A primeira vez que ouvi isso da minha terapeuta, foi difícil de engolir…
Eu não queria acreditar que depois de meses de terapia, reclamando de uma característica de uma pessoa com quem eu convivia na época, essa característica me incomodando tanto, como eu iria pra casa com uma bomba dessa, de que na verdade eu estava olhando para o espelho? Eu não me via daquela forma…
Levei dias refletindo sobre isso e analisando minhas relações e as relações das pessoas próximas a mim, e pimba! Era verdade! Vi muitos espelhos…
Vou explicar melhor: no começo não faz sentido isso, porque pensamos: “Eu não sou assim”, e de fato não é mesmo, mas tem características iguais, porém com intensidades diferentes, sabe?! Tipo assim: você se relaciona com alguém que você acha muito egoísta, muito mesmo. Às vezes a pessoa é egoísta até com a mãe, faz coisas que te envergonham até, e aí você se incomoda com isso e pensa: “Eu não sou assim”, mas em algum lugar em você, tem muito egoísmo também, ou até o contrário: você precisava ser mais egoísta e se priorizar mais, mas não o faz; não sabe falar “não”, negligenciando-se, então, no seu inconsciente, tem inveja dessa pessoa. Então, embora seja o contrário, da mesma forma que ela tem que equilibrar o egoísmo, as duas pessoas precisam aprender juntas… De qualquer forma, com mais ou menos intensidade, é uma característica em você que precisa ser olhada e curada…
Outro exemplo: talvez um dia você se veja criticando, mesmo que seja mentalmente, uma pessoa muito espaçosa, por exemplo, e em algum lugar de você, mesmo que inconscientemente, você gostaria de se expandir mais, de ser mais livre, mais desenvolta, por ser uma pessoa muito “contida” e “educada” para não incomodar, e isso fez com que você ficasse meio engessada, sabe?! Daí você queria expandir, mas sua “educação” ou o medo do julgamento alheio não deixam… Então você se incomoda com a expansão alheia, porque precisa curar.
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Então, só para concluir, hoje tenho procurado estar num processo que não é fácil, mas estou me treinando assim:
Toda vez que eu julgo alguém ou alguma atitude, tento voltar esse olhar para dentro de mim e tentar entender o que, em mim, está refletindo na pessoa.
Nos relacionamos com espelhos, fato!
Boa reflexão! 😉
