Estar de bem conosco não é uma tarefa instantânea nem tão fácil quanto parece. Mas não é impossível, apenas demanda de nós uma intensa disposição para poder praticar o autocuidado e o amor-próprio. O primeiro passo é se dar conta de que precisamos nos amar e nos aceitar como somos, entendendo e respeitando nossos defeitos na mesma proporção em que abraçamos e exaltamos nossas qualidades. O próximo passo é não se importar com o que as pessoas acham de nós e ter a consciência de que a opinião delas tem a ver somente com elas mesmas.
Tudo bem que na teoria pareça mais fácil, mas com o hábito vai ficando menos complicado praticar o autoamor. Existem várias técnicas que podem dar aquela forcinha nesse início. Uma delas é o reiki, uma prática oriental em que as mãos são usadas para transferir energia de uma pessoa para outra.
O que é o reiki
Redescoberto no Japão, no início do século 20, o reiki remonta à antiga arte budista de canalizar a energia usando as mãos. O nome “reiki” significa “energia vital universal” (do japonês: “rei” = sabedoria divina ou universal; “ki” = energia da força vital). Trata-se de uma terapia holística que enxerga o indivíduo na sua totalidade: corpo, alma e mente.
Consiste na transferência de energia entre pessoas, por meio da imposição das mãos. Graças a essa ação, são alinhados os chakras (centros de energia do corpo), o que resulta na promoção do equilíbrio energético, necessário para preservar o bem-estar físico e mental.
É por isso que o reiki é essencialmente efetivo para nos ajudar nas questões emocionais, pois ele canaliza as nossas energias, restaurando nossa saúde de forma integral. O reiki pode ser aplicado tanto nas pessoas como nos ambientes, e até mesmo em animais.
Como funciona o reiki?
O praticante do reiki – chamado reikiano – faz a captação de energia por meio de sintonização mental: a energia penetra pelo seu chakra coronário (localizado no alto da cabeça), passa pelo chakra cardíaco (localizado na área do coração) e é distribuída pelas mãos.
É a partir daí que o reikiano transmite a energia para o seu paciente. Essa energia canalizada beneficia tanto quem aplica quanto quem recebe a técnica. E o processo não prejudica o ki do reikiano, pois ele retira a energia do Universo, portanto não há desgaste nessa ação.
A aplicação do reiki recompõe a aura do paciente. Graças à frequência da vibração da energia reiki, que é mais alta, as energias dissonantes buscam o equilíbrio, aumentando o padrão vibratório. Com isso, nossos centros de energia são “higienizados” e reativados, o que faz com que a energia flua de maneira harmônica.
E o mais interessante de tudo é que o reiki não tem efeitos colaterais nem contraindicações, então pode ser aplicado em conjunto com outras técnicas alternativas ou tradicionais.
Benefícios do reiki
Além de limpar e ordenar o nosso campo energético (alinhando os chakras e melhorando o fluxo de energia), o reiki é uma ótima alternativa para reduzir o estresse e a ansiedade por meio da promoção de equilíbrio hormonal. A técnica também ajuda na desintoxicação do organismo (beneficiando órgãos como rins, fígado e intestino), graças ao aumento do nível e da qualidade do sangue, o que favorece o fortalecimento da imunidade.
Para quem está em desequilíbrio emocional, o reiki é um excelente auxiliar, pois facilita no processo de libertar as emoções. O reiki ajuda o paciente a entender as situações pelas quais está passando e a se enxergar como responsável e ator de sua vida, incumbido de buscar mudanças em seu comportamento.
Sentimentos como criatividade, calma, serenidade e autocontrole são beneficiados com a técnica. Já a impulsividade e os sintomas de depressão e síndrome do pânico são minimizados.
Usando o reiki a favor da autoestima
O reiki tem cinco princípios fundamentais. Como o objetivo da prática do reiki é a melhoria do corpo e da mente, fruto de um contínuo desenvolvimento pessoal, esses princípios, elencados a seguir, servem como guias para nossos passos em direção a esse objetivo.
Só por hoje:
1. Não sinto raiva
2. Confio/Não me preocupo
3. Sou grato
4. Trabalho com afinco
5. Sou gentil e bondoso
Com base nesses cinco princípios, podemos fazer uma interpretação subjetiva e aplicar no nosso dia a dia, em busca do aperfeiçoamento dos nossos sentimentos e da nossa autoimagem. Leia esses pensamentos e tente aplicá-los de forma a refletir sobre o quanto você precisa capacitar a sua autoestima. Pratique todos os dias e absorva como se fosse um pequeno mantra da felicidade consciente, aquela que te permite se aceitar e se amar sem a necessidade de provar algo aos outros, aquela que te incentiva a estar em paz consigo mesmo!
Quando for mentalizar, pronuncie junto com cada princípio a expressão “só por hoje” (só por hoje não sinto raiva; só por hoje não me preocupo; só por hoje sou grato; só por hoje trabalho com afinco; só por hoje sou gentil e bondoso). Essa expressão significa que devemos viver um dia de cada vez. Trata-se de saber estar em atenção plena, sem pensar no ontem e no amanhã, aprendendo a desapegar da ansiedade e da melancolia e encarando a realidade do momento presente. Não se deixe levar por coisas que não podem mais retornar (não temos como voltar no tempo) e não se aflija com o que ainda vai acontecer, pois você não sabe o que está por vir, então sofrer por antecipação faz um mal danado para o nosso emocional.
Vamos tentar? Só por hoje…
Não sinto raiva
Esteja calmo e sereno. A raiva só nos traz ressentimentos e impulsos para ações impensadas, das quais certamente nos arrependeremos. Em que momento da vida você se perde nesses sentimentos negativos quanto ao que sente por si mesmo e quanto ao que imagina que as pessoas acham de você? Pergunte-se: faz sentido se preocupar e se irritar com a opinião e com a crítica dos outros? Deixe que eles passem com suas críticas e mantenha-se tranquilo e consciente a respeito de quem é você.
Não me preocupo (apenas confio)
Preocupações em excesso tiram a nossa paz e fazem a gente se prender em um looping de pensamentos – majoritariamente negativos – sobre tudo o que nos aflige. Isso acaba com o nosso sono, com a nossa serenidade e com a autoconfiança. Em primeiro lugar, é preciso saber que algumas coisas têm seu tempo para se resolverem, já outras não têm solução (e tudo bem, porque não podemos dar conta de tudo. É como diz o famoso ditado: o que não tem remédio, remediado está). Não caia na armadilha da preocupação, pois ela traz insegurança, medo, ansiedade e drena todas as suas energias. Diante de um problema, em vez de se aterrorizar com as possibilidades, transforme-as em perspectivas e confie. Confie que existe uma saída (e tenha em mente que nem sempre a saída é a que você deseja, portanto aceite). E tenha mais confiança em si mesmo. Por quantas você já não passou e está aí, inteiro? Então não deixe sua autoestima ser abalada pelas preocupações. Tenha fé em si mesmo.
Sou grato
A gratidão é um dos sentimentos que mais nos trazem paz de espírito. Consiste em entender que existem coisas boas e não tão boas, mas que devemos ser gratos por todas elas, compreendendo o aprendizado e abraçando as benesses da vida. Seja grato por tudo: pela chuva, pelos dias ensolarados, pela cor dos seus olhos e pelo seu jeito, que é só seu. Aprenda a praticar a gratidão não só pelas coisas e por outras pessoas. Seja grato a você mesmo por se cuidar bem, por ter conseguido chegar até aqui, pelos seus acertos e pelos seus erros. Aprenda a fazer as pazes consigo mesmo.
Trabalho com afinco
Faça sempre o seu melhor, mas não de forma a se violentar para agradar alguém. Use sempre as boas intenções e a alma limpa e livre de qualquer julgamento, inclusive quanto a si mesmo. Valorize tudo o que você faz. Dê importância aos seus feitos e celebre suas conquistas. Pense sinceramente: “O que falta para que eu me valorize?”, “por que eu não consigo ver valor naquilo que realizo?”. Aprenda a gostar de si mesmo. Enalteça as suas qualidades. Receba um elogio sem tentar justificar com alguma coisa que te diminui – apenas se deixe ser elogiado, agradeça e sorria. Não fique tentando reduzir a importância dessa exaltação.
Sou gentil e bondoso
Gentileza gera gentileza, como dizem por aí. Quando sorrimos e somos amáveis com os outros, a tendência é que a maioria retribua essa afabilidade. Mas já pensou em ser gentil consigo mesmo e em se olhar de forma mais generosa? Pense, do fundo do seu coração: “Por que não sou capaz de gostar de mim mesmo?”. Seja doce e leve consigo mesmo. Aprenda a se cobrar menos, a ser menos rígido e implacável com a sua pessoa. Se você não se der amor, como vai emanar amor para outras pessoas? Faça um apanhado de coisas boas que você já realizou para si mesmo e para o mundo. Lembre-se de que momentos desagradáveis vão existir, mas você está aqui, pronto para reverter tudo para um sentimento positivo para você e para os outros.
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Gostar de si mesmo pode não ser algo automático ou que acontece só pela vontade que acabou de surgir. Mas é a partir dela que começamos a construir nossa autoaceitação, nosso amor-próprio e o respeito aos nossos limites. Olhar para nós mesmos com um olhar de compaixão, compreensão e consideração é o primeiro passo. O caminho, vamos trilhando aos poucos, com prática e propósito. Leva tempo, mas é só praticar. Experimente… faz efeito e um bem danado ao nosso coração!