E se assumirmos que não sabemos o que é melhor para o outro? E se em uma conversa não tivermos uma opinião definida sobre o que está sendo dito? Tudo bem? Muitas vezes queremos nos posicionar, ditar regras para não parecermos fracos ou alguém sem conteúdo.
Cada um tem a sua própria história e seus próprios traumas e vivências. Como podemos considerar que o que sabemos cabe ao outro? Podemos ter mais anos de vida que a pessoa, podemos ter trilhado um caminho considerado de sucesso, mas quem disse que o que serviu para nós, servirá para todos? Uma coisa é contar a nossa história para inspirar, outra é impormos a nossa trajetória como sendo a melhor.
Como Coach, eu aprendi e me policio para ficar no lugar do não saber, afinal, é um hábito dar “pitaco” na vida alheia. Não saber qual é o melhor caminho para o cliente, qual é a escolha mais assertiva, qual é o propósito dele… Isso não significa ter uma postura passiva frente aos incômodos que cada um traz, mas sim estar presente, aberto ao que vem e dar apoio para que o cliente encontre o que procura.
Busco levar todos esses aprendizados para o meu dia a dia e para as minhas relações. Não é fácil mudar um hábito e se colocar nesse lugar quando as pessoas ao redor esperam que você tenha certezas e defenda o seu ponto de vista com unhas e dentes, mas podemos exercitar. Nos conscientizando e nos observando, vamos evoluindo. Assim podemos construir vínculos mais horizontais e menos impositivos. Vamos lá?
Para nos inspirarmos:
“Ao conversar, ampliamos os modos de ser e de se entregar ao outro. O importante não é se posicionar, se opor, se impor, nem propor. O importante é a exposição, com tudo o que ela trouxer de vulnerabilidade e risco.”
“Se a palavra não é o único mediador, podemos acreditar que a escuta (da voz e dos gestos) é um elemento unificador. Escutar é prestar atenção e se abrir para a vida com curiosidade. Parece óbvio, mas é mais difícil do que ouvir. Exige esforço, treino e entrega. Só a curiosidade evita que o sujeito se enclausure nele mesmo. Ao dialogar, precisamos abrir espaço para o novo, esvaziando-se de certezas, confiando no que o outro pode trazer.”
– Luiza Helena Christov, mestre e doutora em educação.
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