Reconhecer a pulsão de vida do amor que faz bem.
“Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos.” — Z. Bauman
Muitas vezes, no transcorrer dos dias, apreendidos pelo apego, esquecemo-nos do quanto é salutar entregarmos os pontos para que a ajuda eficiente chegue ao cerne de nossa alma. Nos desvarios, pagamos o preço da paixão efêmera com o amor que quer desabrochar em nós.
É nesse despir de ego e ecos que abrimos e liberamos as contenções limitantes dos potenciais que vibram em nosso templo-ser!
Pensando em amor-próprio e amor ao próximo, vamos destrinchar essa colocação:
Ao me amar, não preciso que o externo, o outro, atenda minhas vontades e não espero nem exijo que tudo seja modulado ao meu jeito. Até porque modulado conota à retração, e não à expansão das possibilidades de troca e de crescimento. Conviver é colocar nossa vertente mais animada (anima) para se exercitar; sim, academia da alma. E tudo o que estimulamos e trabalhamos se desenvolve.
Se ficamos acomodados em velhos padrões ou deixamos se esvair aquilo que sabemos ser nutriente, substrato e motriz das nossas dinâmicas, amargamos a jornada. Assistimos ao enfraquecimento de uma peregrinação outrora tão acolhida.
Amor ao próximo não se trata de aceitar tudo ou tentar mudar tudo para que fique mais fácil de amar. Amor ao próximo se trata da clareza do que vemos no outro e que não integramos em nós e até mesmo do que vemos no outro e não damos conta de fazer além do modo egocêntrico.
Se buscarmos relações sólidas e consistentes, vivenciaremos todos os temperos e as temperanças do com-viver.
Mas, se buscamos atalhos e abreviações — traduzindo: liquidez de coisas e mais coisas —, não empregaremos bem nossas energias em nosso tempo. Seremos nós empregados do tempo que não compreendemos.
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As relações são grandes oportunidades de nos sabermos a partir do outro e apesar do outro.
O amor é a expansão da nossa essência.