No Dia da Coragem, 5 dicas para enfrentar seus medos. A palavra coragem vem da raiz latina “cordis”, que significa “coração”. Isso nos deixa evidenciado que, desde os povos antigos, a coragem é tratada como uma força interna, um potencial interno que nos move à ação, uma vez convictos da necessidade de agir, seja para preservar nossa integridade física ou moral.
A coragem é um recurso indispensável para uma vida de realizações. Não temos conhecimento do futuro, o que ele nos reserva, nem temos ciência de todos os segredos que o mundo encerra, condição que nos deixa duas opções: permanecermos onde estamos, no nosso lugar seguro, na zona de conforto, resignados a desfrutarmos o que estiver a nosso alcance, mesmo que precário; ou ambicionar mais, nos expormos ao desconhecido e eventualmente nos machucarmos ou crescermos.
A primeira opção garante uma vida longeva, mas provavelmente frustrante, a segunda não dá garantia de futuro brilhante, mas deixa essa possibilidade à vista. Mas para trilhar esse caminho é preciso coragem, para sair de uma situação confortável e enfrentar os nossos medos. E se o indivíduo percebe que não tem a coragem necessária para dar o grande salto no vazio?
É possível se tornar corajoso? É possível aprender a lidar com os medos?
Sem dúvida. Coragem não é um dom, algo impossível de se desenvolver.
Algumas pessoas de fato contam com recursos internos mais evoluídos, que tornam a construção de um comportamento visto como corajoso menos tortuoso, mas nem todos enxergados dessa maneira são feitos desse grau de desenvolvimento genuinamente avançado.
A maioria precisa aprender a lidar com os próprios medos, a se acostumar com eles para se sentir mais autoconfiante. Processo que muitas vezes leva anos, trabalhando questões internas, maturando experiências, fortalecendo o coração.
O passo inicial é a vontade, ter aquela fagulha que anseia por algo mais. Depois do desejo, vem a análise sobre o caminho a seguir para atingir o objetivo e a ciência dos desafios a se superar, que podem intimidar o bastante para causar paralisia ou estimular o embate.
Se você se encontra no primeiro grupo, que sabe quais são os medos que precisa enfrentar para progredir na vida, mas não se vê em condições internas de enfrentá-los no momento, seguem algumas dicas que podem te ajudar a encontrar a força interna de que precisa.
Medo faz parte da coragem.
É importante ter isto claro: ter coragem não significa jamais ter medo, ou negá-lo a todo custo, ou se sentir culpado e fraco por senti-lo. Coragem é avançar ao desconhecido, mesmo sentindo medo.
Pense bem: existe exemplo maior de coragem do que ir à luta, mesmo sentindo medo? Não exige um esforço, uma determinação, uma ousadia fora do comum?
Ter coragem é saber acolher o medo, dar espaço para ele dentro de nosso coração, mas conseguir controlá-lo. Ele faz parte da experiência de fazer algo que sabemos ser importante.
Sem o medo, nossas vitórias seriam vazias, não teriam valor.
O medo faz parte da experiência e é normal senti-lo. Pessoas corajosas sentem medo, mas conseguem administrá-lo. Essa é a diferença. Portanto, da próxima que sentir medo, não pense que é um mau sinal e por isso deve desistir. Ele faz parte e é impossível não sentir.
Sabe aquela história do ator, empresário, jogador, etc., que fala do friozinho na barriga antes de encarar a plateia, pisar no gramado? Medo. Mas isso não o impede de fazer o que precisa.
Veja por outra perspectiva.
Outra dica para encontrar soluções internas que impeçam a paralisia diante da adversidade é pensar em alternativas para lidar com a situação.
Pense nas outras vezes em que padeceu diante do seu medo. Como você se comportou? Provavelmente assumiu uma postura inicial de enfrentamento, de tentar resistir, mas não conseguiu suportar as más sensações despertadas. As lembranças das experiências passadas, a vergonha, a tristeza, etc.
Que tal fazer diferente, visto que essa estratégia não rendeu bons resultados das outras vezes?
Experimente, em vez de enfrentar, negar o seu medo, abstrair-se, isto é, observar as sensações instalando-se internamente e apenas senti-las.
Respire fundo e continue a fazer o que estiver fazendo sem pensar no antes ou depois. Concentre-se no agora. Escolha sentir, aceitar o medo, mas prosseguir.
Exponha-se gradualmente.
Outra técnica para reunir coragem dentro de si e enfrentar os seus medos é se expor gradualmente ao objeto de receio. Em terapia, esse método é conhecido como “dessensibilização”, termo emprestado da imunoterapia.
Estabeleça pequenas metas para se expor ao que te desestabiliza para se acostumar com a situação, diminuir o receio, criar mais resistência à situação de estresse.
Uma dica para ajudar nesse processo é observar outras pessoas que lidam com o objeto e descrever o método. Estude o objeto de forma clara e sem antecipar percepções.
Aprenda a silenciar a mente.
A sensação de medo faz o indivíduo alimentar pensamentos que fortalecem a ansiedade e o pavor. A mente entra em um estado de confusão mental, prejudicando a clareza e objetividade dos pensamentos.
Para evitar isso, uma boa prática é a meditação. Sem dúvida uma ótima forma de aprender a silenciar a mente cotidiana e conscientemente.
Treine o autocontrole.
Medos e fobias estão relacionados a ansiedade. Ela é responsável por dificultar a concentração e fazer nossa cabeça ser tomada de assalto dos piores sentimentos.
Uma forma de controlar o medo e ter a coragem de seguir em frente, mesmo ele estando vivo dentro de você, é estudar técnicas para alcançar a serenidade.
Exemplos dessas técnicas são controle de respiração, exercícios físicos e a já citada meditação.
Procure apoio profissional.
No caso de dificuldades persistentes de vencer os seus medos, o recomendado é procurar apoio profissional, pois o seu caso pode ser de bloqueios internos, resultantes de traumas passados, que o impedem de explorar suas potencialidades.
Os profissionais mais indicados são: psicólogo e hipnoterapeuta. Ambos contam com recursos para investigar o histórico de suas emoções e lhes conferir um novo significado.
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