Comportamento Convivendo

O Contador de Estórias

Livro antigo aberto em fundo cinza
123RF | Georgii Dolgykh
Escrito por Lita Duarte

O velho dizia: “O que vocês estão pensando? O mundo não será o mesmo, nunca mais. E o que vocês fazem para mudar esse quadro?”

Ele era uma figura forte e um pouco assustadora, não em sua aparência, mas pelo jeito como falava. Porque falava com muita autoridade.

O velho costumava sentar-se no banco da praça para observar tudo a sua volta. Era uma pessoa cativante, por causa das estórias que contava. Ele ensinava muita coisa boa através daquelas estórias. Ele era uma pessoa muito conhecida, que vivia dizendo que amava toda a natureza. Tinha muita fé em Deus, mas dizia que Deus habitava em todos os lugares, por isso não estava aprisionado em nenhuma igreja ou religião.

Certa vez, o velho contou uma estória que dizia assim: “Um dia desses tive um sonho, nele uma forma de vida muito estranha me dizia que os dias da Terra estão por um fio, existe um perigo grandioso que não estão vendo. Todo o mal que estão fazendo para o planeta será cobrado. Haverá muitos flagelos.

Mulher sentada no fundo de metro usando máscara
Foto de Anna Shvets no Pexels

O sonho foi assim: ‘Hoje, sentado aqui, recordo que naqueles dias de aflição estivemos à beira da extinção.

Corria o ano de 2023. O mundo estava um caos, guerra, fome, miséria, violência. Tudo corria aparentemente normal dentro de um mundo onde o caos estava estabelecido. Os automóveis tomavam conta das ruas nas grandes cidades e nas pequenas também, o petróleo continuava sendo o combustível mais usado e continuava gerando muitas riquezas, mas também gerava muita poluição ambiental, porque, por mais que os governantes fizessem reuniões pelo mundo afora com os tais tratados, visando melhoria do clima na Terra, nada adiantava. E a vida foi seguindo, até chegarmos naqueles dias em que tudo mudou.

Certo dia, foi anunciado nos meios de comunicação que havia surgido uma bactéria nova, que causava uma estranha doença que provocava infecção nos pulmões e que levava à morte em questão de dias. Cientistas já estavam trabalhando em pesquisas para tentar descobrir a origem daquele mal. O que estava ocorrendo era assustador. Em várias partes do mundo, pessoas estavam morrendo porque não havia um remédio que parasse essa doença. Era tudo muito assustador. A pessoa atacada por aquele mal sentia dores terríveis no corpo e muita febre. E assim a estranha doença foi fazendo vítimas dia após dia. Virou causa de pânico, porque não havia cura para aquele mal. Naqueles dias terríveis, a população mundial foi reduzida a menos que a metade. Porque a pessoa que era atacada pela doença durava no máximo uma semana. Ficava difícil fazer estudos para identificar de onde surgia aquela desgraça. A rapidez da bactéria agindo no corpo humano era voraz.

Uma pessoa que observava os acontecimentos e também estava alarmada com tudo aquilo começou a prestar atenção e percebeu que moradores de cidades longínquas, onde não havia automóveis, não estavam sofrendo daquele mal. Então cientistas foram enviados para aqueles lugares onde havia muito verde. Lá os cientistas começaram a fazer estudos profundos com base nos acontecimentos mundiais e constataram que a bactéria que atacava as pessoas e causava morte muito rápida era causada pela poluição dos automóveis dos carros que tomavam conta de quase todos os lugares, porque as pessoas precisavam utilizá-los para que todos pudessem se locomover. Havia outros meios de transporte, mas o volume de carros e outros veículos movidos à base de petróleo era em maior número.

O interessante foi descobrir que a bactéria sofria uma mutação, ela era uma bactéria que estava na pele dos humanos, mas se alterava com os poluentes causados pelo excesso de gases liberados pelos carros. Era interessante também o fato de que só os humanos sofriam desse mal.

COVID-19 escrito em comprimidos e itens simbolizando vírus em volta em fundo vermelho
Foto de Edward Jenner no Pexels

Os cientistas correram para tentar descobrir um meio de evitar que a humanidade desaparecesse da Terra. Foram dias de muito tormento. Quando eles anunciaram que havia uma alternativa de vida para a humanidade, mas essa alternativa era ter contato com uma vida voltada para a preservação do verde, das florestas, pois só em lugares onde havia muito verde é que as pessoas sobreviviam, então muitas pessoas começaram a rumar para lugares onde havia florestas. Surgiu um problema grande, porque no ano de 2023 restavam pouquíssimas florestas no mundo, mas todos queriam correr para lá. A vida nas grandes cidades já não tinha sentido, tudo estava em ruínas, mortos para todos os lados, o caos era total. Aqueles foram dias de fim de mundo, e houve muita aflição.’

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Quando acordei, senti um grande alívio e pensei: Ainda existe uma oportunidade… foi só um sonho.”

O velho muitas vezes causava irritação nas pessoas, porque as pessoas só queriam ouvir estórias bonitas e com final feliz. Quando ele mencionava fatos terríveis que poderiam acontecer, ele mesmo dizia assim ao terminar uma estória: “Eu só queria falar de coisas bonitas, mas quando percebo já estou falando sobre coisas que nem sei como elas chegam a mim.

Lita Duarte

(texto escrito em 2011)

Sobre o autor

Lita Duarte

Espiritualista, amante da natureza e das artes.

Sempre gostei muito de escrever e compartilhar reflexões e estudar para me manter em movimento.

Pintar a óleo sobre tela nas horas vagas sempre foi uma grande inspiração.

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Email litaduartedobrasil@gmail.com