Em muitas ocasiões, quando uma pessoa busca descrever de forma positiva algum conhecido afirma que ele “vai sempre à igreja”. De fato, a grande maioria das religiões passam muitas lições positivas como a bondade, a fé, o amor e outras qualidades que deveriam ser disseminadas por entre os adeptos da respectiva crença. Quando uma pessoa manifesta não acreditar em Deus, ela gera um certo espanto àqueles que acreditam Nele, principalmente em um país fortemente influenciado pelo Cristianismo.
É possível alguém ser bom e não acreditar em Deus? Não acreditar na vida após a morte? Subliminarmente, o próprio Cristianismo incentiva a bondade como uma “recompensa”. Se a pessoa for boa, o pensamento judaico-cristão prega que ela irá receber tudo o que praticou de bom em vida depois que morrer. O mesmo vale para as más ações, que receberão punições depois que o praticante desses atos maléficos morrer. Mas e se a pessoa não acredita em nada nisso, então ela tem alguma motivação para ser boa?
Se a fé em Deus fosse suficiente para a benevolência humana, então o mesmo deveria valer para impedir que indivíduos crentes (no sentido “daquele que crê”) praticassem o mal.
E a história está repleta de pessoas adeptas de diversas religiões e que foram péssimos exemplos em vida. Partindo dessa lógica, então é perfeitamente compreensível que um ateu possa ser uma pessoa boa, aliás, a chance é a mesma para um indivíduo religioso. A religião é a inspiração, enquanto a prática de seus ensinamentos é algo completamente distinto. O ateu também tem suas inspirações, só que de uma fonte diferente do que o religioso.
Grandes nomes como o escritor José Saramago, o artista Leonardo Da Vinci, o cientista Albert Einstein e o ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln não tinham uma ligação religiosa, porém foram de grande relevância em seus campos de atuação. Já nomes como Adolf Hitler, Benito Mussolini e diversos membros do tribunal da Inquisição da Igreja Católica acreditavam em Deus, e, infelizmente, foram responsáveis pela morte de milhões de inocentes.
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É claro que a religião conta com representantes notórios, como Gandhi ou Madre Teresa de Calcutá, mas é um equívoco relacioná-los ao bem somente porque acreditavam em Deus. Assim como os ateus, ações grandiosas em prol de um mundo melhor podem ser motivadas pela moralidade, ou seja, sem necessariamente uma crença por trás.
- Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras.