Eu sempre busquei “na cabeça” as melhores ideias, as melhores sugestões e propostas. Sempre direcionei a ideia do pensar sério e focado em muitas decisões necessárias em minha vida. Todas as decisões foram acertadas? Não. Muitas vezes, eu me vi impactada pela seriedade sisuda. Cansada e contrariada. Muitas vezes, eu deixei o medo me dizer um não bem grosseiro e, então, desisti.
Foi então que, em um dia, diante de uma pergunta, decidi fazer um movimento diferente: colocar o coração na decisão. O coração, esse mesmo, que palpita mais rápido na emoção e mais lento na meditação.
Peguei a pergunta, direcionei as mãos ao coração e soltei um: “Aguarde um momento, pode ser?”. Me permiti sentir as suas batidas diante do questionamento, diante de qualquer resposta. Percebi, então, a minha respiração e aí segui para entender a qualidade dos meus pensamentos. Ali, me notando viva, pude entender que o coração disponibiliza um caminho leve, claro, consciente e valioso. Sem oscilações. Imediato.
É comum ouvirmos que é importante desbravar os caminhos rumo ao nosso coração, ao nosso sentir. Na verdade, o coração é a porta e sentir, sentimos desde sempre, só não prestamos atenção.”
A resposta exata
Tendo adentrado via coração as questões que me chegam, pude notar que uma escuta afetiva e atenciosa se formou dentro de mim. Não ouço mais para responder, ouço para aprender e, por dentro, o meu coração guia a uma formação leve de opinião. Nesse processo, encontro autenticidade e originalidade. Nenhuma resposta é forjada ou mesmo condicionada ao conforto de lá e desconforto daqui. Há uma ponte. Um equilíbrio. Digo o que sinto e sinto o que digo. Por si só, isso cria um diálogo com base no respeito e empatia.
Você só consegue experimentar a vida no modo interessante e não desgastante, quando abre o coração, quando entende que o coração é o guia do pensar mais inocente e puro. E esse pensar inocente e puro não é um pensar bobo, mas um pensar que permite que a inspiração seja o tempero da vida.
O coração é a residência da sabedoria
Somos seres criativos por natureza e temos uma resposta a tudo. Sabemos o que fazer diante dos desafios que nos chegam. O que esquecemos é de sentir e escutar o ritmo, a melodia interna, por isso que quase sempre as decisões acabam se tornando indecisões e reuniões que geram mais reuniões, nas quais mais insatisfações são evidenciadas do que satisfações encontradas. Quase tudo é tratado com um: “E agora?”… E não com um: “Agora podemos!”.
Temos um ritmo e uma melodia concedida pelo coração. Diante das questões mais agressivas, o coração acelera desalinhado. Na oferta de algo bom, o coração acelera com profundidade e espaços exatos de batidas. Na percepção da beleza, no contemplar, o coração simplesmente atua suave. Verificando tais movimentos e tons de batida é que temos as respostas.
O que nos desalinha, muitas vezes, pede um não amoroso, respeitoso e mesmo um não firme. O que nos dá profundidade pede um sim, vamos experimentar, e o que nos dá leveza pede apenas observação e agradecimento.
Como não entender, a partir dessa observação apaixonada do coração, que a resposta sempre, sempre está dentro de nós? Como não aprender com a sabedoria natural das batidas dos corações, nossos e alheios?
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