Autoconhecimento Comportamento Psicanálise Psicologia

O comportamento humano: fugir da dor e buscar o prazer

Imagem de fundo cinza e em destaque um balão azul e nele está escrito a palavra EGO.
Suat Eracar de Getty Images grátis para o Canva Pro
Escrito por Lud Mattos

O id, ego e superego interagem para equilibrar os impulsos do prazer e da dor. A terapia psicanalítica ajuda a lidar com memórias reprimidas, promovendo autocompreensão e desenvolvimento pessoal. Entender essa dinâmica melhora a qualidade de vida e a realização pessoal.

A frase “O comportamento humano é baseado em duas coisas: fugir da DOR e buscar o PRAZER” do filme “Império da Dor” ressoa profundamente na psicologia e na filosofia, refletindo um entendimento básico do que motiva nossas ações e decisões – o que chamamos em psicanálise de desejo. Essa dualidade entre dor e prazer pode ser vista como uma força motriz fundamental que molda o comportamento humano de diversas maneiras.

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, formulou a teoria do princípio do prazer, que sugere que as pessoas buscam maximizar o prazer e minimizar a dor – mesmo porque somos seres fóbicos. Esse princípio pode ser observado em diversas situações cotidianas, desde a escolha de alimentos saborosos até a busca por relações afetivas e experiências satisfatórias.

Vale ressaltar que, nem sempre essa busca por prazer significa algo verdadeiramente positivo e bom para o sujeito. Tendo em vista que, a busca pelo prazer advém da busca por suprir os vazios existenciais – aquilo que se julga ter sido negligenciado na infância e adolescência.

Na teoria psicanalítica, Freud dividiu a psique humana em três componentes: o id, o ego e o superego. O id, o qual é a parte mais primitiva e instintiva da mente, opera inteiramente com base no princípio do prazer. Ele busca gratificação imediata de todas as necessidades, desejos e impulsos. O id não considera as consequências ou a realidade externa; sua única preocupação é evitar a dor e buscar prazer.

O ego, por outro lado, atua como o mediador entre o id e a realidade externa. Ele opera com base no princípio da realidade, buscando formas realistas e socialmente aceitáveis de satisfazer os desejos do id. O ego reconhece que a busca desenfreada por prazer pode resultar em dor e, portanto, tenta equilibrar os impulsos do id com as demandas do mundo real.

Homem segurando um grande balão vermelho representando seu ego.
ajr_images / Getty Images grátis / Canva Pro

O superego, a parte moral da psique, internaliza os valores e normas da sociedade e dos pais. Ele impõe limites ao id e ao ego, muitas vezes causando sentimentos de culpa ou vergonha quando desejos impulsivos são contrariados. O superego pode, portanto, contribuir para a dor emocional, especialmente quando há um conflito entre os impulsos do id e as normas internalizadas.

Para lidar com a dor emocional e o conflito entre os componentes da psique, o ego emprega mecanismos de defesa, que são estratégias inconscientes usadas para proteger a mente de ansiedades e conflitos internos.

O processo terapêutico psicanalítico frequentemente envolve trazer à consciência memórias reprimidas e conflitos internos, permitindo que o indivíduo enfrente e trabalhe através dessas dores. Essa confrontação com a dor pode levar a uma maior autocompreensão e a um desenvolvimento pessoal mais profundo.

Você também pode gostar

Reconhecer a dinâmica entre o id, ego e superego, e como eles interagem para evitar a dor e buscar prazer, pode ajudar a desenvolver uma compreensão mais rica e equilibrada de si. Essa compreensão é essencial para viver uma vida mais consciente, onde se pode navegar de forma mais eficaz entre os impulsos do id e as demandas da realidade e do superego, promovendo um maior qualidade de vida e realização pessoal.

Sobre o autor

Lud Mattos

Me chamo Lud Mattos, é um prazer te ter aqui!

Sou graduada em Psicologia, trabalho na área do desenvolvimento humano e saúde mental desde 2013, atuando como psicóloga clínica. Há mais ou menos 5 anos, todo o movimento do meu trabalho é totalmente voltado para mulheres, de forma individual e em grupo.

Em 2014, comecei a compartilhar o meu processo de autoconhecimento e de "cura” sobre questões que envolvem os diversos mitos sobre o “Ser Existencial Mulher” na plataforma Instagram. Foi quando, por meio da minha história de vida, descobri a minha missão: auxiliar mulheres a recuperarem a autoestima e aprenderem a se amar.

A coragem para partilhar minhas mais intrínsecas vulnerabilidades surgiu por meio da necessidade de comunicar o que via e sentia e, quem sabe, me livrar de tanto autojulgamento e culpa. Deu certo!

Hoje, tendo abandonado conscientemente uma conta nas mídias sociais (Instagram) com 11 mil seguidores, recomeçar do zero é mais do que um "ciclo novo". É poder também me permitir experienciar o que prego: libertar e resgatar a verdadeira essência.

Cá estou, unindo minha arte e meus dons! Sejam elas por meio do exercício clínico, palestrando, comunicando em plataformas digitais... E o que mais a vida me propor como oportunidade.

Contatos:
Email: contatoludmattos@gmail.com
Site: @ludmattos