Convivendo Maternidade Consciente

Não precisamos de super festas de aniversário para crianças

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Você consegue se lembrar de suas festinhas de aniversário? Você teve festinhas de aniversario? Se não teve, não se aborreça. Esse não é o fim do mundo e você não será menos que ninguém. Mas hoje parece que não fazer uma festa de 1 aninho é interpretado por muitas pessoas como não gostar da criança.

E não estamos falando de uma simples festinha. Hoje, as festas de criança são quase um luxo e digamos que até desnecessárias. Mas não estamos aqui pra falar mal das festas de aniversário para crianças, mas sim do exagero que há por trás delas.

Muitos pais chegam a se endividar para proporcionar uma festa daquelas para seus filhos. Alugam um salão e pagam caro por ele. Os docinhos e salgadinhos são exóticos. Os balões até são poucos, mas há muito bonecos e brinquedos. É tanta informação que, ao final da festa, as crianças, principalmente as mais novinhas ficam estressadas na festa. Sem contar que as meninas já vão vestidas para não brincar. Com 2 ou 3 anos, já estão com calçados de salto e vestidos glamorosos onde os preços abusivos mostram como a nossa sociedade está preocupada em ostentar.

E aí você deve se perguntar: aonde foi parar a magia das festas de aniversário de quando éramos crianças? A tia e a mãe faziam os docinhos. O bolo era feito pela avó. Os balões, comprados no armazém. As crianças iam com roupas simples, porque saíam do aniversário exaustas de tanto correr e subir em árvore. Era literalmente uma verdadeira diversão.

Hoje, não. Os pais e convidados vão glamorosos. Todos ficam sentados conversando enquanto as crianças de certa forma brincam nos brinquedos alugados. Algumas nem conhecem tais brinquedos. É muita informação e, no final, pouca diversão.

Esses dias, um site de fofoca que apareceu na minha timeline do Facebook mostrou que um casal havia gastado quase meio milhão para fazer a festa de um aninho do filho. Sério mesmo! Um milhão. Não estou aqui julgando o casal, mas a sensação é que temos que, com esses aniversários, cada vez mais os pais querem mostrar aos outros pais a festa maior que fizeram ou quem gastou mais. No final, a melhor festa será aquele em que o orçamento foi daqueles. Mas será que não estamos nos esquecendo um pouco de viver mais a vida com as crianças? Será que não queremos fantasiar ou ainda mostrar aos outros o que podemos fazer e pagar? Será que seu filho não vai se divertir tanto quanto se, por acaso, passar a tarde do seu aniversário em um piquenique no parque com os pais que vão brincar com ele o tempo todo?

Que lembrança e saudade vamos deixar aos nossos filhos?

E como sair dessa caixinha? É possível? Estou conhecendo muitas famílias que estão optando viajar com seus filhos no dia do aniversário. Outros que estão voltando a fazer aquela festinha na garagem mesmo, ou buscando um viés mais sustentável com menos plásticos e comidas industrializadas. Vale a reflexão. Às vezes, estamos tão no automático que não fazer uma festinha que custe muito caro parece até fora do normal. Fora do normal está sendo essa quantidade de festas exageradas que estamos vivendo.

Textos e mensagens de reflexão é o que o jornalista Marcos Piangers tem compartilhado em seu site e nas redes sociais. Ele é o autor do livro “O Papai é Pop”, e traz várias mensagens que refletem sobre a forma como estamos criando nossos filhos e como muitos pais têm se transformado depois do nascimento dos filhos e revisto as suas prioridades. Seus depoimentos também virão vídeos.

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Num deles, chamado“Nunca vamos ficar ricos”, Marcos aborda o fato de alguns pais terem diminuído a carga horária para participar mais da criação do filho, mesmo isso representando ganhar menos. Por que, afinal, nós nunca vamos ficar ricos mesmo. Aproveitar a vida com os filhos é mais importante. Assista a abaixo:

Vale a reflexão. Será que, por trás deste exagero de festa infantil, há mesmo tanta felicidade?


Escrito pro Angélica Weise da Equipe Eu Sem Fronteiras.

Sobre o autor

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