Acabei de sair de um relacionamento tóxico e, três meses depois, conheci uma nova pessoa. Não queria. Achava por bem esperar e me recuperar de uma história difícil e pesada de anos. Mas a vida, essa danadinha, tinha outros planos. Conheci alguém que tem 84% de compatibilidade no mapa astral e muitas na vida real. Não sei ainda no que vai dar, mas já me mostrou que existem, sim, pessoas e situações diferentes e, principalmente, existe livre arbítrio no amor.
Crescemos com a sensação de que precisamos encontrar o amor como quem encontra o bilhete premiado para visitar a Fantástica Fábrica de Chocolate. Só tem um ser humano – com sorte, dois – no mundo capaz de nos preencher e se estamos com alguém precisamos aguentar pelo medo da solidão. E sim, eu acredito que o amor é um trabalho e é uma escolha.
Podemos escolher. Escolher de novo, escolher a mesma pessoa todos os dias. Eu precisei sair da velha escolha porque a pessoa não queria crescer, e essa foi a escolha dela. Mas eu sempre escolhi tentar.
Não, mesmo que eu tenha sofrido um bocado, não acho que foi um erro tentar. Estamos em uma era de desistir fácil demais. Relacionamentos são trabalhosos, assim como dá trabalho terminar uma faculdade ou encontrar um emprego. Não é sorte, é trabalho. Mas esse trabalho tem que ser feito com alguém que também queria e esteja disposto e disponível para isso.
Disponível no sentido de não ter já um relacionamento ou estar com algum tipo de problema que impeça uma relação. Ser casado, ter namorada ou estar com uma depressão forte são coisas que precisam ser resolvidas antes de encontrar um novo amor.
Disposto, aí é ainda mais complicado. Disposto a trabalhar, conversar, mudar. Disposto a entender a linguagem do amor do outro; entender que a alergia dela a camarão impedirá alguns restaurantes e a bronquite dele pode fazer ele roncar um pouco. Entender que ninguém vai ser perfeito e tudo depende de como você está emocionalmente.
Confesso que esse novo possível amor me deu trabalho. Não com ele, mas trabalho de olhar para dentro pronta para abandonar de fato o passado. O trabalho de rever minhas prioridades e o trabalho de não me deixar levar pelos traumas deixados. Não foi fácil e ainda me pego em algumas questões. Mas de maneira geral, estou seguindo em frente.
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Sempre há vagas para quem tem o preparo e a disposição necessários. Sempre dá para salvar uma relação que queira – pelas duas partes – ser salva. Amor é escolha, sim, é opção de estar com o outro. A opção de deixar as outras opções. A opção de se trabalhar juntos por uma causa em comum: a própria vida e a felicidade.
Desejem-me sorte para o meu possível novo amor… Sorte não, desejem-me um bom trabalho.