Eu vivia um momento em que, externamente, tudo parecia estar no lugar. Havia realizado muitos dos meus sonhos, tanto os grandes quanto os pequenos. Tinha alcançado o que sempre desejei: sucesso no meu empreendimento, a liberdade de trabalhar remotamente e a flexibilidade de escolher de onde viver. Durante quase um ano, viajei por diversos lugares, com cada dia trazendo uma nova paisagem, e tudo isso sem precisar abdicar do meu trabalho. Era uma fase em que, aos olhos dos outros e até aos meus, eu tinha conquistado tudo o que sempre quis.
Minha vida social, familiar e sentimental estava bem. Minha saúde parecia em ordem. Tudo seguia seu curso como deveria, mas, lá, no fundo, eu sabia que algo ainda faltava. Um dos meus grandes sonhos era viver na Espanha, e esse desejo pulsava em mim com força, mas algo me segurava. Voltar para Curitiba? Ficar perto da minha família? Meu coração ainda batia pela Espanha, e para realizar esse sonho, eu precisava crescer mais, ganhar mais, conquistar mais. No fundo, sentia que só mais dinheiro e sucesso preenchiam aquele espaço que, inexplicavelmente, continuava vazio.
Foi então que uma amiga mencionou um evento para mulheres empreendedoras. Conforme ela descrevia a edição anterior, algo dentro de mim se acendeu. Eu decidi ir. Fiz minha inscrição, sem imaginar o que me aguardava. Sabia que o evento seria em uma igreja, mas isso não parecia relevante naquele momento. Fui lá para me inspirar como empreendedora, mas o que encontrei foi muito mais profundo.
O evento começou com louvores e adoração. Eu não conhecia aquelas músicas, mas algo me fez sentir parte daquele momento, como se já estivesse conectada a elas há muito tempo. E então, antes de qualquer palestra sobre negócios, houve uma pregação. Lembro-me da pastora dizendo: “Não se distraia. Deus trouxe você aqui hoje porque Ele tem algo para te dizer”. Eu não estava lá por isso. Ou melhor, achava que não estava. Mas ali, naquele instante, foi como se tudo que eu vinha pedindo a Deus — respostas, clareza, direção — encontrasse eco. Eu tive um encontro real com Ele. Senti o Espírito Santo me invadir, preencher cada espaço do meu ser. É difícil descrever, e até hoje, quando tento explicar essa experiência, as palavras me faltam. Quem já viveu isso talvez entenda, porque não há como traduzir o que aconteceu naquele dia em meras palavras. Minha vida mudou completamente.
Naquele momento, entreguei minha vida nas mãos de Deus e pedi que Sua vontade, e não a minha, fosse feita. Aceitei publicamente Jesus, e, estranhamente, cerca de três dias depois, adoeci gravemente. Fui forçada a parar, algo que nunca seria minha escolha. Passei 30 dias afastada, com febres altíssimas e sem conseguir me alimentar. O tempo parecia se arrastar, mas quando finalmente me recuperei, eu já não era a mesma. Algo dentro de mim havia sido transformado.
Senti o Espírito Santo me guiando de uma forma que nunca havia sentido antes. Coisas que antes faziam parte do meu cotidiano começaram a me incomodar. Meu estilo de vestir, as músicas que eu ouvia, os lugares que frequentava, as conversas que tinha — tudo isso começou a perder o sentido. Aos poucos, fui renunciando a essas coisas. Foi um processo de limpeza, de libertação. E, entre essas mudanças, estava a minha profissão. Ser professora de ioga já não parecia mais o meu caminho. Renunciar a isso foi doloroso, mas eu sabia que não poderia servir a dois senhores. Escolhi Cristo, mesmo sabendo que isso traria julgamentos.
Amigos, clientes, até minha própria família me questionavam: “E agora, o que você vai fazer? Você enlouqueceu?”. E, no meio de tantas perguntas, eu só podia responder que não estava em busca de algo quando encontrei a Deus. Eu só queria ter ainda mais sucesso, viajar mais, ser mais. Eu não fui à procura da fé, da igreja. Sempre tive muita fé em Deus, mas achava que tudo estava dentro de nós, que não precisávamos de nada além de nós mesmos. O que eu não esperava era que Deus me mostraria o quanto eu estava errada.
Olhar para dentro de mim e admitir minha arrogância foi difícil, mas necessário. Felizmente, não caminhei sozinha. Minha mãe, sempre minha base, me apoiou em todas as minhas decisões, assim como minha melhor amiga, Thais, que se converteu junto comigo. Nossa troca se tornou ainda mais especial. Além dela, ganhei uma nova amiga, Aiarele que me apresentou à igreja através daquele evento. Ela foi, e continua sendo, uma luz em meu caminho, ajudando-me a entender essa nova jornada.
Já passei por tantas fases e lugares na minha vida, por tantas religiões, cursos e experiências. Sempre achei que, se eu fizesse mais, conseguiria mais, finalmente me sentiria completa. Mas eu nunca me sentia. Havia sempre um vazio, uma busca interminável. E foi nesse encontro com Jesus que esse vazio desapareceu. Aceitar Cristo como meu único caminho e Salvador preenche aquele espaço que nada mais conseguia preencher.
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Hoje, tenho um relacionamento íntimo com Deus. E, embora esse caminho com Cristo não seja fácil — dizer “não” às minhas vontades e “sim” à vontade Dele muitas vezes é desafiador —, é o único caminho que faz sentido para mim. Descobri que não precisamos de milhares de ferramentas para curar nossa alma, porque o Mestre da cura é Cristo. Ele é o único que pode nos mostrar o verdadeiro caminho do amor, da cura e da compaixão.
Eu não estava buscando por Ele, mas Ele me encontrou. E hoje, com meu coração nas mãos Dele, sei que sou filha de Deus, herdeira de Seu reino. Essa certeza me traz uma paz e completude que eu nunca havia sentido antes.