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Mitos sobre a assexualidade: expanda sua consciência!

Mulher usando máscara colorida da bandeira LGBTQIA+
alessandrobiascioli / 123RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

A letra “a” no início da palavra “assexual” denota a inexistência da atração sexual. A assexualidade não é o mesmo que celibato e está longe de ser um problema físico ou hormonal.

Os assexuais podem ou não fazer sexo ao longo de suas vidas. Essa é uma escolha individual. Essa escassez ou total falta de interesse, no entanto, não os faz pessoas frias e incapazes de amarem ou de se relacionarem com outras pessoas.

A assexualidade é uma orientação sexual e faz parte da sigla LGBTQIA+. Ainda que pouco se fale sobre as pessoas assexuais, elas compõem uma parcela significante da população mundial.

É essencial, portanto, quebrar alguns tabus sobre essa população para caminharmos rumo a uma sociedade mais tolerante e harmoniosa.

Esse artigo abordará 10 mitos sobre a assexualidade, desmistificando alguns conceitos ultrapassados sobre as pessoas assexuais.

Assexualidade é a inexistência da sexualidade

É fundamental destacar que a assexualidade é uma orientação sexual. Os assexuais fazem parte do grupo dos LGBTQIA+, assim como os homossexuais, bissexuais, transexuais e todos as demais identidades de gênero e orientações sexuais que englobam a sigla.

A assexualidade é bastante ampla. Há casos em que o assexual só sente atração quando há alguma conexão emocional, afetiva ou intelectual com a outra pessoa, como é o caso dos demissexuais.

Dessa forma, é errado pensar que alguém só é assexual porque nunca encontrou a pessoa certa para se envolver sexualmente. Assexuais podem ou não fazer sexo, mas, no geral, passam a vida sem experimentarem tal experiência e sem sentir falta dela.

Assexuais são incapazes de se relacionar com alguém

Muitos acreditam que os assexuais são incapazes de se relacionarem com outra pessoa. Longe de ser pessoas frias e indiferentes, os assexuais são capazes, assim como qualquer outra pessoa, de manter vínculos afetivos, sejam esses românticos ou não.

O sexo não é a única forma de intimidade com alguém. Duas pessoas que se amam podem cultivar a intimidade por meio de várias maneiras, seja intelectual, emocional ou sensualmente.

Conversas, trocas de carinho e de afeto e dividir os mesmos interesses são apenas alguns exemplos de gestos que edificam um relacionamento. Aliás, dentro de qualquer relação romântica o sexo precisa ser algo natural, e não uma obrigação social.

Assexualidade é o mesmo que abstinência sexual

Assexualidade não é um comportamento como abstinência ou a escolha pelo celibato, mas sim uma orientação sexual. A pessoa assexual não sente ou sente pouca atração sexual por outras pessoas.

Menina encostada na parede.
Masha Raymers / Pexels

No caso de uma pessoa celibatária, não praticar sexo é uma escolha pessoal. Sendo religiosa ou não, a abstinência sexual é uma opção.

Já entre os assexuais, eles simplesmente não estão interessados em fazer sexo com outras pessoas e preferem realizar qualquer outra atividade, estando acompanhados ou não.

Assexualidade é uma doença ou um problema hormonal

Por muito tempo, a falta ou a pouca atração sexual foi considerada um distúrbio físico e mental pela medicina. Foram décadas de diagnósticos equivocados, culminando em tratamentos desnecessários e muito sofrimento às pessoas assexuais, que eram vistas como doentes e “incompletas”.

Felizmente, as coisas mudaram e, hoje, a ciência sabe que os indivíduos que se identificam como assexuais não possuem qualquer problema hormonal. Quer dizer, podem ter como qualquer outra pessoa, mas a falta de atração sexual não tem relação direta a nenhuma patologia.

Até hoje, uma das maiores batalhas da letra A da sigla LGBTQIA+ é desvincular a assexualidade de uma doença ou distúrbio. Não há nada de errado com os assexuais. A única angústia que pode surgir a partir dessa orientação é a falta de compreensão da sociedade.

A assexualidade é apenas modinha

Longe de modismos ou de ser uma invenção recente da era da internet, a assexualidade já é entendida como orientação sexual há pelo menos cinco décadas. Os assexuais existem, não são um mito, tampouco querem apenas chamar a atenção.

Mais recentemente, por meio das redes sociais, os assexuais conseguem encontrar outras pessoas que se identificam como tal, compartilhar experiências e dar assistência uns aos outros.

Mulher de casaco amarelo mexendo no celular.
cottonbro / Pexels

Assim, com o passar dos anos, os assexuais vão ganhando mais espaço e alcançando uma maior visibilidade em razão da maior facilidade de acesso à informação.

Assexuais não sentem desejo sexual

É comum pensar que os assexuais não sentem nenhum desejo sexual ou não praticam sexo, mas não é bem assim. Mesmo que o sexo não seja essencial, muitos podem experimentá-lo eventualmente.

Eles podem se envolver nesse tipo de relação por inúmeros motivos: para satisfazer seus parceiros, para gerar filhos ou simplesmente porque estavam com vontade!

Como já mencionado, a assexualidade é vivenciada de maneira única por cada indivíduo. Embora a maioria dos assexuais não sintam prazer com o ato sexual, muitos podem se sentir sexualmente atraídos quando há um envolvimento romântico, por exemplo.

Pessoas assexuais não podem se reproduzir

Na natureza, os seres assexuados são aqueles que se reproduzem sem o encontro de gametas. Cuidado, portanto, ao chamar uma pessoa assexual de assexuada, pois são conceitos diferentes e pode soar ofensivo.

Pessoas assexuais possuem sexualidade, assim como alguém heterossexual ou homossexual. Elas também possuem hormônios e são capazes de se reproduzirem caso desejem.

Todo assexual sofreu um trauma

O sexo não é algo essencial para os assexuais. Isso independe se a pessoa já teve alguma experiência sexual ou não, pois sua orientação não está relacionada a traumas do passado.

Mulher asiática olhando um aquário.
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Pessoas que passaram por abusos, por exemplo, podem continuar sentindo desejo sexual, porém o medo pode bloqueá-las de alguma maneira.

Já a assexualidade não surge a partir de traumas ou porque a pessoa não consegue encontrar algum parceiro sexual. O assexual nasce assim.

Os assexuais são todos iguais

Assim como qualquer outra pessoa, cada assexual é único! Por não existir muito conhecimento sobre a assexualidade, é comum relacionar a imagem de um assexual a alguém fora dos padrões e, portanto, incapaz de gerar o interesse de alguém.

O estereótipo do nerd desajeitado, que passa muito tempo atrás do computador e não é atraente o suficiente para despertar interesse em outra pessoa, deve ser abolido.

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Não existe uma maneira específica de ser assexual, pois pessoas assexuais possuem diferentes idades, interesses e aparências. Se elas não se relacionam sexualmente, não é porque nunca encontraram alguém.

Ninguém sofre preconceito por ser assexual

Essa é uma afirmação importante para se desmitificar. Assim como os outros LGBTQIA+, os assexuais enfrentam muita opressão e discriminação diariamente pela falta de entendimento dessa orientação sexual.

Não reconhecer a existência desse grupo e invisibilizar suas pautas podem causar aos assexuais a depressão, a dificuldade de socialização, entre outros problemas.

A melhor maneira de mudar isso é entender mais sobre o assunto, desvinculando a imagem dos assexuais a de alguém doente ou antissocial.

Essas foram algumas considerações acerca da assexualidade, com o intuito de desmistificar os principais mitos e levar cada vez mais informação sobre o tema para toda a sociedade.

Não há nada de errado em não se sentir atraído sexualmente por alguém! Pessoas assexuais sofrem muito mais com a falta de conhecimento e com os prejulgamentos do que com o modo que conduzem as suas vidas.

Os assexuais podem ser sociáveis e gostar de se relacionar com outras pessoas. A única questão é que o sexo não é visto como algo fundamental, mesmo que isso ainda cause estranhamento em uma cultura sexonormativa.

Tudo sobre assexualidade:

Hoje em dia, sabe-se que a assexualidade não se enquadra em qualquer patologia. Portanto, denuncie se algum profissional da área da saúde sugerir algum tratamento ou tentar direcionar uma pessoa assexual a alguma outra orientação sexual.

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