere respostas prontas ou que apenas concordem contigo.

Já fui procurada por algumas pessoas que pediam conselhos e ajuda quanto aos medos e inseguranças e infelizmente não as atendi por esses três motivos: essas pessoas me falavam “Ah, mas é difícil”, “Ah, mas o meu caso é diferente” e eu percebia que elas só queriam que eu respondesse o que elas queriam ouvir, que eu concordasse com elas e falasse: “É mesmo, é difícil, seu caso é único, impossível de resolver. Poxa, que complicado” e dar uma fórmula mágica, uma resposta pronta.

Não posso fazer isso. Primeiro que eu não posso impor a ninguém a minha forma de pensar e nem posso interferir na evolução de alguém. Como falei, há pessoas que precisam de tempo para evoluir, ou nem chegam a evoluir e tudo bem. Vamos aprender a conviver com opiniões diferentes.

Não sou a fada madrinha da Cinderela, que com uma varinha de condão, a princesa já está prontíssima, fina e plena para a festa, apesar de que a fada só poderia ajudá-la até aquele ponto, o resto dependeria dela mesmo.

É igual quando somos crianças. Na fase da infância, nosso cérebro é como um caderno em branco que é preenchido ao longo do tempo com nossas experiências internas e externas, certo? As pessoas que cuidam de nós nos pegam pela mão no início de nossas vidas para nos ensinar o básico (Ex: andar, falar e escrever), pois não desenvolvemos esse conhecimento ainda nas primeiras fases de vida, por isso precisamos de alguém para praticamente tudo, mas quando chegamos à certa idade, não cabe mais essa dependência, criamos ou deveríamos ter essa autonomia.

P.S: autonomia(independência) é diferente de autossuficiência (Não preciso de ninguém, eu sou uma “ilha” – AGUARDE PRÓXIMOS ARTIGOS!)

Sobre o autor

Anne Moon

Anne Moon é uma escritora graduada em letras que nasceu e mora em São Paulo com seus pais e com o irmão mais velho. Desde criança adora escrever e contar histórias. Antes dos 10 anos já havia escrito duas histórias de ficção e uma biografia, e aos 14 anos começou a escrever o primeiro volume, “The Rise of the Fallen”, da série de livros “Dark Wings”

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