Em se tratando de pessoas, sentimentos e relacionamentos, nada é exato, mas podemos refletir sobre alguns pontos comuns:
Antes de casar
Devemos namorar muito! Não é só o “ficar”, é o compromissar, assumir uma vontade de estar juntos. O tempo do namoro é muito importante para conhecermos um ao outro e nos entendermos sobre várias questões como:
Filhos, ter ou não ter, quantos?
A família, pois iremos levá-la junto, já que dentro de cada um de nós estão matrizes comportamentais.
Inúmeros outros comportamentos que somente em uma maior convivência poderemos perceber.
Durante o casamento
Conservação
Tão importante quanto a conquista é a manutenção, a conservação daquele sentimento. As pessoas são criativas e inovadoras no momento da conquista. Aparece o tempo, o bom humor, a paciência, o cuidado com a aparência, os elogios…
E depois? Cadê o gatinho e a tchutchuca linda? De pijama, saindo de chinelo? Os elogios, onde foram parar? Precisamos nos esforçar para manter as boas atitudes do começo da relação, nos cuidando, sim, e cuidando do outro.
Jamais seremos muito velhos para continuar namorando um com o outro, com bom humor, rindo juntos e sorrindo pelo olhar, ou dando bitocas nos momentos menos esperados.
Admiração
Precisamos lembrar que o casamento é uma conquista diária onde a admiração pelo companheiro/a é a vontade de querer continuar a conhecer cada vez mais o outro, a história de vida dele e, assim, se apaixonar cada vez mais, todos os dias, pela mesma pessoa
É falar com o outro. É continuar a interessar-se pelos problemas e atividades do outro, perguntando: “Como foi o seu dia?” “O que aconteceu?”
É saber escutar o outro com atenção. Precisamos aprender a escutar o silêncio do outro, é no silêncio que escutamos o outro, as emoções estão muito além das palavras ditas. Sabemos que gostamos muito de alguém quando o silêncio não é um incômodo, e sim prazeroso!
É olhar o outro. É perceber as tentativas em agradar ou em melhorar do companheiro.
Reparar um novo corte de cabelo, uma roupa nova…são detalhes pequenos, mas muito importantes.
É tocar o outro com emoção. As pessoas gostam de saber que são amadas. Por isso, a troca de afeto pelo toque é muito importante, mesmo depois de anos de relacionamento.
Respeito e Confiança
Precisamos dessa dupla muito bem equilibrada.
É o respeito pela diferença do outro. Existe o respeito à família, aos amigos, ao trabalho, às manias do outro, àquelas coleções que, pra gente, não faz o menor sentido, mas são todas questões muito importantes para o outro. Apesar de dormirmos na mesma cama, temos também outros sonhos e projetos diferentes, isso é bom, adiciona novos elementos ao casamento.
A confiança entre as duas partes. Um relacionamento cheio de cobrança, desconfiança, dúvida e ciúme acaba ficando cansativo e desgastado para as duas partes. É um vício nocivo.
É ser seguro e discreto, sabendo o momento de deixar o companheiro a sós para que coloque em ordem suas ideias e pensamentos. É importante entendermos que tanto o outro como nós precisamos de um tempo nosso, só nosso, sem controle, sem o celular ou um chip nos monitorando. A base de uma boa relação está na confiança.
Uma vez ouvi em um programa de rádio uma esposa reclamando do seu marido, e ela dizia assim: “O meu marido não me procura mais!” E o radialista, com bom humor, respondeu-lhe: “Mas a senhora se esconde”?
Companheirismo
É quando podemos contar com o parceiro para compartilhar as ideias, sonhos, projetos.
Projetos em comum: é importante para o casal ter planos em comum, para o futuro, que podem ser uma casa, uma viagem, um esporte, etc.
É saber dividir os momentos importantes – bons e ruins – que unem o casal.
Nos momentos bons, é aquele parceiro que torce junto e não compete, é o que vibra pela vitória do outro, pois somos uma equipe, onde a vitória só foi possível pelo apoio do outro. E nos momentos difíceis é estar presente, muitas vezes no silêncio, pois tem horas que não temos muito o que falar, mas é importante estarmos de mãos dadas, apertando uma mão na outra, como um código de cumplicidade.
A pior solidão que pode existir é a solidão a dois.
Renúncia
É saber renunciar pela felicidade do outro e deixar de lado o egoísmo, vaidade e orgulho.
Egoísmo: quando vencemos o nosso egoísmo e passamos a falar mais o pronome nós. Sim, porque o que antes era meu, agora passa a ser nosso.
Vaidade: é abandonar a vaidade de se olhar como o mais importante da relação e cuidar mais do outro. Se eu sou uma rainha, ele é meu Rei. É fazer um mimo que ele goste, um doce, mesmo que esteja de dieta. É fazer um gostoso cafuné, é aprender que é dando que se recebe — é dando atenção e carinho que receberemos de volta.
Orgulho: é abrir mão do orgulho de estar sempre certo. Quando um não quer, dois não brigam.
Quando surgirem os desentendimentos e brigas, que são comuns a todos os casais, é um momento de alerta! Respire, expire, conte até quando for necessário para acalmar. Portanto, nunca gritem ou xinguem um ao outro.
E ao cometermos um erro, reconheçamos e peçamos perdão. Saibamos dizer: “Me desculpe, me perdoe”. E ao perdoarmos, por nossa vez, encerremos e deixemos a ferida cicatrizar, não servindo o passado de café da manhã diariamente. Ou seja, remoendo os erros passados.
Nunca, nunca durmam brigados. Por que não vale a pena perder uma só noite de amor ou de sonhos de amor. Quem ama, cuida sempre do seu amor!
Sabemos que não existe uma receita pronta de bolo para uma boa relação a dois, mas sabemos que alguns ingredientes são fundamentais. A minha receita de bolo para relacionamentos duradouros e felizes seria mais ou menos assim:
1- Precisaríamos de um ambiente bem iluminado e florido, tocando ao fundo a nossa canção de amor. Enquanto nós, bem juntinhos, estaríamos buscando os melhores ingredientes para confeccionar o nosso bolo de núpcias: um bolo de amor.
2- De início já sabemos que não poderão nos faltar grandes doses de humildade, acrescentadas a generosas quantidades de renúncias e compreensão que serão a base dessa união.
3 – Não esqueceremos tão pouco de salpicar constantemente aos nossos desejos doces palavras de amor, como “Eu te amo” e “Eu te desejo”. Precisam ser doces, mas por favor, sem exageros, senão enjoa.
4 – Para que a massa fique bem levinha, acrescente um pouquinho mais de pitadinhas de criatividade com bom humor, e nada de dramas.
5 – Muito amor, é o fermento que fará com que a massa cresça, sempre e cada vez mais. E como se fosse uma ciranda, vamos envolvendo tudo com muito doçura e ternura, pois senão, desanda.
6 – Quando a massa estiver sido bem misturada (na medida certa, sem faltas ou excessos), a colocaremos em formas entrelaçadas dos nossos corações, untadas com muito respeito e afeto.
7 – Tudo pronto para levarmos o nosso bolo ao coração, já pré-aquecido de esperanças. E cuidaremos de manter esse fogo aceso no lar, no calor de querer-se bem.
8 – Depois, é preciso aprender a esperar, com muita paciência, o tempo oportuno para se aprontar.
9 – E quando pronto, iremos enfeitá-lo delicadamente, com muitos abraços, beijinhos e carinhos.
E, assim, o levaremos a nossa mesa, um lindo bolo de núpcias, e rogaremos a Deus que abençoe com muito amor esse alimento de nossas almas, com porções para uma vida inteira.
Ao cortarmos o primeiro pedaço do nosso bolo, iremos declarar um ao outro: “Eu te dou o melhor de mim”.
Uma boa convivência será sempre o resultado de muito esforço, boa vontade e perseverança entre duas pessoas maduras, que acreditam em si, no outro e, acima de tudo, em Deus.
E que Deus abençoe a todos os casais que se dedicam para que o seu casamento seja feliz.