Autoconhecimento

O Ego não é demônio

Mulher segurando uma parte de um espelho que está refletindo seu olho
Vince Fleming/Unsplash
Escrito por Andrews Amoramar

Muita confusão sobre uma palavra tão pequena.
Para uns tem um significado para outros tem outro. Todavia não se vê muito avanço em lidar com essa parte que se torna inerente a nosso ser.
Coitado do Ego, é demonizado. Primeiro demonizamos o corpo, agora é a vez do Ego.

O Ego age como deve agir. Sou Eu que devo agir diferente, aprendendo a discernir o que cabe a cada parte de meu ser cuidar.

Eu sou um ser em fase de crescimento, vamos assim dizer. Carrego costumes de uma fase anterior. Uma fase mais simples, na qual eu não precisava me preocupar muito, e um ser maior cuidava de todas as escolhas para mim. Como na infância. Sim, podemos dizer que nós hoje estamos na nossa adolescência, na pré-adolescência. A fase anterior foi a infância, mais simples, sem grandes responsabilidades. Hoje tudo muda, ganhamos novas capacidades, nosso comportamento passa a mudar, o mundo passa a ser visto com novos olhos. Sim, a consciência expande e passamos a entender coisas que antes nem dávamos atenção.

E, certamente, esta é uma fase conturbada. Quando tudo muda temos que reaprender novas lições.

Mulher no meio de um lado raso com sua perna levantada e braços abertos
Ashim D Silva/Unsplash

Digamos que nosso Ego carrega a visão de mundo dessa fase anterior. A infância (que pode ser entendida por muitos como o reino animal). O Ego ganha corpo e força a partir do momento em que em nossa linha evolutiva ganhamos a individualidade. Ele é necessário, pois a partir daí passamos a nos ver como um ser único evoluindo para se tornar cada vez mais único.

Até aí tudo bem. O Ego cuida de tudo e tudo vai bem. Porém entramos em uma nova fase. E, nesta fase, as responsabilidades começam a surgir. Já crescemos o suficiente para sermos capazes de entender mais sobre o que é a vida. E nossa individualidade com o desenvolvimento da mente ganha muito mais capacidades de impactar o mundo em nosso entorno.

Com a mente estamos aprendendo a interagir de forma mais ativa com o entorno.

Porém ainda carregamos muito dos costumes e comportamento da fase anterior. Na qual o que fazíamos não tinha grande impacto em nosso entorno, em que não tínhamos responsabilidades e seguíamos nossa natureza interior que era garantir a vida que nos foi dada.

Homem olhando para o céu, usando boné e com mochila nas costas
Matese Fields/ Unsplash

Ainda não nos demos conta do que somos. Exatamente como o adolescente que ainda não possui a maturidade do adulto e nem mais a mesma cabeça de uma criança. O que distraia a criança não mais distrai o adolescente, mas esse ainda quer manter o padrão de comportamento de antes.

Assim é agora. Nosso Ego ainda é necessário, pois é a interface de nossa individualidade, mas a ele cabe apenas isso, ser uma interface para a mente se diferenciar e agir como indivíduo no mundo. Não cabe a ele tomar escolhas e guiar o seu padrão comportamental.

Talvez na fase anterior ele tivesse mais capacidade em ajudá-lo a tomar decisões valiosas que garantiriam a sua sobrevivência, porém agora você cresceu. É hora de parar de lutar pela sobrevivência e passar a viver. A sobrevivência foi importante para o ser passar a se dar valor como indivíduo e manter a vida que lhe foi dada. Agora devemos valorizar a Vivência, que é experienciar essa vida que foi dada.

Mulher olhando para o pôr do sol
Leon Biss/Unsplash

Deixemos então de demonizar nosso Ego, assim como estamos nos esforçando em parar de demonizar o corpo. Este é parte de nós e não morrerá. Se tornará sim algo mais, porém o caminho para ele é a aceitação.

É hora de abraçar o Ego e deixar que ele faça a função dele. É hora de vivermos, deixar para trás os velhos padrões. É hora de experienciar o que esta fase de mudanças nos ensina e saber que ESTÁ TUDO CERTO.

A adolescência pode parecer complicada, mas só é pois nesta fase não temos o auxílio necessário, alguém que nos guie e saiba nos mostrar com exatidão o que estamos passando. Alguém que nos ajude a lidar com as mudanças profundas que acontecem dentro de nós.

Mas a fase passa.
Aceite então ajuda daqueles que entendem a fase pela qual estamos passando como humanidade. Há alguns aqui que compreendem esse momento pelo qual passamos.

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Alguns chamariam a Transição de Puberdade da Consciência, talvez.
Mas bem, alguns já entraram na adolescência, outros passaram por ela, outros se agarram ainda à infância. De qualquer modo, apenas nos cabe amadurecer, pois querendo ou não a gente cresce e crescer sem amadurecer é o que gera sofrimento.

Um grande abraço e cuide do seu Ego.

P.S. Para quem quiser, posso continuar com o assunto da Puberdade da Consciência e as demais fases pelas quais passamos em nossa Linha Evolutiva.

Sobre o autor

Andrews Amoramar

Anos atrás surgia por estas terras um pequeno garoto, um garoto que amou logo de cara o que viu. Um pequeno sonhador, explorador do quintal de casa, curioso pelas coisas afora. Esse pequeno amava desde cedo criar, e explorava sua criatividade com uma folha e lápis na mão, desenhando seus personagens preferidos.

Os anos passaram e o pequeno esticou em tamanho, porém a curiosidade e a ânsia em criar se mantiveram as mesmas. Hoje o garoto tem novas ferramentas e conhecimento para explorar mais e mais. Hoje o quintal é maior, relativamente maior. As experiências muito mais desafiadoras e às vezes assustadoras, mas o desafio maior é manter viva a alegria do garoto, mesmo em meio a tantos obstáculos.

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