“Estou apaixonada por você.” Foi assim que Maria começou aquela manhã, olhando fixamente nos olhos daquela mulher à sua frente. A frase, carregada de emoção, soava quase como um segredo revelado. Do outro lado, não havia ninguém além do próprio reflexo no espelho. Mas, naquele instante, ela não via apenas um reflexo. Via a soma de todas as suas histórias, cicatrizes e vitórias.
“E sabe por quê?” continuou Maria, com a voz doce e firme ao mesmo tempo. “Não é pela sua beleza ou pela sua inteligência, embora essas coisas também sejam encantadoras. É pelo seu jeitinho alegre de dar ‘bom dia’ ao mundo, mesmo nos dias em que seu coração está pesado. É pelo seu jeito meigo e pela forma como você canta e dança pela cozinha enquanto prepara o café. Por mais que ache que ninguém está olhando, sua luz sempre ilumina quem está por perto.”
Ela parou, respirou fundo e continuou, como quem desata um nó que esteve guardado por muito tempo:
Eu amo o jeito como você se indigna diante das injustiças, como luta por quem ama, como olha com ternura para as pessoas, mesmo quando a vida entre vocês não foi fácil. Amo como você se entrega ao que faz, com dedicação e coragem. Você é a mulher mais resiliente que conheço. Já viu quantas vezes caiu e levantou? Quantas vezes recomeçou do zero e conseguiu dar a volta por cima? Isso é admirável. É isso que eu amo em você.
Maria sorriu, o olhar fixo na imagem refletida. Continuava a enumerar cada detalhe que fazia com que se sentisse completamente apaixonada por si mesma:
“Eu amo como você se veste, sem ligar para regras ou tendências, apenas seguindo aquilo que te faz feliz. Amo as suas covinhas, a maneira prática com que encara a vida e a coragem que tem de virar as costas para o que não te serve mais. Você segue em frente, sem olhar para trás, confiando na sua intuição. Amo a sua sabedoria com as palavras, mas também como elas podem se tornar afiadas quando necessário. Você é doce e forte. Menina e mulher. Tudo em você é uma mistura de força e delicadeza, e isso me fascina.”
Os olhos de Maria brilharam. Havia sinceridade em cada palavra, como se naquele instante ela estivesse se declarando à pessoa mais importante de sua vida.
“E sabe o que eu mais amo em você?” Maria fez uma pausa, deixando a pergunta pairar no ar. Voltou a encarar o reflexo e, com um sorriso que irradiava amor e aceitação, respondeu:
Não, não é o seu senso de humor ou a sua coragem. É a sua capacidade de se amar, mesmo com todas as imperfeições. De se colocar em primeiro lugar e entender que isso não é egoísmo, mas necessidade.
Maria riu baixinho, como quem termina uma confissão. “Então, eu te pergunto: você aceita ser minha fiel companheira pelo resto da sua vida?”
O reflexo sorriu de volta. Havia ali uma paz que ela nunca tinha experimentado antes. Aceitar-se, amar-se, respeitar-se – era isso que ela estava dizendo sim.
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E assim, naquela manhã, Maria se apaixonou por si mesma. Não era apenas uma declaração de amor; era um acordo de lealdade consigo mesma, uma promessa de cuidado, respeito e presença. A mulher no espelho não era perfeita, mas era completa. E isso era o suficiente.
Reflexão:
Quantas vezes você se olha no espelho e se declara? Quantas vezes reconhece suas conquistas, perdoa suas falhas e celebra o simples fato de estar aqui? O amor-próprio não é sobre ser perfeita, mas sobre ser real. Hoje, faça como Maria. Olhe-se no espelho e reconheça a pessoa incrível que você é. Afinal, o maior amor da sua vida deve começar por você.