Começaram as temporadas dos reality shows, cada um à sua maneira, com propostas diferentes. Vigiar o comportamento de pessoas diferentes mediante estímulos é um método criado por Skinner há muitos anos.
Skinner, que era um psicólogo behaviorista, acreditava que seria possível condicionar um comportamento ou reforçá-lo como positivo ou negativo, ou seja, o comportamento podia ser mudado de acordo com o ambiente e a situação em que o sujeito era colocado.
Hoje, vemos as mudanças comportamentais nos reality shows de acordo com a proposta de cada programa. Em um deles, 22 pessoas são colocadas em uma casa e precisam participar de provas, criar afinidade com o público que os assiste e o vencedor ganha o prêmio de R$ 1,5 milhão de reais.
Em outro programa que está bem conhecido atualmente, os pretendes querem se casar e estão em busca da sua alma gêmea, mas tem um porém, só é possível conhecer sua alma gêmea depois de conversar com ela em alguns encontros, mas sem vê-la. Acredita-se que o amor não tem olhos para a aparência e sim para afinidades e outras questões. Sobre o “prêmio”: sair casado do programa.
A questão é o quanto esses programas influenciam não só a vida de quem participa mas também de quem os assiste. Há uma certa curiosidade em saber como o outro vive e se comporta. No entanto, existem momentos em que pode haver uma identificação com algum participante. De que forma isso pode reverberar nos sentimentos de quem está assistindo?
Assim como as emoções dos participantes, as emoções de quem está assistindo são modificadas a cada ação que ocorre dentro de programas como esses, sentimentos como angústia, tristeza, raiva e até mesmo alegria podem acontecer; no entanto, é importante ressaltar como isso se dá na saúde mental.
Voltando à identificação, a forma como um participante age ou sente alguma coisa pode fazer com que o telespectador sinta também, e isso pode interferir nas suas emoções.
Para Freud, a identificação é uma ligação afetiva inconsciente com outra pessoa, e, nesses casos, o que pode acontecer é a identificação por contágio, quando a pessoa quer ou pode se colocar na situação do outro, porque já viveu aquilo.
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Caso seja identificado algum tipo de sentimento em resposta ao que se assiste nesses programas, é de suma importância levar isso ao processo terapêutico e entender por que aquele sentimento existe, por que se sente desta forma, o que esse sentimento tem a ver comigo que sou telespectador e não estou vivendo aquilo.