Nós, enquanto pais ou educadores, deparamo-nos com muitos desafios e dúvidas ao longo do processo de desenvolvimento e educação dos nossos filhos ou das crianças e jovens que temos ao nosso encargo.
Educar uma criança, acompanhar o seu caminho, servir de guia, de exemplo, saber aconselhar, saber quando apoiar ou dissuadir não são tarefas fáceis.
As dúvidas vão surgir e por vezes ao ponto de colocarmos as nossas próprias capacidades e métodos em causa.
Uma das situações mais desesperadoras é quando nos apercebemos de que o nosso filho é alguém sem amigos e que vive isolado. Essa é uma situação extremamente delicada e deve ser tratada com seriedade. Primeiramente temos de entender o porquê do que está acontecendo. Esse isolamento advém de uma escolha, da personalidade ou é algo imposto por uma situação externa como o bullying ou outro tipo de comportamento desse gênero? Será o nosso filho tímido ao ponto de não conseguir interagir ou simplesmente a necessidade disso é reduzida? É muito diferente lidar com alguém introvertido ou alguém isolado.
Quando alguém por personalidade é introvertido não é necessariamente um problema, mas apenas mais um aspeto característico e pessoal. Ser introvertido não é necessariamente negativo e muitas vezes com o passar do tempo esse traço da personalidade tende a mudar. O importante nessa questão é não fazer referência constante a esse aspeto, não o tornar um rótulo para a criança, não a fazer sentir que é diferente e que há algo errado. Ser introvertido não é um problema, da mesma forma que ser extrovertido também não. São dois toques opostos de ser.
Por outro lado, quando vemos uma criança que tem tendência ao isolamento e solidão, a nossa atenção deve dobrar. Se a criança demonstra uma resistência à interação, forçar pode não ser a melhor situação. Devem antes ser criadas estratégias para que a demonstração de interesse venha da parte da criança. Muitas vezes essa negação da convivência de grupo se dá por receio, medo, baixa autoestima, medo de errar ou por não se achar suficientemente bom para integrar determinado grupo. Nesses casos, o trabalho deve ser conjunto entre pais e professores de forma a que a criança se integre aos poucos.
Na escola os professores devem estar atentos às situações de boicote e reverter esses parâmetros. Têm de criar estratégias de integração e fazer todas as crianças entenderem que o grupo é muito melhor e mais rico, se todos fizerem parte dele.
Por sua vez os pais devem trabalhar as questões sociais tanto dentro quanto fora da escola. Devem perguntar como foi o dia, fazê-los falar da escola, das atividades e dos colegas e prestar atenção para compreender se algum assunto em específico os consterna. Devem ainda procurar alargar o leque de amigos não o cingindo apenas ao grupo escolar. Muito importante é fazer com que participem de atividades como passeios e festas de aniversário de forma a que fortaleçam laços.
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Se a criança tiver uma atividade de que goste e seja do seu interesse, deve ser fomentada. Além de ser vantajoso em âmbito educacional, ela terá contato com outras crianças que partilham do mesmo gosto e isso pode ser uma mais-valia em termos de comunicação.
Algumas vezes esse tipo de estratégia mais simples não é suficiente para resolver o problema. Quando a criança necessitar de uma ajuda mais específica, ela não deve ser negada. Visitar um terapeuta ou psicólogo pode ser muito vantajoso na descoberta do que inibe a criança e no procedimento a ser adotado para ultrapassar esses obstáculos.