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Menosprezo: uma violência emocional

Imagem de fundo azul e em destaque uma jovem mulher mostrando a língua, trazendo o conceito de menosprezo.
Изображения пользователя Yevhen / Canva

O desprezo afeta profundamente a autoestima, enraizando-se na infância e gerando feridas emocionais que podem levar à retração social ou comportamentos defensivos. Reconhecer essa dinâmica é essencial para romper ciclos de indiferença e promover vínculos mais saudáveis.

Ser menosprezado é uma das experiências mais dolorosas no campo das relações humanas. O desprezo, muitas vezes disfarçado por indiferença, atinge camadas profundas da psique, especialmente em pessoas que, desde a infância, careceram de atenção e validação emocional.

Essa dor se enraíza nas fases primitivas do desenvolvimento, onde a criança constrói sua noção de valor próprio a partir do olhar dos outros. Quando esse olhar é vazio ou crítico, a marca deixada é de insuficiência.

Freud, em sua teoria do narcisismo, descreveu o investimento libidinal no próprio eu como um processo essencial para o equilíbrio psíquico. Contudo, quando somos desprezados, especialmente por pessoas ou contextos que valorizamos, a mensagem implícita é de que não somos importantes.

Essa percepção rompe a imagem idealizada que temos de nós mesmos, configurando o que Freud chamou de ferida narcísica. Essa ferida não é apenas um ataque à autoestima, mas também uma ameaça à integridade do eu.

O impacto do menosprezo varia conforme a estrutura psíquica de cada indivíduo. Em personalidades mais frágeis, ele pode levar à retração social, dificuldade em formar vínculos e até quadros de depressão.

Já em estruturas mais resilientes, pode desencadear defesas como raiva ou um desejo intenso de provar o próprio valor. Em ambos os casos, o menosprezo funciona como um espelho distorcido que reflete não quem somos, mas a incapacidade do outro de nos enxergar plenamente.

Milhares de canções, poemas e obras ao longo da história falam dessa ferida universal. Afinal, o desejo de ser reconhecido é intrínseco ao ser humano. Por isso, menosprezar alguém é mais que um ato de negligência: é uma violência emocional. É um gesto que nega ao outro sua existência plena, reforçando a dor de quem, desde cedo, lutou para ser visto.

Reconhecer essa dinâmica é um passo para romper com ciclos de indiferença, tanto na vida pessoal quanto nos vínculos mais profundos.

Imagem de fundo branco e em destaque a foto de uma pessoa irritada, descontente, segurando as mãos nos quadris, franzindo a testa, olhando com desprezo.
Koldunov / Getty Images / Canva

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Sobre o autor

Janio Ferreira Costa (Psicanálise Online)

Olá, sou Janio psicanalista, estou feliz por estar aqui. Fazer terapia é ler a si mesmo.

Trabalho com sessão online com adultos, veja meus contatos no final deste artigo. Grato.

Acredito que você é uma pessoa de grande valor e que nasceu para um propósito; dentro de você há um rico depósito de habilidades, mas a vida acontece e surgem situações que obscurecem a visão da gente, fazendo com que você sinta que "não vale a pena". Com isso pode vir a ansiedade ou uma série de transtornos.

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