Pensamos, sentimos e agimos por meio de uma série de condicionamentos, de repetição de experiências, de um roteiro que carregamos em nosso DNA, que provém de questões ambientais, culturais e parentais que influenciam a nossa vida direta e cotidianamente. Daí, quando tomamos consciência disso, podemos parar pra nos perguntarmos: como podemos afirmar que temos livre-arbítrio quando vivemos sob tantos condicionamentos?
É algo sobre o qual devemos refletir.
O mundo e as pessoas tal como as conhecemos passam pelo nosso filtro de percepções, que rejeita tudo que não é de acordo com aquilo ao que estamos habituados, e assim nossa sensação de segurança não é colocada em cheque. Preservamos assim nosso sistema de crenças, mesmo que estejamos insatisfeitos, frustrados etc.
Aí que podemos falar que a dor é inevitável, porém o sofrimento é opcional. Por medo, por bloqueios e por traumas, permitimos que o sofrimento vá além do necessário para nosso aprendizado.
Quando nosso conteúdo mental e emocional está tão ocupado armazenando tudo aquilo que ainda não conseguiu liberar, como poderá assimilar e estar pronto para lidar com experiências e novas formas de sentir?
O seu conforto pode representar a sua frustração e a sua insatisfação por aquilo que nunca muda, e a vitimização não te fortalecerá naquilo que você quer que seja diferente.
Cada nova descoberta abala nosso sistema de crenças e representa uma ameaça a tudo aquilo que insistimos em nos apegar. Que possamos dar um basta naquilo que nos faz menos autoconfiantes em nossa capacidade e vontade de mudar, de melhorar e de evoluir.
Se nos afinizamos somente com aquilo que nos é conhecido, como podemos falar em escolhas? Se você apenas se vê de um lado, não há como perceber outras possibilidades além de nossos conceitos e, então, decidir qual delas deseja. O conhecido nos cega, nos limita e nos manobra com uma falsa promessa de “certezas” e estabilidade.
Respeitar as tradições não significa ficar ancorado a elas, mas demonstrar, por meio de novos paradigmas, algo que tenha passado despercebido, em alicerces tão bons quanto os das tradições anteriores, mas diferentes, reestruturados, renovados, favorecendo nosso alinhamento com o fluxo do que a força Universal nos traz em novas frequências e novos aprendizados.
Respeito e gratidão pelo que aqueles que vieram antes de nós puderam fazer até aqui e coragem para fazermos diferente sem que possamos nos sentir rejeitados ou excluídos por isso.
Quanto maior o conhecimento de nós mesmos, menor a chance de sermos condicionados pelas forças daquilo que nos foi incutido e que não pertence à nossa individualidade, ao nosso verdadeiro eu e aos nossos anseios.
Experimente desapegar aos poucos daquilo que lhe é conhecido, se esforçar a trabalhar em si e naquilo que o impede de fazer diferente. Tente se comprometer a pertencer a si mesmo, desidentificando-se do que não ressoa em quem você, em emoções, pensamentos etc.
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Deixe com o outro o que é dele, então perceba que não são questões pessoais. Reconheça o que pode fazer ou não, como reagir diante das situações.
Cabe a nós decidir se negligenciamos ou não nosso trabalho interior. Se achar que vem o ano novo e nada muda, procure se posicionar diante da vida e dizer: se nada muda, mudo eu.
“Livre é aquele que sabe se transformar. E só sabe se transformar quem é capaz de se desprender e de seguir o próximo grande passo para o desconhecido.” (Bert Hellinger)