Todos nós estamos escrevendo um livro. Fazemos isso há muito tempo, mesmo que não nos tenhamos dado conta desse feito, e a superfície de inscrição é o nosso corpo.
Nele, deixamos registrado tudo o que acontece conosco. Nossas experiências, vivências, nossos pensamentos, sentimentos, emoções… Começamos essa escrita lá no ventre de nossas mães e muito daquilo que com ela aconteceu, nós também experienciamos, então esses registros também compõem a nossa história.
Para mim, os livros pedem para serem lidos; toda vez que me aproximo de um livro, eu sinto um convite sendo feito. Olhar o livro, aproximar-me dele… isso acaba por me aproximar de certa forma da pessoa que o escreveu também. Colocar-me aberta ao diálogo e permitir-me atravessar por aquela história é a atitude escolhida para a leitura.
Algo muito parecido acontece quando eu me aproximo de uma outra pessoa. Uma aproximação respeitosa, sem antecipação, sem pré-julgamentos, mas dotada da curiosidade que me move.
O que será que o corpo daquela pessoa é capaz de me contar sobre quem ela é? Sobre o que ela já viveu? O que aquela dor está sinalizando? Em que lugar do corpo ela sente a alegria?
Perguntas que pedem tempo, dedicação, calma e alma, para que possamos juntas encontrar as respostas. Uma leitura que nos instiga a compreender o que o outro tem a nos contar sobre ele, não o que nós gostaríamos de ler.
Comece essa jornada aproximando-se do seu corpo-livro, fazendo uma leitura gentil e respeitosa daquilo que ele conta sobre você e que ele vem tentando te sinalizar.
Vou te contar como me preparo para iniciar a minha leitura e quem sabe faça sentido para você também!
Se tem algo que muito me agrada é ritualizar processos. Acredito que o ambiente externo exerce forte influência sobre nossos estados internos. Gosto de criar um espaço que favoreça essa conexão, essa comunicação.
Para mim, acender um incenso, uma vela, pedir orientação, fazer minha reza, cantar uma música e mover meu corpo são estados preparatórios para muitas coisas, e uma delas inclui a leitura do meu livro-corpo.
Isso não significa que acontecerá nessa ordem, e sim que é algo que, para mim, flui de maneira natural e que me faz muito bem. Eu acredito que você descobrirá a melhor forma de iniciar essa leitura.
Fujo daquilo que soa como uma obrigação. Deixo-me me surpreender, peço ao Universo que me sinalize a melhor maneira de estabelecer contato comigo e confio no processo. Estou atenta a todos os sinais.
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Isso faz com que eu também fique mais conectada com as mensagens que chegam por meio do meu corpo, seja um desconforto físico ou emocional. Dou voz aos sinais que podem se manifestar por intermédio de uma dor, de pensamentos, de mudanças no padrão da minha respiração e até mesmo dos batimentos cardíacos.
Muito tenho aprendido nessa leitura que me direciona a perguntas que servem como um incentivo a ir atrás de respostas que sejam adequadas ao que estou sentindo.
Desejo que você se dedique à leitura do seu corpo-livro e que cada vez mais possa deixar registrada uma escrita de sua autoria nele!