Com a chegada do último mês do ano, somos bombardeados constantemente com propagandas maciças para nos induzir ao consumismo. Muitos se esquecem da origem de um dos principais eventos religiosos no mundo ocidental, comemorado em dezembro: o Natal.
Para os cristãos, esta data marca o nascimento de Jesus. Porém, na antiguidade, esta data era incerta, pois ninguém sabia quando Jesus havia nascido. Especialistas ainda hoje discutem que a data mais provável tenha ocorrido entre março e novembro, quando as temperaturas no Oriente Médio são mais amenas. Considerando os próprios evangelhos, que descrevem o nascimento de Jesus, seria impossível sair de casa durante o rigoroso inverno – época de muitas chuvas e frio nos campos.
Nos primeiros séculos do cristianismo o nascimento de Jesus não era celebrado. À medida que a Igreja crescia e ganhava poder, era necessário conter os ritos pagãos, englobando-os na organização cristã.
Em 274, o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro como o Dies Natalis Invict Solis (“Dia do Nascimento do Sol Invencível”), que celebrava o solstício do início do inverno. Para combater o sentido pagão desta importante ocasião para os povos do hemisfério norte, o Papa Júlio I decretou em 350 esta data como o dia do nascimento de Jesus, fazendo com que o sentido pagão da festa fosse esquecido.
O “Papai Noel” foi inspirado na figura de um bispo nascido na Turquia, em 280 d. C. chamado Nicolau. Ele ajudava os pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Declarado santo, sua imagem começou a ser associada ao Natal na Alemanha, espalhando-se para o resto do mundo em pouco tempo. Até o século XIX sua roupa era marrom ou verde escura. Em 1886 surgiu sua roupa de inverno vermelha e branca, com um cinto preto.
A tradição da árvore de Natal surgiu em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. De acordo com a tradição, Lutero ficou impressionado com a beleza de um pinheiro coberto de neve e iluminado pelas estrelas, quando caminhava pela floresta. Resolveu recriar a bela cena em casa, para alegrar seus familiares.
O presépio mostra o cenário do nascimento de Jesus. Esta tradição teve início na Itália, no século XIII, quando Francisco de Assis recriou a cena em argila, para melhor explicar o Natal às pessoas comuns e aos camponeses.
As guirlandas de Natal que costumam enfeitar as portas também tem origem pagã, quando se enfeitavam os edifícios para a festividade do Solis Invictus. Também as velas tiveram origem nas festas pagãs, pois eram acesas ao entardecer dessa data, a fim de reanimar o deus-Sol.
Nos países eslavos e ortodoxos, cujos calendários eram baseados no calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 6 (cristãos armênios) ou 7 de janeiro (cristãos ortodoxos).
No dia 6 de janeiro, os católicos comemoram o dia em que Jesus recém-nascido recebeu a visita de três “reis magos”, encerrando assim os festejos natalícios. Esta comemoração teve início no século VIII, tornando santos os três magos: Belchior, Gaspar e Baltazar (nomes segundo a tradição). Neste dia são desmontados os presépios e retirados todos os enfeites de Natal.
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A troca de presentes começou há pouco mais de um século. Originalmente ela ocorria no ano novo; depois, de acordo com a tradicional visita dos reis magos a Jesus, passou para o dia 6 de janeiro. Durante a era vitoriana, o costume foi mudado para a noite de Natal.
Podemos aproveitar esta época festiva para nos reunirmos com familiares e amigos, e assim criar e usufruir um momento especial de alegria, paz e confraternização. Isto é mais importante do que se preocupar apenas com comidas, bebidas e presentes.