Autoconhecimento Filosofia

Não ouse querer fama

Uma mulher sendo capturada por várias câmeras fotográficas.
choreograph / 123RF

“Se te faz bem viver na solidão do anonimato, terás vida longa sem infortúnios. Porém, se desejar a fama, acende o alerta para o que vais ler aqui.”

Estamos em um período histórico do tempo da humanidade na existência. As informações em uma velocidade impressionante atropelam o que acabou de ser notícia. A FAMA dura em torno de 15 minutos e depois evapora, engolida pelo novo acontecimento. Ninguém terá lugar garantido no futuro. Você inventou uma novidade, certamente terá seus minutos de fama, porém tudo passa muito rápido. O problema estaria, portanto, na estrutura psíquica e emocional das pessoas que desejam a fama, manter-se na fama, onde querem ser curtidas, seguidas e compartilhadas.

Como Filósofo, acho tudo isso uma bobagem, porém compreendo que são pessoas vítimas da mídia, do pedido de exposição em sequência. Existem pessoas que vendem suas almas para terem a fama garantida. Se não cuidarmos dos nossos jovens, a tendência é que, em um futuro muito próximo, tenhamos uma pandemia de pessoas com depressão e ansiedade. Hoje em dia, os problemas de depressão, ansiedade e nervosismo, bem como o estresse, são tão naturais de se ver que perdemos a noção de números, de quantas pessoas que conhecemos sofrem com essas mazelas de nossos dias. O imediatismo, a sensação de posse, de justiça, enfim, a visão distorce a realidade e provoca os males deste século.

Mãos de diferentes pessoas postas na superfície de uma mesa. À esquerda e em plano fotográfico superior, uma mão envelhecida; à direita, concomitantemente, uma mão de uma mulher adulta. Abaixo de ambas as supracitadas, uma mão de uma criança.
Kemter de Getty Images Signature / Canva

As próximas gerações não terão o apoio desta geração que ainda – sim, ainda – pode contar com a geração da paciência, isto é, com a geração do final do século XX.

A geração da TV em preto e branco – que são pessoas que hoje, em 2022, estão na faixa dos 36 aos 40 anos em diante – é a geração da paciência, que pega filas imensas para pagar um boleto, suporta o trânsito pesado, anda quilômetros a pé para trabalhar, suporta o calor, é simples e dá valor ao se levantar para fazer. São pessoas que, antes dos anos 2000, se levantavam para trocar de canal no botão da TV antiga, não se preocupavam com celular e viviam nas ruas com amigos, seja em um diálogo ou brincando de futebol e outras coisas, enquanto as moças iam andar nas ruas, nos shoppings e nas discotecas, onde a juventude se reunia para curtir as belas músicas dos anos 70, 80 e 90.

Ai dessa geração dos 20 anos! Porque, assim que não houver pessoas nascidas até 1989, terá que lidar com a selva deste mundo de forma individual e inspiradora. Hoje eles ainda podem contar com os experientes que viveram os anos 80, porém isso vai terminar. A geração passada herdou o que nossos pais e avós deixaram como costumes, cultura e postura diante da vida, e eles eram resistentes às dificuldades. Hoje em dia, grande parte dos jovens quer fama, quer curtidas no Instagram, Facebook e outras redes sociais.

A fama é uma ilusão quando se tem por ela uma obsessão. Ela só deve ser utilizada, penso, em um espírito sem intenções, isto é, quando você promove um trabalho que você faz e precisa divulgar, você deveria ser imparcial no sentido de inflar seu ego ou desejar acontecimentos de reconhecimento como “Esse é o cara”.

Importante reflexão: “Se aquilo que faço me retira do anonimato, se alcança outras vidas, que seja na simplicidade da humanidade, sem nada querer em troca, porquanto a humildade precede a honra.”

Um homem apoiando a sua cabeça sobre um crânio humano.
Reprodução / Eu Sem Fronteiras

Claro, obviamente você precisa valorizar seu talento, seu trabalho, sua entrega. Porém suas habilidades, suas competências devem ser descobertas de forma natural por olhares atentos. Não faça alarde querendo aparecer. Aliás, se possível, seja tão simples que isso possa ser visto como qualidade em você.

Existem espíritos melhores do que o meu para agregar neste assunto, outros aspectos e recomendações, mas como sou limitado em minha insignificância, deixo você, amigo leitor, refletir sobre o que poderia ser acrescentado no sentido da fama. Contudo não sei se você costuma ler meus artigos, gosto da proposta da prática pós-saber direito, isto é, em você praticar a partir do que leu, aquilo que aprendeu e empregou em seu espírito.

Enfim, cuidado com a fama, pois a depressão faz companhia até hoje a diversas celebridades. A fama não garante felicidade, ela pode, pelo contrário, tirar sua identidade, seus princípios morais e éticos e te fazer tomar decisões erradas. Cuidado com parcerias, não acenda a luz da comiseração para chamar a atenção de um possível apadrinhamento, pois você pode cair no erro do eterno retorno da mediocridade ao se vender. Seja você mesmo, autêntico e firme. Seu talento será reconhecido no momento certo e por pessoas certas.

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Dizem que quem não aparece não é visto, logo não é lembrado. Eu, porém, digo que o lugar da aparição deve deixar fragmentos de admiração, mistério e desejo de aproximação.” – Filósofo Nilo Deyson

Uma fotografia de Nilo Deyson.
Filósofo Nilo Deyson Monteiro / Eu Sem Fronteiras

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Uma fotografia do filósofo Nilo Deyson.
Filósofo Nilo Deyson Monteiro / Eu Sem Fronteiras

Nilo Deyson Monteiro Pessanha – Palestrante, Filósofo, Escritor, Poeta e Colunista.

Sobre o autor

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sou filósofo, escritor, poeta, colunista e palestrante.
Meus trabalhos culturais estão publicados em diversas plataformas. Tenho obras e livros publicados.

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Sou uma incógnita que deve ser lida com atenção e talvez somente outras gerações decifrem meu espírito artístico. Sou muitos em mim e todos se assentam à mesa comigo. Posso não ser uma janela aberta para o mundo, mas certamente sou um pequeno telescópio sobre o oceano do social.

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