Estávamos debatendo um tema quando o monitor entrou na sala e nos esclareceu. Disse-nos ele que a vida terrena é tão somente um momento dentro do infinito divino, embora aos que a vivem pareça-lhes eterna e única. O propósito dessa experiência é fomentar representações propícias ao desenvolvimento naquilo que cada vivente carece.
Ao rico foi dado experimentar a opulência e lhe será cobrado como a utilizou, ao pobre é oferecido aprender a tolerância e assim em diante, todos serão examinados sobre o que aprenderam. Ao voltarem à terra repetirão as matérias em que não se saíram bem.
― Então aqui estamos por castigo, penando os nossos erros? ― Perguntei.
― Nada de castigos, Deus é bom pai e o bom pai ensina a fazer melhor, nós, viventes terrenos, gozamos do perdão divino ― respondeu prontamente o monitor.
― Ora! Se tenho que repetir a lição, que perdão é esse?
Daqui em diante somente ele falou, nós apenas ouvimos.
― Lembremos:
Pedro, aproximando-se do mestre, o perguntou: “Até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” .
Como resposta obteve que não até sete; mas, até setenta vezes sete. Isto é, infinitamente.
Matutemos sobre alguns ensinamentos:
Segundo a filosofia do yôga, o perdão é um dos caminhos do dever. É uma virtude que abre a porta para a luz. É uma bênção tanto para quem recebe como para quem concede.
Em Salmos 86:5 tem-se:
Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam.”.
A adúltera, após ser apresentada sob a acusação, do divino emissário ela teve como resposta: “Vai-te, e não peques mais”.
E, como um grande final, estuda-se a parábola sobre filho mais moço, identificado comumente como filho pródigo, que o pai, em júbilo, o aceitou de volta.
Em um, vê-se o dever e a bênção, em dois temos a benignidade pelo perdão, em três deu-se nova oportunidade e em quatro a aceitação do filho para o recomeço.
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Assim sendo, o que é perdão ficou lúcido uma vez que perdoar é dar, a quem errou para conosco, a oportunidade de repetir as mesmas experiências tantas vezes quantas necessárias até que acerte, ou seja, setenta vezes sete.
O renascer terreno, portanto, se dá por perdão divino para que assimilemos melhor o não bem aprendido antes.
O monitor se retirou e ficamos a refletir.