É incrível a relação entre a qualidade dos nossos relacionamentos afetivos com as nossas conquistas profissionais e pessoais. Afirmo isso com base nos relatos de clientes que, em processo de coaching, cujo foco não era voltado ao relacionamento e vida pessoal, mas sim carreira e alcance de metas, acabavam abrindo o coração e reconhecendo que “suas bagunças” ou incapacidade de gerenciar rotinas e metas derivam ou se relacionam com suas carências e relacionamentos frustrantes.
O que transforma relacionamentos inicialmente produtivos em frustrantes? Um fator determinante e visível: a falta de propósito em comum, ou seja, relações baseadas em “sentimentos”, que com o tempo mudam, deixando de fazer sentido para a relação.
Estas, baseadas em paixão, sem propósito em comum, são aquelas que visivelmente não agregam. A médica Cibele Fabichak e autora do livro “Sexo, amor, endorfinas e bobagens” (Ed. Novo Século) explica muitos detalhes que deveríamos saber sobre o que chamamos de amor.
Ela aponta no livro que, passados os efeitos químicos e físicos da paixão, que comprovadamente nos afetam durante 12 a 48 meses (dois anos em média), a relação vai “caindo na rotina”.
O corpo começa a dar sinais de necessidade de substituir aquelas sensações gostosas (que chagam a ser similares aos efeitos de drogas pesadas como a cocaína) e a tendência é que os nossos sentidos sejam seduzidos por estímulos externos. Daí o risco de surgir uma traição. É claro que ter vontade é quase inevitável, consumar o ato dependerá do caráter e senso de valores de cada pessoa.
O que isso quer nos dizer? Que é preciso construir relações que agregam.
Agregar vem do termo grego egrégoroi, que designa “a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade” (dicionário).
Espiritualistas utilizam esse conceito de forma ainda mais específica, da ótica dos níveis e frequências energéticas de cada pessoa em seus estados naturais ou induzidos.
Perceba que agregar tem relação direta com “estar em sintonia” tanto em níveis de energia, estado ou condição cognitiva (níveis lógicos) e autoconsciência emocional.
Imagine que você tenha uma relação onde seus anseios, objetivos, nível de instrução, crenças e entendimento a respeito das próprias emoções estejam em níveis proporcionais. Agora, imagine o contrário: você se encanta por uma pessoa linda, cheirosa, atraente, mas que com o passar do tempo vai mostrando-se completamente diferente de você.
Enquanto seus anseios são viajar o mundo e aprofundar conhecimentos, os dele são ter um trabalho que permita pagar as contas e não fazer nada nos momentos extraprofissionais. Quais as chances dessa relação durar e gerar bons frutos?
A milenar sabedoria bíblica também deixa claro o perigo dessas diferenças, o que ela chama de julgo desigual: “Duas pessoas andarão juntas se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3). Em outras passagens do novo testamento, ela trata especificamente das diferenças entre crenças e alerta que “casa dividida não prospera” (Mateus 12:25).
Perceba que quando cada um com suas crenças, objetivos, hábitos, vontades, rotinas e prioridades a tendência é que caminhem para lados opostos. De repente, um dia qualquer, um olhará para o outro e perceberá que a relação não faz sentido algum. É o que inevitavelmente acontece quando você e a pessoa não zelaram pela sintonia da relação.
Alinhar propósitos, objetivos e rotinas com significado (que toquem os sentimentos e valores de ambos) é vital para uma relação, assim como fomentar a paixão, alimentar os sentidos, seduzir, namorar e surpreender como no início da conquista. Dá trabalho? Sim. Tudo o que é bom dá algum trabalho para manter. Vai exigir um treino constante de criatividade, mas dá prazer e gera muitos benefícios.
Se você optar por “deixar rolar” de qualquer jeito, terá decidido correr o risco de levar sua relação à falência ou até mesmo viver uma vida “sem graça” ao lado de uma pessoa. O que poderá gerar frustrações que afetarão suas relações futuras e também sua autoconfiança, senso de felicidade e também resultados ligados à carreira, negócios, amizades e outras áreas.
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Não aceite uma vida sem graça, relações sem tempero e dias sem propósito. Viva o melhor. Valorize sua vida. Valorize a dádiva de poder escrever uma bela história ao lado de alguém que agrega. Seja uma pessoa que agrega!
Conduza suas relações. Alimente-as, regue-as e terá bons frutos.
Feliz dia de São Valentim! E viva aos eternos namorados! <3