A negação é fruto de uma mentalidade fanática, mais preocupada com sua aceitação a um grupo desprovido de qualquer senso crítico, do que com qualquer simples responsabilidade social.
A mentira, em guerra com a verdade, faz mover montanhas de conteúdo deturpado, elaboradas com requintes de maldade, a fim de espalhar a desinformação diariamente, sem podermos ter quaisquer chances de respirar.
É certo que, tanto empenho, todos os dias, acaba transformando uma mentira em uma pseudoverdade e, essa pseudoverdade toma o lugar de fala em debates.
A razão do ser humano está sendo afetada pelos algoritmos
Realmente, é quase impossível que, na internet, tenhamos uma fiscalização adequada e rigorosa para conseguir inibir os conteúdos tendenciosos e maliciosos.
Tudo o que é produzido e reproduzido na internet, é fiscalizado por um algoritmo que foi pré-determinado a impedir certas palavras, certas características de um possível conteúdo com potencial perigoso, acabando por não funcionar como deveria.
Isso ocorre pelos motivos óbvios de que tudo o que envolve o ser humano, está dentro de um contexto bem específico e, ao que me parece, o algoritmo ainda é incapaz de verificar o conteúdo dentro do seu contexto com tanta peculiaridade.
O desequilíbrio emocional do ser humano é reflexo dos conteúdos que estão sendo produzidos na internet?
Quando o acesso a esse mundo tecnológico chegou em mãos, não conseguíamos digerir tanta informação com tanta rapidez. Ainda hoje, não nos ajustamos com a velocidade exigida de nós para absorvermos tantas informações.
E o pior disso tudo é que deixamos de produzir conteúdo formativo e passamos a produzir conteúdo informativo; porque o conteúdo formativo leva tempo para ser produzido, leva tempo para ser assimilado e, para desenvolver um pensamento crítico, a partir daí.
Já o conteúdo informativo não exige tanto tempo de produção; não exigindo do leitor tanto tempo para assimilação. E, tudo isso, o fazemos em nome dos likes, ou, o que é pior, em nome da rapidez; mesmo que essa rapidez exija de nós o sacrifício do saber. Aquele saber que recebemos do processo de formação.
Quando abrimos mão da formação em nome da rapidez da internet, nós decretamos o nosso fracasso emocional, o nosso fracasso do uso da razão; tendo, assim, que assumirmos que fracassamos como seres humanos.
O que podemos esperar de uma geração que vive sob o domínio de algoritmos?
A sociedade global precisa com urgência rever sua posição com relação à pandemia de mentiras produzidas em larga escala por meio da internet. Hoje, nosso cérebro foi adestrado para executarmos o que o algoritmo deseja que executemos e, como viciados, simplesmente executamos sem ao menos questionar o porquê estamos fazendo isso, ou aquilo.
A internet, com seus algoritmos, vem “comendo” o nosso cérebro, destruindo a nossa capacidade de fazermos conexões, nossa capacidade de produzirmos algo novo, fora da caixa da qualidade padronizada.
A internet nos leva pelo emocional e sempre provoca em nós sentimentos positivos ou negativos, porém o faz constantemente, diariamente, sem tréguas. Somos assediados a todo instante pelos algoritmos que querem nos vender algo, querem nos propor algo, querem, querem, querem, e se o nosso querer não está na mesma conexão deles, eles nos fazem sentir mal, porque não fizemos o que eles, os algoritmos, nos pediam.
É preciso fazer algo para que a tecnologia que a internet nos oferece, sendo tão útil, não nos faça nunca tê-la desejado.
Que a nossa capacidade de pensar não seja automatizada e que nossos atos não sejam pautados pelas mentiras que acabam virando verdades. Não perca sua capacidade de sentir, de pensar por si mesmo, fora do mundo virtual.
Que as mentiras ditas na internet não sejam a única fonte em que você se fundamente. Proteja a democracia, proteja sua sanidade mental, emocional e física. Faça da internet um lugar onde a verdade seja plena. Onde os conteúdos tendenciosos e maliciosos sejam extirpados de nossos feeds.
Divino Bot
O mundo perdeu a razão
Se é que algum dia a teve
O mundo perdeu o bom senso
Se é que algum dia o teve.
Nem tanto ao céu e tampouco ao inferno
O mundo gira em pleno inverno
Nos fazendo ingerir cápsulas de ignorância
A vida virtual é um barato e deprimente.
Nada escapa do olhar do divino bot
Em que somos devedores de honra e glória
Somos seus servos e escravos, nada de amigos
Submetidos a sua glória em nome da informação.
A mãe de nossa alma
Nos pede que sejamos mais atentos
Cautelosos ao espalhar conteúdo pela internet
Que o bem-estar e o bom senso prevaleçam.
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E que cada pessoa possa se sentir segura
Que sua dignidade seja protegida
Que os algoritmos sejam humanizados
E que a nossa experiência na internet seja prazerosa.