O medo ativa a ansiedade, que leva ao estresse e como consequência vem o pânico, que leva a um desequilíbrio da realidade vivida.
Há uma distorção das nossas vivências, quando caímos do plano racional e nos enveredamos em um plano inteiramente emocional.
Quando encarcerado neste tipo de situação, o ser humano vai seguir por um de dois caminhos, dependendo da sua personalidade e da nuance do momento.
Uns, afogados no medo, serão o espelho da quietude, devorados por dentro, completamente estilhaçados, mas incapazes de fazer frente à situação.
Em momentos de pânico, o corpo vira prisão, e a mente é uma cela extremamente eficaz. Já outros, toldados pela situação, cegos pela irracionalidade, reagirão violentamente contra tudo e todos, como se o perigo estivesse em qualquer canto, em qualquer pessoa, em qualquer gesto ou palavra.
É muitas vezes difícil parar, controlar o plano sereno da mente e construir uma estratégia a partir desse ponto.
O pânico e o estresse são os excessos do presente, e a ansiedade em turbulência para com um futuro que ainda não chegou. Em meio a uma situação de pânico, fica difícil distinguir o tempo e a intensidade de uma realidade. Tudo que acontece é em hipérbole, e é criada na nossa mente uma série de desfechos, que podem nem sequer vir a acontecer. Há muitos sofrendo por antecipação.
O receio, a insegurança e por fim o medo nos tiram o equilíbrio hormonal essencial para que nosso cérebro, através do hipocampo, nos torne racionais. É neste momento que entra a inteligência emocional, que denomina a capacidade de manter o equilíbrio entre a razão e a emoção. Quando a emoção está fora de controle, perdemos a razão, então deixamos de ter a racionalidade e começamos a agir de uma forma que não aprovaríamos, quando de sã consciência.
Você também pode gostar
- Coloque uma dose de coragem em sua vida lendo esse texto
- De onde nasce o medo e como lidar com essa emoção?
- Entenda o que é a Síndrome do Pânico
Há muitas formas de tentar controlar esses ataques e encontrar o próprio equilíbrio, passando pela alimentação, exercício físico ou meditação; mas o mais importante de tudo é o autoconhecimento: fazer uma autoanálise, encontrar os pontos fracos e trabalhá-los. É necessário fazer uma gestão racional das nossas vivências e, gradualmente, aceitar que muitas vezes a realidade não é tão terrível como a pintamos na nossa mente. É importante manter um foco e ter em consciência que, se não perdermos a nossa capacidade de pensar com clareza, encontraremos a solução.
“No pânico, o corpo vira prisão; e a mente, uma cela.”
Esse texto fará parte do meu livro “Viver pode não ser tão ruim: das ‘frasetas’ ao contexto” – Volume 2.