Conforme contamos no texto anterior, o Ho’oponopono é um método de cura criado pelos antigos povos havaianos que entendiam – sabiamente – que tudo o que ocorre no mundo exterior tem origem naquilo que carregamos interiormente.
Para eles, quanto mais realizarmos limpezas de memórias, principalmente as memórias da infância, mais permitimos que a Divindade – termo utilizado por eles – atue sobre nós e se manifeste através de nossos pensamentos, gestos e ações.
Um dos relatos mais impressionantes e famosos sobre como essas limpezas têm a capacidade de modificar também outras pessoas e o ambiente em que estamos é relatado por Joe Vitale, em seu livro ‘Limite Zero’.
Vitale nunca tinha ouvido falar do Ho’oponopono até um amigo lhe perguntar se ele conhecia a história do doutor Hew Len, médico havaiano que havia curado, através do Ho’oponopono, uma ala psiquiátrica de criminosos perigosos – sem nunca ter estado com nenhum deles.
Surpreso, pois nunca havia ouvido falar de tal método, o autor entrou em contato com Dr. Len para obter mais informações a respeito e acabou indo conhecê-lo pessoalmente.
Segundo ele, Dr. Len relatou sua experiência com os criminosos da seguinte forma: ele escolhia a ficha de um deles – portanto, não se encontravam – e se fazia a seguinte pergunta: “O que está acontecendo em mim para que eu cause esse problema, e como posso corrigir esse problema em mim?”
Joe Vitale é um dos autores que relatou suas experiências de transformação e sobre o poder da lei da atração no filme “O segredo”. A força do pensamento não era novidade para ele quando entrou em contato com o Ho’oponopono. Ainda assim, ele se impressionou com a capacidade de transformação que a limpeza do Ho’oponopono era capaz de realizar, pois uma pessoa poderia realizá-la em si mesmo e curar quem e o que ela desejasse.
E como isso acontece?
O Ho’oponopono propõe que, quando nascemos, possuímos uma forte conexão com uma Força Superior chamada por seus praticantes de Divindade. Estamos, assim, abertos para receber, intuitivamente, orientações sobre como agir conectados a essa Força, pois a carregamos dentro de nós.
Entretanto, durante o nosso crescimento, entramos em contato com pessoas que estão há mais tempo na Terra, como pais, professores, familiares e amigos e que perderam essa conexão há muito tempo. Com elas, vivenciamos experiências e passamos a registrar memórias oriundas dessas experiências, memórias que são contaminadas de sentimentos – bons ou ruins.
As memórias ruins passam, portanto, a nos “poluir”. E a nossa conexão com a Divindade perde a força, pois passamos a ocupar nosso inconsciente com lembranças dolorosas de medo, vergonha, raiva, inveja, ciúmes, etc. E apenas quando conseguimos ouvir a Divindade para que ela possa agir através de nós, é que conseguimos encontrar Paz. E Paz não apenas para nós mesmos, mas também para aqueles e para aquilo que nos rodeia, pois, para o Ho’oponopono, tudo o que acontece conosco e com quem e o que temos contato é gerado por aquilo que carregamos dentro de nós mesmos.
Há um ditado que diz: “Eu não vejo o mundo como ele é, eu vejo o mundo como eu sou”. E é por isso que você se transforma através das limpezas de sua própria memória e também transforma o mundo e as pessoas à sua volta.
E como o Ho’oponopono realiza essas limpezas? Através de uma meditação que deve ser feita diariamente voltada para si mesmo e para tudo que gera incômodo: eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.
Ao dizer eu sinto muito você entra em contato com o que está lhe incomodando e reconhece esse incômodo.
Ao dizer me perdoe você não encaminha um pedido de perdão para a Divindade ou para o que ou quem está lhe fazendo mal. O pedido de perdão é para si mesmo, pois somos também o que nossas crenças limitantes – geradas por nossas memórias – determinam. Portanto, perdoando a si mesmo, entendemos que essas crenças não podem mais nos impedir de entramos em contato com a Divindade que há em nós. Deixamos de ser nossos próprios algozes, pois nos perdoamos e nos aceitamos como somos.
Ao dizermos te amo a transmutação e limpeza da energia que gera a memória é realizada, e esta é entregue à Divindade. É a frase mais poderosa, pois nos conectamos, através dela, com a força curadora do amor.
E sou grato permite que sejamos capazes de receber mais, pois apenas quando agradecemos isto ocorre.
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Para finalizar, gostaria de relatar o que Joe Vitale observou sobre o Dr. Len. Segundo o autor, Dr. Len realiza a meditação do Ho’oponpono em pessoas que irá conhecer, em objetos, quartos de uma casa e rios de cidades onde visita. Sua percepção de conexão permite-lhe realizar curas em si mesmo e no mundo à sua volta. Assim, entendo que o nosso desafio é, portanto, também percebermos essa conexão e, assim como Dr. Len, meditarmos constantemente para que, através da nossa transformação, possamos, finalmente, mudar o mundo.
Leia a primeira parte deste artigo aqui.